terça-feira, 31 de maio de 2011

SP terá 1º incinerador de lixo doméstico

Pioneira no País, usina vai produzir energia e recuperar área ameaçada por risco de explosão e deslizamento em São Bernardo do Campo

05 de agosto de 2010 | 0h 00
Eduardo Reina - O Estado de S.Paulo
A cidade de São Bernardo do Campo, na região do ABC paulista, terá a primeira usina de incineração de lixo doméstico do Brasil. A estrutura vai ocupar a área do antigo Lixão do Alvarenga, na beira da Represa Billings, e vai gerar 30 megawatts por hora de energia elétrica. Ao lado, será criado um parque e haverá remoção de parte da população que hoje mora em cima do antigo lixão, uma área de risco de explosão e deslizamentos.
A usina terá capacidade para receber 1 mil toneladas de resíduos domésticos por dia. A energia gerada - 30 megawatts/hora - será suficiente para abastecer diariamente uma cidade de 300 mil habitantes. A obra inclui um setor de separação dos resíduos orgânicos e para reciclagem e está orçada em R$ 220 milhões.
Hoje na cidade de São Paulo há duas usinas de geração de energia por meio do lixo, nos aterros Bandeirantes (zona norte) e São João (zona leste). No entanto, esses funcionam com aproveitamento de gás metano gerado pelos resíduos. A novidade é o incinerador de lixo doméstico. Existem apenas usinas para incinerar lixo hospitalar e industrial no País.
"O sistema, além de fazer a queima da parte do lixo que não pode ser aproveitada, tem também o reaproveitamento de todo resíduo possível, até da fração orgânica", explica o professor Elcires Pimenta Freire, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e coordenador do plano de resíduos sólidos da cidade. O modelo escolhido mescla tecnologias da Alemanha, Holanda e Espanha.
O secretário de Planejamento Urbano de São Bernardo, Alfredo Buso, diz que o edital deve ser lançado em breve. A expectativa do prefeito Luiz Marinho (PT) é que o início da operação seja em 2012. A cidade gasta R$ 14 milhões por ano para descartar 650 toneladas de lixo por dia num aterro sanitário no município de Mauá. Para Buso, os gastos não serão superiores aos de hoje.
Remediação. A área do bairro Alvarenga no limite com Diadema abrigou um lixão de 1971 a 2001. No dia 13 de abril, o Estado lembrou que o bairro tem condições similares às do Morro do Bumba, em Niterói, que deslizou por causa da chuva e do acúmulo do lixo. Em Niterói, 51 pessoas morreram. Em São Bernardo do Campo, centenas de famílias temem o mesmo destino.
A área de 700 mil metros quadrados nunca teve um sistema de condução dos efeitos colaterais do acúmulo de lixo sob a superfície: gases e chorume. O metano também fica preso no solo, aumentando a cada dia o risco de explosões. Já o líquido que resulta da decomposição dos resíduos vai direto para a Represa Billings, a 200 metros do local.
O projeto de construção da usina e do parque atende a medida judicial que condenou as prefeituras de São Bernardo e Diadema e os donos do terreno a remediar o problema ambiental. Parte das 200 famílias que moram no terreno será removida.
A prefeitura estima que sejam necessários R$ 20 milhões para fazer a canalização de drenagem dos gases e captação do chorume. Os trabalhos devem começar em setembro, com conclusão prevista para o fim de 2011.
O ambientalista Virgílio Alcides Farias, que defende a desativação do Lixão do Alvarenga, acredita que a criação da usina é uma boa notícia. "Está dentro do que se chama de ação sustentável. Mas é preciso manter um monitoramento contínuo e seguir as normas existentes de controle, principalmente na emissão de gases." A prefeitura afirma que o modelo de usina de São Bernardo segue as diretrizes estaduais para o tratamento térmico de resíduos sólidos.

LÁ TEM...
Áustria
A usina de Viena é uma das mais modernas da Europa. Tem capacidade para queimar 720 toneladas/dia.
Alemanha
Há duas unidades em Ingolstadt, que processam 600 toneladas/dia cada.
Inglaterra
Em Marchwood, a usina local incinera 560 toneladas/dia.
França
Uma das maiores da Europa fica em Paris, com capacidade para 1,6 mil toneladas/dia.
Estados Unidos
A maior do país está em Miami e chega a 4,2 mil toneladas/dia.

Energia
5 horas
é o período em que um computador poderia funcionar com a queima de um quilo de lixo
24 minutos
duraria um secador de cabelo ligado, segundo Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe)

