quarta-feira, 14 de abril de 2010

O possível país do futuro, por José Alencar

PAULO RABELLO DE CASTRO


O palestrante indiano daquela noite discorreu sobre o desafio das empresas privadas indianas diante da globalização e da competição com a China, tema dos mais importantes para qualquer um que pense em desenvolvimento. Fechou sua fala aos empresários, reunidos no clube de negócios do WTC, na capital paulista, com uma pergunta: “E vocês, brasileiros, que não têm uma China como vizinha, qual é o senso de urgência que os mobiliza a tentar tornar seu país melhor e mais eficiente?”.

A pergunta incômoda era de Ravi Ramamurti, professor emérito da Universidade Northeastern. Ele tentava projetar o futuro de seu país, mostrando que a economia da Índia seria, antes de 2040, a terceira maior do mundo, logo depois da China e dos Estados Unidos, deixando para trás europeus e outros asiáticos. O questionamento sobre o senso de urgência e o rumo do Brasil ficou sem resposta até que o homenageado da noite, o vice-presidente José Alencar, recebeu a palavra.

Digno, com sua voz grave, mas com pensamentos modulados por uma temperança bem mineira, que suavizava o aço rígido de suas convicções, Alencar foi buscar no íntimo de suas vivências um depoimento sobre o futuro do Brasil. Como resposta resumida, foi a melhor que já ouvi sobre nosso verdadeiro potencial, mais uma vez valorizado pelos estrangeiros, capazes de encontrar em nós virtudes que, inclusive, nem sabemos se temos.

Alencar fez três observações fundamentais. O Brasil é um país rico, um diferencial a mais na comparação mundial. Primeiro, por seus recursos. Não só os naturais, como a abundante terra arável, água como ninguém e sol forte a ponto de propiciar mais de uma safra por ano, mas principalmente por outro tipo, o recurso humano, o povo brasileiro. Trata-se de gente capaz de aprender rápido, inovar e improvisar e que agora também se educa e aprende a ter disciplina no trabalho. Logo em seguida – lembrou Alencar ao indiano –, pelas empresas brasileiras e seus empreendedores, por sua persistente disposição para crescer e lucrar. Tanto o Brasil como a Índia, durante algum tempo, satanizaram o ganho empresarial, chamado Lucro, como se ele fosse medida de exploração do trabalho, e não a fonte de novos empregos, quando bem reinvestido. No passado, endeusamos os gastos públicos sem retorno, as bondades casuísticas feitas com o sacrifício dos impostos pagos por todos. Mas a Índia e o Brasil finalmente estão aprendendo que a fonte do progresso social, do verdadeiro desenvolvimento, é o lucro, e não o prejuízo, o paternalismo ou a repartição da pobreza. Desperdícios custam para toda a sociedade, enquanto a produção eficiente gera riqueza e oportunidades de ascensão coletiva. Está aí a classe C para mostrar isso.

As empresas são “bens da comunidade”. Os governos
não deveriam tentar substituir empresários
Finalmente, a terceira observação, de profundidade filosófica. As empresas são “bens da comunidade”, de que cuidam seus donos, não importando se é um indivíduo ou se são dezenas de milhares de acionistas reunidos numa sociedade anônima, pois um dos maiores interesses do empresário é ver sua iniciativa engrandecida, mesmo quando ele não estiver mais lá. Os governos não deveriam tentar substituir os empresários, que são muitos e cada vez mais bem preparados no Brasil. O papel econômico dos governos é desobstruir o caminho para o progresso do Brasil, com cinco ações: remover a ignorância, a falta de saúde e saneamento, a precariedade da infraestrutura e as políticas antagônicas ao crescimento, como juros altos demais e impostos irracionais. No Brasil, cabe aos governos tocar esse “Quinteto do Desenvolvimento”.

Nosso senso de urgência deveria nos levar a buscar quem coordene esse notável time de empresários e trabalhadores. Na democracia, como nos lembrava Alencar, reside nosso trunfo final, nossa arma competitiva em relação a outras potências que não permitem a liberdade de expressão nem são verdadeiras economias de mercado.

É tempo de refletirmos sobre a mensagem desse grande brasileiro que jamais desiste.

