quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Etanol de milho versus Etanol de cana, agreogenica

 O Etanol amplamente produzido no Brasil é produzido principalmente a partir da cana-de-açúcar, contudo a produção de etanol de milho vem ganhando espaço. O etanol está presente no dia-a-dia das pessoas de duas formas principais: como combustível ou no setor de bebidas. O Brasil é o segundo maior produtor mundial, logo atrás dos Estados Unidos, e ambos são responsáveis por 70% de toda a produção. Mas o produto também apresenta papel fundamental na indústria farmacêutica, cosmética, limpeza, dentre outras.

Mas qual a diferença entre os dois produtos, produzidos através de culturas diferentes?

São estas diferenças que vamos conhecer no artigo de hoje, boa leitura!

O que é Etanol?

O etanol é um líquido incolor que se dissolve facilmente na água, por é uma molécula polar. Seu ponto de ebulição é atingido aos 78º C e seu ponto de fusão é atingido a -114ºC (Fig. 1).

Tem como característica poluir menos que a gasolina, pois não possui produz dióxido de enxofre (SO2) em sua queima. Seu preço no mercado também é inferior ao da gasolina.

A principal desvantagem é que o etanol requer existência de grandes faixas produtivas para ser produzido.

No entanto, se o agricultor realizar uma agricultura sustentável utilizando diversas ferramentas de manejo, o impacto é reduzido e o ecossistema é conservado.

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Figura 1: O gráfico mostra o crescimento da produção de etanol no Centro-Sul do Brasil durante uma década.
Fonte: Unica

Etanol de Cana-de-açúcar

O etanol de cana é mais fácil de ser extraído quando comparado ao do milho, pois, é um subproduto do açúcar. Em até 11 horas de fermentação, o melaço fermenta e se transforma em etanol.

Uma tonelada de cana, produz até 89,5 litros de etanol, e com 90 toneladas de cana é possível produzir 8 mil litros de etanol.

A obtenção do etanol através da cana é mais barata pois não precisa consumir fontes externas de energia para sua produção, na verdade, é gerado energia através de seu processamento (Fig.2).

Além disso, a cana após processada deixa importantes subprodutos como o bagaço, a torta de filtro e a vinhaça que são ricos em micronutrientes e agregam valor na cultura.

A utilização do etanol produzido através da cana-de-açúcar reduz em média 89% da emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa, como dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (NO2) quando comparado à gasolina. O etanol à base de milho, por exemplo, apenas 31%.

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Figura 2: Processo de produção do etanol à base de cana com destinação à indústria de combustível.
Fonte: Cocal

Etanol de milho

Em 2012, foi inaugurada a primeira usina de processamento de grãos de milho para a produção de etanol à base de milho, na cidade de Lucas do Rio Verde no estado do Mato Grosso.

De lá para cá, a produção vem ganhando espaço e número de áreas cultivadas de milho destinadas as usinas.

Vista como estratégica pelos produtores, a produção do líquido a partir do milho, pode ser desenvolvida na entressafra da cana-de-açúcar e facilitar o escoamento da produção, que é mais barata neste período.

O custo da produção de etanol de milho é maior quando comparada com a cana, sendo R$1,23/litros para milho e R$1,13/litros para cana.

Uma tonelada de milho pode produzir até 407 litros de etanol, pois possui mais açúcar (Fig. 3). No entanto, no caso do milho, o amido precisa ser transformado quimicamente e é mais demorado e oneroso. Isso ocorre, pois, para produzir o etanol o amido precisa ser quebrado por enzimas em várias moléculas, o que aumenta o número de etapas de beneficiamento até a chegada ao produto.

A produtividade do milho fica em cerca de 20 toneladas por hectare, que pode gerar 3.500 litros de etanol.

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Figura 3: Produtos gerados através da transformação de grãos de milho em etanol
Fonte: Revista Canavieiros

Avaliando as duas produções podemos observar que a produção do etanol de milho ainda é mais cara que à base de cana.

No entanto, os grãos de milho podem ser armazenados e as usinas podem obter uma renda adicional dos subprodutos, como óleo bruto e grãos de destilaria.

Existe ainda a vantagem de poder produzir na entressafra e aumentar a demanda de produção do etanol brasileiro, gerando maior competitividade do setor no mercado mundial e aumentando a lucratividade do produtor.


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