O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou ontem a indicação do ex-ministro Aloísio Mercadante para a presidência do BNDES, como especulava (e temia) o mercado financeiro. Mais que isso, mandou um recado a investidores estrangeiros dizendo que o ciclo de privatizações no Brasil se encerrou. “Queremos dizer ao mundo inteiro: quem quiser vir para cá, venha, tem trabalho, tem as coisas para você vir fazer. Mas não venha aqui para comprar nossas empresas públicas porque elas não estão à venda, e o nosso país vai voltar a ser respeitado com soberania”, declarou Lula. (g1)
Pois é... Mercadante não poderia presidir o BNDES de acordo com a Lei das Estatais. Criada para separar os interesses políticos da gestão das empresas, o código inclui regras como a proibição de líderes partidários de participar da diretoria das companhias públicas. Mudou-se a lei. A Câmara dos Deputados aprovou a toque de caixa na noite de ontem um projeto que altera a norma, reduzindo de 36 meses para 30 dias a quarentena exigida para que pessoas que atuaram e cargos de decisão em partidos ou da organização de campanhas eleitorais integrem o comando de empresas públicas e agências reguladoras. PSDB, Cidadania e Novo votaram contra. (CNN Brasil)
Bem menos polêmicas foram as escolhas anunciadas por Fernando Haddad para sua equipe no Ministério da Fazenda. O ex-banqueiro Gabriel Galípolo será o secretário-executivo (segundo em comando) da pasta, enquanto o ex-secretário de Política Econômica Bernard Appy reassumirá o cargo voltado para a reforma tributária. Haddad vem dizendo que busca uma equipe plural. “Não quero uma escola de pensamento comandando a economia. Quero pluralidade de vozes no ministério”, afirmou. (UOL)
Míriam Leitão: “Galípolo e Appy já eram esperados e são excelentes quadros. O que falta na equipe de Haddad: um fiscalista, alguém que saiba se entender nesse campo difícil que é o do controle dos gastos públicos para ocupar a Secretaria do Tesouro. Um dos nomes especulados é o do secretário de Fazenda de São Paulo, Felipe Salto.” (Globo)
Mais um ministério foi confirmado ontem. A cantora Margareth Menezes se reuniu com Lula e, na saída, disse ter aceitado “a missão” de comandar a pasta da Cultura, que será recriada. (Poder360)
Então... Há uma arte na montagem de ministérios, uma arte da política. E, da primeira vez que fez isso, Lula armou para si próprio uma armadilha que desembocou no maior escândalo de seu governo. É uma lição que, mostra a equipe de transição, ele certamente aprendeu. Até porque as pequenas regras deste jogo de composição se tornaram bastante mais complexas nestes últimos dez anos. É disso que trata o editor Pedro Doria em seu artigo para o Meio Político, que será distribuído hoje a partir das 11h. Para todos os assinantes premium — ainda é tempo de se juntar. E sai por quase nada. Assine.
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deu cinco dias para que a PM do DF explique sua atuação durante os atos de vandalismo praticados por bolsonaristas na noite de segunda-feira. Após a prisão de um indígena pela PF, um grupo tentou invadir a sede da corporação e, sem seguida, incendiou carros e ônibus na região. Ninguém foi preso, mas o secretário de Segurança do DF, Júlio Danilo de Souza Ferreira, disse que imagens de câmeras permitem identificar os responsáveis, e que eles serão punidos. (g1)
Para ler com calma. “É infiltrado. Para de filmar!” O repórter Lucas Neiva conta em primeira pessoa como foi acompanhar de perto a noite de violência em Brasília. (Congresso em Foco)
O Patriota expulsou ontem o cacique bolsonarista José Acácio Serere Xavante, cuja prisão pela PF foi o estopim dos atos de destruição em Brasília. Em nota, o partido repudiou os atos golpistas pelo país e reafirmou “total respeito às instituições democráticas e ao resultado do pleito eleitoral de 2022”. Autodenominado pastor evangélico, o indígena chegou a ser condenado em 2008 por tráfico de drogas, conta Guilherme Amado, mas cumpriu pena em liberdade por decisão do STJ baseada no Estatuto do Índio. (Metrópoles)
Em sua primeira aparição pública após a arruaça promovida por seus apoiadores em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro não falou, mas divulgou uma nota, sem condenar a violência. Embora ele estivesse presente no evento do Grupamento de Fuzileiros Navais em Brasília, sua nota foi lida por um locutor. Nela, Bolsonaro diz que os fuzileiros “lutaram e sempre lutarão para impedir qualquer iniciativa arbitrária que possam vir a solapar o interesse do nosso país”. (Folha)
A equipe de transição do presidente eleito Lula apresentou um relatório de 23 páginas recomendando um revogaço generalizado das medidas baixadas por Jair Bolsonaro e que possam ser desfeitas pelo Executivo. A informação é do coordenador técnico dos trabalhos, o ex-ministro Aloísio Mercadante. Segundo ele, as sugestões estão passando por uma “peneira bem fina” e serão submetidas aos futuros ministros. Eles farão uma lista mais específica para ser encaminhada a Lula, que dará a palavra final sobre o que será revogado. (Poder360)
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