A China e a “primarização” das exportações brasileiras

por Cláudia Trevisan
Seção: ECONOMIA\ Estadão
14.abril.2010 00:41:38



A explosão da demanda chinesa por commodities na última década foi o que transformou o país asiático em um fator crucial para a economia brasileira. Também foi a principal razão para o processo de “primarização” da pauta de exportações nacionais no mesmo período, com a expansão do peso dos produtos básicos e o encolhimento da parcela representada por bens industrializados, que possuem maior valor agregado.
Há dez anos, quando a China começou a entrar no radar dos embarques brasileiros, a exportação de bens básicos respondia por 22,79% do total, enquanto a participação de manufaturados e semimanufaturados estava em 59,07% e 15,52%, respectivamente, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. As estatísticas relativas ao ano 2000 mostram que a China aparecia em 12º lugar na lista dos principais destinos das exportações brasileiras. O país asiático saltou para a sexta posição no ano seguinte, consolidou-se no terceiro lugar a partir de 2005 e chegou à liderança em 2009.
A meteórica ascensão foi acompanhada do aumento do peso das commodities nos embarques brasileiros. Em 2007, ano anterior à eclosão da crise mundial, o percentual de bens básicos aumentou para 32,12% e os relativos a manufaturados e semimanufaturados caíram para 52,2% e 13,57%, respectivamente.
Se forem considerados os números do ano passado, influenciados pela retração da demanda norte-americana, a fatia dos bens primários é ainda maior: 40,50%, quase o dobro do patamar existente no ano 2000, e próximo dos 44,02% obtidos pelos manufaturados.
Isso não significa que a venda de bens industrializados diminuiu, mas sim que ela aumentou em ritmo bem menor que a de produtos básicos, principalmente minério de ferro, soja e petróleo _sem considerar o cenário atípico de 2009. A expansão do peso das commodities reflete também a forte alta de seus preços no mercado internacional em razão do aumento da demanda chinesa nos últimos anos.
A diversificação da pauta das exportações brasileiras é um dos pontos principais do Plano de Ação Conjunto para o período 2010-2014 que os presidentes Hu Jintao e Luiz Inácio Lula da Silva vão assinar em Brasília na sexta-feira, durante a segunda visita oficial do dirigente chinês ao país.
No ano 2000, o principal produto de exportação do Brasil foram aviões, com vendas de US$ 3,054 bilhões, valor quase idêntico aos US$ 3,048 bilhões movimentados por minério de ferro, que aparecia em segundo lugar. Sete anos depois, os embarques de minério de ferro haviam se multiplicado por três, para US$ 10,56 bilhões, enquanto a venda de aviões subiu 54,5%, para US$ 4,72 bilhões, o que colocou o produto em quarto lugar no ranking, atrás de minério, petróleo e soja, que se transformaram nos principais produtos de exportação.
A ascensão do minério de ferro à condição de principal estrela das exportações brasileiras acompanha o processo de transformação da China no maior fabricante de aço do mundo, responsável por quase metade da produção global. Os dirigentes chineses consideram estratégico ter uma indústria siderúrgica forte para alimentar o ritmo anual de crescimento de 10% do país e suprir a demanda do movimento de urbanização, pelo qual milhões de chineses se mudam do campo para as cidades. O aço é a principal sustentação desse processo, utilizado na construção, em obras de infraestrutura e na fabricação de bens de consumo duráveis, como carros e eletrodomésticos.
A China se transformou no maior fabricante de aço do mundo em 1996, com produção de 101,24 milhões de toneladas, mas foi na década seguinte que seu peso no setor aumentou de maneira desproporcional. Oito anos depois de ter se tornado o líder mundial, a China dobrou sua produção anual, para 222,4 milhões de toneladas em 2003, segundo dados da World Steel Association.
O volume dobrou de novo em apenas quatro anos e chegou a 490 milhões de toneladas em 2007. No ano passado, a China produziu 567,84 milhões de toneladas, o equivalente a 46,5% do total mundial _o Brasil fabricou 33,7 milhões de toneladas em 2008. A quantidade de aço que sai das siderúrgicas chinesas supera a soma do que é fabricado pelos oito países que aparecem em seguida no ranking da World Steel Association.
Para produzir todo esse aço, a China precisa de quantidades crescentes de minério de ferro, sua principal matéria-prima. Essa foi a razão pela qual o país se tornou o cliente número um da brasileira Vale, que é a maior produtora de minério de ferro do mundo. No ano 2000, esse item representava 5,53% das exportações nacionais. O percentual subiu para 6,57% em 2007, 8,36% no ano seguinte e chegou a 8,66% em 2009. A soja participava com 3,97% nos embarques brasileiros em 2000, índice que subiu para 4,18% em 2007, 5,53% em 2008 e 7,47% no ano passado. No movimento contrário, o peso dos aviões saiu de 5,54% para 2,94% em 2007. No ano passado, sob efeito da crise, o percentual encolheu ainda mais, para 2,52%.
(Este texto foi publicado domingo no Estadão)
Tags: Aviões, Brasil, China, Exportações, Minério de Ferro, Produtos básicos, Soja
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32 ComentáriosComente também
14/04/2010 - 10:05
Enviado por: Cyber
Este texto me faz lembrar que continuamos a ser uma colônia extrativista. Gostaria que fosse bem diferente, mas os números mostram isto. Ao invés de aumentarmos a exportação de produtos de alto valor agregado, afinal a tonelada de um avião pode chegar a valer alguns milhões de US$, aumentamos a exportação de minério de ferro, que vale alguns centavos de US$. Minério este que compramos de volta na forma de eletrônicos e eletrodomésticos, baratos sim, mas nos quais o valor agregado foi multiplicado por pelo menos 1 milhão (considerando o peso final em ferro).
Produto chinês, de uma forma geral, é considerado de baixa qualidade. Assim era o produto japonês na década de 1950-60, no final na década de 1970 ao contrário já era garantia de qualidade. Ao meu ver, a China vai pelo mesmo caminho, eles estão aprendendo e rápido. A população do Japão nunca passou de 150 milhões, os chineses já são mais de 1,3 bilhões.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

