O jornalista Fabio Victor está lançando o livro "Poder Camuflado" (Companhia das Letras), que fala sobre a participação dos militares na política e a imposição de seu poder a diferentes governos. Já em pré-venda, a obra chega às livrarias no fim de outubro.
Mergulhado sobre o tema há cinco anos, Victor mostra como os fardados nunca estiveram recolhidos aos quartéis, como deveriam —tendo forte atuação e poder de veto mesmo em governos em que aparentemente o país vivia maior normalidade democrática, como os de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Lula (PT).
Nunca houve um controle civil de fato sobre a caserna, afirma o livro, que relata diversos fatos que provariam a sua tese.
A narrativa começa no governo de Dilma Rousseff (PT), em que a trégua mantida em governos anteriores foi rompida pelos militares. O marco foi a criação da Comissão da Verdade, que investigou seus crimes durante a ditadura que impuseram ao país. Um dos citados era o pai do general Sergio Etchegoyen, que reagiu por meio de nota pública.
Na época, a justificativa foi de que a família do militar se manifestava, e ele se posicionou como filho e, portanto, pessoa física, sem relação com sua carreira profissional.
Mesmo rompendo a regra de que militares da ativa não podem se manifestar, ele foi nomeado no governo Dilma para a chefia do estado-maior do Exército na gestão do general Eduardo Villas Bôas.
Os dois posteriormente tiveram papel fundamental durante a derrocada do governo Dilma, exercendo papel central no governo de Michel Temer (MDB).
O livro mostra ainda como Jair Bolsonaro (PL), que era tratado como pária no Exército, se reabilitou e hoje exerce liderança incontestável sobre as Forças Armadas.
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