terça-feira, 31 de maio de 2022

Suicídio entre policiais civis de SP supera mortes em ações na última década, diz sindicato

 O número de policiais civis do estado de SP que cometeram suicídio supera o índice dos que foram mortos em serviço nos últimos dez anos. Os dados são do levantamento mais recente feito pelo Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de SP).

0
Fachada de delegacia da Polícia Civil no município de Mineiros do Tietê, em SP - Alf Ribeiro - 22.abr.2019/Folhapress

PANORAMA

Enquanto 33 profissionais morreram em ações, 68 agentes tiraram a própria vida dentro do período analisado —mais que o dobro. O estudo foi feito a partir de dados da SSP (Secretaria de Segurança Pública). Eles compreendem o período entre 2012 e março de 2022.

PUBLICIDADE

QUEM

O maior número de profissionais que se suicidaram eram investigadores. Foram 28 mortes em dez anos. Em seguida estão agentes policiais (11), delegados (7), escrivães (7) e carcereiros (6). Neste ano, já foram registrados dois casos. Em 2021, foram dez. No ano anterior, oito, ante sete em 2019.

RUA

Até março de 2022, foi registrado um caso de policial morto em serviço. Em 2020 e em 2021, o patamar foi o mesmo: quatro agentes morreram em ação.

URNA

A divulgação do estudo marca a saída da presidente do Sindpesp, Raquel Gallinati, que vai deixar o cargo na quinta-feira (2) para se lançar candidata a deputada estadual pelo PL.

Em liberdade, Elize Matsunaga diz orar pelo perdão do marido assassinado, FSP

 Cristina Camargo

SÃO PAULO

Em sua primeira declaração após ser colocada em liberdade por decisão da Justiça de São Paulo, Elize Matsunaga, 40, disse que pede em suas orações o perdão do marido, o empresário Marcos Matsunaga, que ela matou e esquartejou em maio de 2012, no apartamento do casal, em São Paulo.

"Acredito na espiritualidade que ele já tenha me perdoado", afirmou após sair da Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, onde cumpria pena.

Elize Matsunaga em imagem da série documental 'Era uma vez um crime', que conta a sua história - Netflix

A bacharel em direito e ex-garota de programa foi condenada por matar o marido em 2012 e saiu da prisão nesta segunda-feira (30) após a Justiça conceder livramento condicional.

Elize não pode dar entrevistas, mas gravou vídeos ao lado do advogado criminalista Luciano de Freitas Santoro, que a defende. Ela disse estar muito feliz, agradeceu a Deus, aos advogados, à família e aos amigos que a apoiaram.

"Infelizmente eu não posso consertar o que passou, o erro que cometi. Estou tendo uma segunda chance, infelizmente o Marcos não", disse.

Ela estava presa desde a morte do empresário, há dez anos. A decisão de soltar Elize foi tomada pelo Departamento Estadual de Execução Criminal da 9ª Região Administrativa Judiciária.

PUBLICIDADE

A SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) informou que Elize foi solta às 17h35 desta segunda. Ela deverá seguir uma série de exigências, como obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apta para o trabalho, comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação e não mudar do território da comarca do juízo da execução sem prévia autorização.

"Sei que haverá uma nova etapa agora, com obrigações diferentes. Mas estou muito feliz por ter vencido, pelas pessoas que me apoiaram, pelas pessoas que compreenderam", disse, ao lado do advogado.

A bacharel em direito afirmou também que não vai mais errar e que terá mais uma faculdade para cursar e um livro para escrever.

Para o advogado, Elize vive a partir de agora um recomeço. "O sol nasce de novo todos os dias. E todo dia há um novo caminho para a gente, uma nova oportunidade", afirmou Santoro.

Segundo ele, o livramento condicional é uma etapa correta do cumprimento da pena, o próximo passo de quem cumpre as obrigações impostas pelo estado.

Elize foi condenada em 2016 pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. A pena chegou a quase 19 anos de prisão por ter matado e esquartejado o marido.