BR 101 Nordeste - essa sim a maior obra viária do País

ABCP - Demonstra Benefícios do Pavimento de Concreto na BR-101 NE
A convite da Associação Brasileira de Cimento Portland, uma equipe de Rodovias&Vias conferiu na BR-101 Nordeste a performance do pavimento rígido.

Os quase 400 quilômetros da nova pista, na duplicação da rodovia federal que margeia o litoral dos estados de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, estão sendo construídos com pavimento de concreto.

Nossa equipe teve a oportunidade de dirigir um veículo ao longo de vários quilômetros em um trecho já concluído da BR-101 e constatar que além de durável a pista de cimento tem outras vantagens. Por ser mais claro que o asfalto, reflete melhor a luz, tanto a noite, quanto durante uma chuva.

Outro fator positivo com pista molhada é que o pavimento rígido tem mais aderência dos pneus, o que representa mais segurança ao diminuir os riscos com aquaplanagem.

Os engenheiros da ABCP, Hugo Rodrigues e Ronaldo Vizzoni que coordenaram a vistoria, explicaram que é possível criar pontos com
microfresagem, em trechos específicos para garantir ainda mais aderência dos carros na pista.

Se respeitados os limites de peso por veículos de carga, a pista de pavimento rígido pode permanecer integra por até 20 anos.

"O volume de obras em pavimento de concreto está crescendo no Brasil e há necessidade premente de melhor entender as peculiaridades de sua execução conforme as características climáticas e do solo da região", explica Martônio Francelino, também engenheiro da ABCP.

Entre as grandes obras viárias, construídas com pista de cimento, destaca-se o trecho Sul do Rodoanel de São Paulo.



FONTE: REVISTA RODOVIAS E VIAS - ANO 10 - NÚMERO 39 - MAI/JUN 09

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Tapete verde sobre o Pinheiros esconde o esgoto por baixo

São Paulo falha em teste para limpar águas do rio Pinheiros

29/03/2010 - 09h08 | da Folha Online











Raimundo Pacco/Folha Imagem

Teste do sistema de flotação na represa Billings, usado no tratamento ao rio Pinheiros, em São Paulo, SP (29/2/2008)
Fracassaram as primeiras tentativas do governo do Estado de São Paulo para tratar a água do rio Pinheiros e levá-la limpa à represa Billings, uma das principais fontes de abastecimento da região metropolitana. Foram consumidos dois anos de testes e R$ 80 milhões.

O sistema testado no Pinheiros foi a flotação, que consiste em reunir a sujeira em flocos e levá-la para a superfície do rio. Forma-se um lodo na parte de cima, que, então, é removido.

