quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Deirdre Nansen McCloskey - Festival de liberdade, FSP

 Os adolescentes têm três caminhos para a política.

Um deles é o que o grande economista Albert Hirschman chamou de lealdade. O adolescente opta por ser leal a seus pais, à igreja deles e às suas posições conservadoras. Jair Messias Bolsonaro.

Outro caminho que consta do vocabulário de Hirschman é o da voz, que eu escolhi aos 16 anos. O adolescente opta por exercer sua voz de maneira progressista, de cima para baixo. Luiz Inácio Lula da Silva.

Ele aprende a lealdade em casa e a voz na universidade.

Montagem com fotos de Lula e Bolsonaro
Montagem com fotos de Lula e Bolsonaro - Marlene Bergamo/Folhapress e Gabriela Bilo/Folhapress

A terceira opção é a saída —a liberdade de escolher conforme as circunstâncias mudam. Nada de catecismo de igreja, nada de interferência detalhada de mestres em Brasília. Nada de um futuro determinado pelo plano.

Você já sabe qual caminho eu quero que os jovens sigam. Se o fizessem em número suficiente, como fizeram em número surpreendente no Brasil em grupos da Students for Liberty e da LOLA (Ladies of Liberty), o Brasil prosperaria.

Os outros caminhos levam ao estatismo entorpecente. O conservador enxerga as pessoas como crianças travessas que precisam ser controladas pela igreja ou pelo Exército. O socialista enxerga as pessoas como crianças tristes, às quais devemos dar um docinho e mandar para a cama cedo. Travessas ou tristes.

Eu quero que, em vez disso, os adolescentes optem por ser adultos liberados.

O problema é que a lealdade e a voz, o conservador ou o progressista, mexem com o coração. Suas canções são melhores do que o que os liberais podem oferecer.

A única canção liberal que me vem à mente foi composta em 1795 pelo escocês Robert Burns, "A Man’s a Man for A’ That". Quando você chega mais perto dos 30 que dos 20 anos, pode começar a ficar mobilizado por algo que atrai sua cabeça, mais que seu coração, e pode se convencer a tornar-se um liberal de verdade por motivos racionais. Mas antes disso? A maioria das pessoas escolhe sua posição política aos 19 anos e nunca a reavalia.

Como apelar emocionalmente aos adolescentes?

O Brasil e meu país precisam de um novo Woodstock, uma celebração da liberdade num festival de música, humor e depoimentos. A orquestra sinfônica e o balé são autoritários, comandados por um regente ou coreógrafo, razão por que a URSS os adorava. Já o rock, ou na minha geração o jazz, encarnam a liberdade.

Imagine um festival com milhares de adolescentes vendo músicos quebrando suas guitarras, humoristas tirando sarro do Estado e favelados relatando como foram brutalizados pela polícia.

Compre seu ingresso com antecedência.

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