Discussões Urbanas.nome 


quinta-feira, 26 de maio de 2011

SP debaterá 'soluções verdes' com prefeitos mundiais

26 de maio de 2011 | 8h 00
CIRCE BONATELLI - Agência Estado
A cidade de São Paulo receberá na próxima semana prefeitos e representantes de 47 cidades de todo o mundo para discutir projetos relacionados ao meio ambiente e às mudanças climáticas. A chamada C40, evento composto por plenárias e sessões de debate, permitirá às administrações das cidades discutir soluções para problemas ambientais e ver como outras prefeituras do mundo estão lidando com os mesmos assuntos.
Segundo dados da organização da C40, as cidades ocupam apenas 2% das terras do planeta, mas concentram a maioria da população mundial e respondem por mais de 70% das emissões de gases causadores do efeito estufa. "As cidades sofrem com os efeitos das mudanças climáticas, como a alteração no volume de chuvas, que podem causar enchentes e secas", explica Miguel Bucalem, secretário municipal de Desenvolvimento Urbano de São Paulo. "Por isso é importante aprender a se adaptar a essas mudanças."
De 31 de maio a 3 de junho, estarão na capital paulista os prefeitos de Nova York, Michael Bloomberg, e Buenos Aires, Maurício Macri, além de prefeitos e representantes de várias outras cidades. O Brasil será representado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e de Curitiba, Luciano Ducci. Outras personalidades mundiais, como o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, e líderes ambientalistas também participarão da C40.
Vitrine
A Prefeitura de São Paulo usará o evento como uma vitrine internacional para seus projetos ligados à preservação do meio ambiente, como a inspeção veicular obrigatória, a construção de parques lineares e o programa de plantio de árvores. O destaque dessa vitrine são as usinas termelétricas instaladas nos aterros sanitários Bandeirantes e São João, desativados em 2005 e 2007, respectivamente, após chegar aos seus limites de estocagem de lixo. Hoje, o gás metano expelido nesses locais serve para a geração da energia que abastece 700 mil pessoas, o equivalente a 7% do consumo do município, segundo dados da prefeitura paulistana.
As prefeituras convidadas também vão mostrar na C40 como têm lidado com seus dilemas ambientais. Tóquio, por exemplo, está incentivando as empresas locais de energia a fornecerem 20% de energia renovável até 2020. Já Paris popularizou as estações de bicicleta, com aluguel a baixo custo e funcionamento 24 horas. A capital francesa também expandiu a rede de ciclovias para cerca de 400 quilômetros em uma década.
Durante a C40, está prevista a assinatura de um acordo entre o prefeito Gilberto Kassab e o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, para o intercâmbio de técnicos das duas cidades e a troca de experiências. Segundo o secretário municipal de Relações Internacionais, Alfredo Cotait, a capital paulista tem interesse no projeto de "edifícios verdes" de Nova York, que estipula padrões de construção para reduzir o consumo de água e energia em novos prédios, segundo lei municipal de 2005. "Acho que é um bom caso para tentar aprender", disse Cotait, lembrando que São Paulo já exige sistemas solares para aquecimento de água em todos os prédios novos construídos desde 2007.
O secretário de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem, acrescenta que outros programas poderão ser adotados a partir das discussões nas mesas-redondas já programadas para o evento. "Mas cada experiência (das outras prefeituras) tem de ser avaliada de acordo com a realidade local. Não se trata apenas de importar essas práticas. É preciso estudar."
Após as conferências da C40, a organização do evento vai preparar um documento relacionando as melhores práticas ambientais, que será encaminhado para os governos dos países e para a Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo é que as cidades pincem algum dos programas apresentados até a próxima reunião das prefeituras, em 2013.
Quarta edição
A Cúpula C40, presidida atualmente por Bloomberg, ocorre a cada dois anos e está em sua quarta edição. A primeira ocorreu em Londres, em 2005, por iniciativa do então prefeito Ken Livingstone. Em seguida, foram realizadas as edições de Nova York (2007) e Seul (2009). Desde 2006, a C40 conta com apoio financeiro da organização de Bill Clinton para o meio ambiente (CCI, na sigla em inglês).
No mês passado, as duas instituições anunciaram uma aproximação ainda maior, com o objetivo de ampliar o número de cidades membros e também aumentar o orçamento conjunto, que gira em torno de US$ 15 milhões anuais, segundo o jornal The New York Times. A quantia é destinada ao financiamento de projetos de combate às mudanças climáticas. 


Empreiteira do Exército em obras está no limite

O Estado de S.Paulo
A Engenharia do Exército está com sua capacidade de emprego no limite e a Força não tem mais condições de atender a qualquer novo pedido de ajuda do Palácio do Planalto. A "empreiteira" Exército atende preferencialmente a projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e trabalha hoje nas obras de sete aeroportos, três rodovias e na transposição do Rio São Francisco, não tendo mais como ajudar na infraestrutura dos estádios da Copa. 

"Toda a nossa capacidade operativa está completamente empenhada", disse ao jornal O Estado de S. Paulo o chefe interino do Departamento de Engenharia e Construção do Exército, general Joaquim Brandão. "Não tenho reserva", completou, sobre a falta de pessoal e equipamentos. Segundo o general, "se houver alguma emergência ou urgência", o Exército terá de "parar alguma obra para atender à necessidade premente". 

Os 12 batalhões de Engenharia e Construção e os 12 batalhões de Engenharia de Combate estão envolvidos em 40 projetos, o que dá um total de 50 obras espalhadas pelo Brasil. No total, a engenharia do Exército conta 10 mil homens - 750 permanentemente envolvidos com a missão brasileira no Haiti. 