Embora tenha havido avanços, os testes conduzidos pelo governo José Serra (PSDB) mostraram que a flotação não foi capaz de barrar completamente a poluição. Os experimentos acabaram no final de 2009. Por não ter obtido êxito, o governo será obrigado a testar a flotação em um canal fora do rio --etapa que deve começar em abril.

As falhas na flotação impedem, ao menos temporariamente, os planos do governo de submeter parte da água (em vez de "toda a água") do rio ao tratamento --o projeto estava previsto para começar em 2010.

Um acordo firmado na Justiça obriga o Estado a atender requisitos especificados pelo Ministério Público Estadual se quiser emplacar o projeto, estimado em R$ 350 milhões, segundo a Secretaria Estadual de Saneamento e Energia.

Entre as substâncias para as quais o tratamento é ineficaz está o nitrogênio amoniacal, indicador de presença de esgoto --impensável para estar na água levada para a Billings. A substância também provoca a formação de algas, que podem interferir no gosto da água e levar à morte de peixes.

Sem dar solução para o problema, a flotação não pode ser implantada em todo o rio Pinheiros, disse o promotor José Eduardo Ismael Lutti, responsável pelo caso. "A qualidade da água obtida nos testes não atende os padrões legais e certamente virá a causar danos irreversíveis à Billings e, possivelmente, em consequência, à Guarapiranga, tanto sob o ponto de vista ambiental quanto no de saúde pública."

Mesmo em parâmetros onde o tratamento resultou em melhoria o resultado foi considerado insuficiente. Foi o caso do fósforo, formador de algas, cuja presença na água caiu 91%. Segundo a equipe técnica da FSP (Faculdade de Saúde Pública) da USP, porém, o que sobra de fósforo afeta a qualidade da água -a queda precisaria ser próxima a 99%. A FSP auxilia o Ministério Público no caso.

Também houve melhora na concentração de metais na água, no aumento de oxigênio dissolvido e na contaminação pela bactéria Escherichia coli, presente nas fezes humanas.

"O sistema de flotação --como concebido e testado- é insuficiente e inadequado para a missão a que se propõe: reverter esta água 'melhorada' para a Billings", diz Lutti. Daí a necessidade de mais testes que comprovem a eficácia do sistema.

Como os testes são caros --os custos com produtos químicos consomem 80% do total investido--, há risco de o projeto se tornar inviável, diz o promotor.

Lodo

Há outro empecilho para implantar a flotação no Pinheiros: a necessidade de reduzir o volume de lodo que o sistema forma, disse Pedro Mancuso, especialista em reúso da água da FSP-USP e coordenador da equipe técnica que auxilia a Promotoria no assunto.

Para onde destinar o lodo é mais um problema: não há, em São Paulo, aterro sanitário capaz de receber o lodo da flotação. Há tecnologias disponíveis para resolver isso, mas que ainda não foram muito estudadas.

Parece madeira, mas é plástico

Felipe Lobo*
06/04/2010, 09:51


Amostras de madeira plástica. Resíduos industriais ou plástico de cooperativas são usados na produção (foto: divulgação / Ecowood)



Uma das principais causas do desmatamento desenfreado na Amazônia é o mercado de madeira que aquece não apenas o clima, mas também as principais metrópoles brasileiras. Algumas empresas espalhadas pelo território nacional, no entanto, já descobriram um jeito ecologicamente viável de fabricar um produto semelhante e resistente sem precisar derrubar uma única árvore. É o caso da Cogumelo, que trouxe a tecnologia pronta dos Estados Unidos há cerca de oito anos, país em que a estratégia faz bastante sucesso.


Deck feito com madeira Policog (divulgação / Cogumelo)

A Cogumelo, basicamente, trabalha com polietileno (um tipo de plástico) de alta densidade, comprado através de cooperativas de catadores de lixo e reciclagem. O processo todo, desde o momento em que a matéria-prima granulada (como embalagens usadas em material de limpeza, engradados de bebida e galões de plástico, por exemplo) chega à fábrica, demora em torno de uma hora e meia. Inicialmente, os flocos grandes são refinados e, em seguida, o resíduo é prensado e higienizado.

“Sempre tivemos cuidado em definir bem o que vendíamos, porque há diversos tipos de madeira plástica no mercado. Separamos todo o resíduo usado e encontramos um resultado homogêneo”, explica Thiago Paúra, gerente comercial da empresa.