Em maio de 2019, ela obteve na Justiça a redução da pena em dois anos e seis meses. Na época, a Quinta Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) deferiu um pedido da defesa.

Também em 2019 ela passou para o regime semiaberto.

No vídeo com o advogado, Elize prometeu cumprir com todas as obrigações legais para não voltar à prisão. "Sem esquecer que a gente pode alimentar a fé mesmo na escuridão", disse.


Carne vegetal e o futuro do agro, Ronaldo Lemos, FSP

 Se existe uma área em que o Brasil é claramente competitivo globalmente é o agronegócio. No entanto, seria irresponsável acreditar que o sucesso econômico atual do agro brasileiro vai durar para sempre. Mudanças geopolíticas, tecnológicas, de inovação e preferência do consumidor ameaçam a aposta que o Brasil faz no setor.

Primeiro, vale lembrar que o sucesso do agro acontece em correlação direta com a ascensão econômica da China. Em 1980 a China importava 16,4% da soja que consumia. Em 2020 esse volume chegou a 84,1% de acordo com dados da FAO. Não é pouca coisa. A China precisa alimentar hoje 18% da população mundial, mas possui apenas 6,5% das terras aráveis. O Brasil aproveitou essa oportunidade para se estabelecer como fornecedor, aplacando parte dessa demanda.

Hambúrgueres a base de planta em fábrica de São Paulo - Gabriel Cabral - 7.jul.2021/Folhapress

No entanto, desde 2021 o tema da independência alimentar vem crescendo rapidamente na China. Nesse sentido, o plano quinquenal lançado em 2021 é leitura obrigatória para todo o setor de agro brasileiro.

O plano coloca em prática quatro estratégias essenciais. A primeira é preservar as terras aráveis e aumentar a produção local de grãos. A segunda é investir fortemente em ciência e tecnologia agrícola e em agricultura "smart". A terceira é maior controle e investimento em sementes e variedades de plantas. A quarta é promover a diversificação de fontes de importação, evitando a dependência de qualquer país. Não por acaso o presidente Chinês fez diversas afirmações em 2021 no sentido de reduzir qualquer tipo de dependência, por exemplo, afirmando que "nunca podemos permitir que outros controlem nossa capacidade de alimentação, que é uma questão básica de sobrevivência".

Além disso, afirmou que a China precisa "obter calorias e proteínas a partir de plantas". Essa frase sinaliza em direção ao mercado crescente de proteínas vegetais e de "carne" feita a partir de plantas.

A projeção do Good Food Institute (GFI) é de que a demanda por proteína de plantas será crescente ao longo da década, chegando anualmente à necessidade de produzir 30 milhões de toneladas métricas até 2030. De acordo com o mesmo instituto, esse setor hoje tem mais demanda do que a oferta é capaz de suprir.

Olhando para os preços, é uma área em que a China poderá ser competitiva. Um quilo de concentrado proteico feito a partir de plantas custa hoje naquele país de US$ 2,5 a US$ 5,5 (pureza menor de 90%). Já no Canadá, um quilo do mesmo produto custa cerca de US$ 15, dando sinais de inversão de competitividade em favor da China quando se trata de proteína vegetal.

Um dos problemas é que esse mercado de proteína vegetal é altamente incerto do ponto de vista de padronização. Falta ainda uma definição clara do que vem a ser "carne de planta" e diretrizes para rótulos e publicidade. No entanto, olhando para a quantidade de capital de risco ingressando nesse setor (US$ 3,1 bilhões, ou R$ 15,8 bilhões, só em 2020) é de se esperar um crescimento contínuo. O Brasil tem de ficar de olho.

P.S. Agradeço aos alunos do Schwarzman College, Muhammad Sidiqui, Petrie, Chatha, Han e Hu pela excelente pesquisa.


Já era Jogar peteca em quadra

Já é A febre do Beach Tennis, que vem tirando espaço de outros esportes

Já vem Discreto crescimento do pádel (mistura de tênis com squash)