Por causa das atuais limitações, o Exército não pode atender o pedido do Planalto e do governo do Espírito Santo para que a Força se envolvesse com a construção do terminal do aeroporto de Vitória. Há duas semanas, o então presidente em exercício Michel Temer - a presidente Dilma Rousseff estava na China -, chamou o general Brandão a seu gabinete para conversar com o governador capixaba, Renato Casagrande (PSB), e a bancada de parlamentares do Estado. Eles pediram que o Exército assumisse e executasse a obra. 

Futuro caminhão de entregas é feito de plástico e pode ser reciclado

GizModo
Publicado em 25 de Maio de 2011
Tá vendo este caminhão de entregas da americana UPS, a maior empresa de logística do mundo? Parece um caminhão normal de entregas, mas na verdade ele é todo feito de plástico. Ele também consome combustível de forma eficiente, e é reciclável. 

Os painéis que compõem os novos caminhões da UPS serão feitos de plástico ABS, em vez de chapas de alumínio. Esta cobertura de plástico vai reduzir o peso em 450kg. Um caminhão mais leve pode receber um motor menor e mais eficiente. A UPS estima que a empresa pode aumentar em 40% a eficiência em combustível, e pode economizar mais de 300 milhões de litros de diesel por ano. Os custos crescentes com diesel vão cair, e o ar fica mais puro. Vale lembrar que a UPS já usa veículos elétricos híbridos, além de caminhões a gás natural. 

E o melhor: o plástico ABS pode ser obtido de caminhões inoperantes, e pode ser usado para caminhões futuros. Sim, você ainda usa um derivado de petróleo – o plástico – mas com certeza a quantidade de plástico para fabricar os caminhões exige bem menos petróleo que 300 milhões de litros de diesel. Até porque a UPS pode reciclar plástico para seus novos caminhões 

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Alex Manente lança frente ambientalista na Alesp


quinta-feira, 19 de maio de 2011 19:35 [Nenhum Comentário]
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da Redação
Como alternativa para ampliar as discussões sobre o crescimento sustentável do Estado de São Paulo, o deputado estadual Alex Manente (líder do PPS) lançou, nesta quinta-feira (19/05), a Frente Parlamentar Ambientalista. Com a presença do deputado federal Arnaldo Jardim (PPS), do presidente da Fundação SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, e outros especialistas, o parlamentar discutiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
 
No encontro, Alex Manente defendeu a integração entre poder público, iniciativa privada e sociedade para impulsionar o trabalho da Frente. “Quero propor a coordenação em conjunto com a classe empresarial e a população, principais responsáveis por debater os caminhos possíveis para crescer de maneira sustentável, utilizando nossos recursos naturais, gerando emprego e renda aos profissionais da reciclagem”, avaliou.
 
Coordenador da Frente Parlamentar da Billings – criada no primeiro mandato –, o deputado enfatizou a importância do tema ao mensurar que a recém Frente Ambientalista obteve adesão de 25 parlamentares da Casa. “Isso demonstra que todos reconhecem a necessidade de adotar políticas para preservar o meio ambiente. Mais do que isso, entendem que somos responsáveis em debater com todos os setores como São Paulo, pólo econômico do País, pode utilizar, por exemplo, os resíduos sólidos para crescer ainda mais.”
 
Arnaldo Jardim, que criou a Frente Ambientalista para incentivar a discussão do tema em Brasília, argumentou que a mobilização para tratar dos problemas ambientais gera responsabilidades. “É o ponto de partida para um crescimento sustentável. Como representantes do poder público, temos o compromisso de integrar a população neste debate. O parlamento tem o papel de resgatar a sociedade”, destacou.
 
Segundo Mantovani, o objetivo é criar 17 frentes no Brasil com o apoio de deputados estaduais e federais para discutir a Política de Resíduos Sólidos. “É possível criar políticas para resolver o que aflige nossas comunidades. A questão ambiental está ligada à qualidade de vida, ao nosso futuro.”
 
SEMINÁRIO – Com a participação de comissão de catadores de papelão do Estado – inclusive de São Bernardo –, especialistas falaram sobre os desafios para implementar a Política Nacional, administrar a destinação dos resíduos sólidos e usufruir das oportunidades na área.
 
Na mesa, estavam os palestrantes Silvano Silvério, do Ministério do Meio Ambiente, Vítor Bicca Neto, presidente do CEMPRE, e Francisco das Chagas Santos do Nascimento, do Comitê Interministerial para a Inclusão do Catador/MDS.
 
A diretora da Associação Brasileira do Ministério Público de Meio Ambiente, Cristina Godoy de Araújo Freitas, e o representante do Movimento Nacional de catadores de Materiais Recicláveis, Roberto Rocha, concluíram o ciclo de palestras. O secretário-adjunto de Meio Ambiente do Estado, Rubens Rizek, também compareceu no lançamento da Frente Parlamentar e defendeu a iniciativa.
 
NOVA RODADA – Nesta sexta-feira (20/05), o deputado presidirá seminário que tratará sobre a responsabilidade da gestão de resíduos da construção civil e o potencial de utilização de entulho na recuperação de obras de saneamento, entre outros temas. O evento começar às 14h, no Plenário Teotônio Vilela da Assembleia Legislativa.