A Cogumelo pode, atualmente, produzir em torno de 150 toneladas/mês. O preço, no entanto, ainda é um empecilho. “Comparado com a madeira nobre, a Policog (nome do produto) custa de 10 a 20% mais cara. Mas ela atua bem em diferentes ambientes, como piso, banco de praça, deque de piscina, móveis ou revestimento. E tem a vida útil estimada em mais de 50 anos, sem qualquer necessidade de manutenção. Também não propaga fungos ou absorve umidade”, garante Paúra. O metro quadrado para fazer um deque, por exemplo, sai por 160 reais e qualquer município do Brasil pode fazer encomenda por telefone.

Resíduos industriais

Não é apenas a Cogumelo que produz este tipo de alternativa à madeira. A Ecowood, empresa carioca que entrou nesta seara há cinco anos. Diferente da concorrente, a Ecowood só usa plásticos de indústrias, porque é mais limpo. “Elas são responsáveis pelo resíduo gerado. O mais comum é que paguem para alguém enterrar em um aterro controlado. Caso ele seja desativado, a responsabilidade de recolher o passivo é da própria indústria. Esta é a lei. Nós oferecemos transformá-lo em outra coisa”, avalia Marcelo Queiroga, sócio e administrador da área comercial da empresa.


Os resíduos industriais utilizados na confecção da madeira plástica (foto: divulgação/Ecowood)

Ele prefere não usar plásticos encontrados no lixo em função de possíveis infecções, praticidade e custo. A cadeia até que o insumo se transforme no produto final não é tão complexa. Depois de separado, o material passa por um moinho e vira espécie de farinha. Depois, dentro da máquina, sofre um processo termodinâmico e ganha o formato de chapa de madeira.

“Testes feitos na Universidade de Santos asseguram que a madeira plástica pode viver mais de 40 anos sem perda estrutural. Hoje, com o Anti-Raios Ultra Violeta (UV), agüenta sete anos sem perda de qualidade visual, sempre com manutenção zero. E o único aditivo que usamos é o corante, para dar tonalidade”, explica Queiroga.

O administrador afirma que o metro quadrado de sua madeira plástica custa 126 reais, mas que não pode fazer uma relação direta com os preços de madeiras nobres porque a dificuldade de conseguir bons exemplares é cada vez maior.

“Hoje fazemos mobiliário urbano, passarelas, bancadas. Mas já estamos estudando para desenvolver casas com o nosso produto”, completa. Quem tiver interesse em orçamentos pode entrar em contato diretamente com a Ecowood por e-mail ou telefone (abaixo). A venda acontece na Ecoplace, uma empresa parceira que possui arquiteto, capaz de fazer projetos e indicar as formas ideais de acordo com a demanda, e instalador para orientar o consumidor.

No Sul do país

Já no Sul do país, mais precisamente no Paraná, está a InBrasil. A sua história é um pouco diferente: em 2003, criou um laboratório para estudar o plástico que resulta do processo de expurgação nas indústrias recicladoras de papel. Com incentivo do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDES), o espaço de pesquisa virou uma indústria de confecção de madeira plástica, que hoje dá nome à empresa.

“Hoje, três indústrias, de Santa Catarina e Paraná, nos enviam cerca de 270 toneladas de plástico por mês, que iriam para os aterros. Tivemos muita despesa, o risco era grande, mas começamos a produzir em 2005. Agora, temos um projeto de expansão. O Material entra em uma forma de composto e processamos tudo, apenas com água e o maquinário”, explica Marco Sterle, um dos proprietários da InBrasil.

São inúmeros os produtos finais oferecidos, assim como manuais de montagem. Por isso, é difícil dizer qual o preço cobrado. Mas, apenas como referência, Sterle afirma que um metro de quadrado de assoalho sai por volta de 60 reais, com longa duração. Eles também fazem entrega em todo o território nacional e enviam o lodo final que sobra do processo para as próprias indústrias que forneceram a matéria-prima. Lá, o efluente é tratado. Ou seja, não há qualquer resíduo jogado na natureza.

Serviço:

Rio de Janeiro
Cogumelo
21. 3408.9000
policog@cogumelo.com.br

Ecowood
21 3656.3934 e 21 3656.3887
ecowood@ecowoodrio.com.br
contato@ecoplace.com.br

In Brasil
42. 3522.1771
inbrasil@inbrasil.ind.br