terça-feira, 28 de outubro de 2025

A ABSURDA PROPOSTA DE CANCELAR O KING’S DAY, Alexandre Marcos Pereira in APMP

Paul Ingrassia, advogado que presta serviços à Casa Branca, foi indicado por

Donald Trump para chefiar a agência federal que protege pessoas que denunciam

crimes. Ocorre que entre a indicação e a necessária aprovação pelo Senado o

prontuário do indigitado subiu no telhado. Vieram ao conhecimento do público,

mensagens suas em que ele assumia ser simpatizante do Nazismo (há um fundo

de verdade na organização Caveira, dos filmes da Marvel) e, entre outras ideias

absurdas, defendia a extinção do feriado dedicado a Martin Luther King, que deveria

ser atirado ao sétimo círculo do inferno, segundo Ingrassia. O Senado americano,

que costuma ser mais sério que o nosso no escrutínio dos indicados pelo Executivo,

deu a entender que a sua indicação não seria homologada. A indicação foi retirada.


Digo-lhe, leitor — e digo-lhe também a mim mesmo — que esta é a moldura de uma

crônica. Porque a vida pública, quando filtrada pela tela de um celular, ganha o

relevo de farsa antiga: miniaturas de poder em bolhas de fala, retórica de gabinete

cabendo nas dobras de um print. O que me espanta não é o excesso de adjetivo (há

séculos os adjetivos tentam dar conta do horror), mas a pontaria metafísica: o

sétimo círculo, logo ele, o reservado aos violentos de Dante, aqueles que ferem o

próximo, a si e a Deus. Cancelar um feriado não é só mexer no calendário; é praticar

uma violência contra a memória, que é o templo civil onde guardamos o pouco de

decência que nos sobra.


A Casa Branca — o símbolo — sempre me soou mais adjetivo que substantivo: casa

branca, paredes caiadas de institucionalidade. Nela se tenta o truque antigo de

encobrir as manchas da história com demãos de tinta fresca. Um feriado, porém,

não se apaga com rolo e lata: ele é uma janela aberta. Dia de King é janela que dá

para a rua de um sonho, janela por onde entra um vento antigo que pergunta, sem

cerimônia: “O que fizeste com o sonho, América?” Ingrassia fecha a janela, puxa a

cortina e ainda aponta a janela para o inferno. Não por acaso: há quem confunda

corrente de ar com ameaça.


Nos corredores do Senado, a luz vermelha piscando não é sirene, é etiqueta. Os

homens e as mulheres que manejam a liturgia das confirmações sabem ler os

sinais como monges que decifram iluminuras: um adjetivo fora de lugar, um emoji

a mais, um hiperlink maldoso. A política moderna é isso: o destino de uma biografia

decidindo-se na vírgula de um texto vazado. Dirão que é banalidade, que “foi só um

desabafo”, que “o contexto”. Ora, o contexto é a coleira do lobo: solta um trecho e

o lobo morde onde sempre mordeu.


Volto a Dante. No sétimo círculo há três valas: os violentos contra o próximo, os

suicidas, os blasfemos e usurários. O inferno moral de negar um feriado que celebra

a luta por direitos civis me parece habitar todas as três, de uma vez: fere-se o

próximo ao minimizar sua história; fere-se a si mesmo ao escolher a ignorância

como descanso; blasfema-se contra o pacto que sustenta a cidade, esse acordo

precário de lembrarmos juntos do que nunca deveria voltar a acontecer. Quem

“atira” um dia de memória ao fosso não está cansado do feriado; está cansado do

espelho.


Imagino Washington numa manhã de inverno: o Potomac recita um latim

indecifrável, as copeiras repetem a coreografia do café, e nos bolsos dos

assessores trepidam pequenas apocalipses. Um staffer ruborizado ensaia, diante

do espelho do banheiro, a frase que o diminuirá um pouco menos na audiência de

confirmação: “Senadores, o indicado lamenta…”. Lamenta-se muito, hoje em dia;

pede-se perdão como quem despacha e-mail. E, no entanto, raramente se

arrepende. O arrependimento exige uma briga com o passado — não para apagá-lo,

mas para assumi-lo —, e isso a indústria do dano colateral não entrega.

Talvez estejamos, nós também, excitados demais com o verbo “cancelar”. Cancelar

virou o martelo de tudo: pregam-se ou arrancam-se memórias como quem ajusta

prateleiras. No Brasil, quando alguém se cansa de lembrar, sugere-se que

“revistamos” os nomes de ruas, as estátuas na praça, os feriados que cheiram a

desconforto. Zumbi? Tiradentes? Consciência Negra? Aí alguém sussurra que é

melhor deslocar, atenuar, “atualizar narrativas”. O eufemismo é a passarela por

onde o esquecimento chega sorrindo.


Mas feriados são as pedras de mão do caminho: você tropeça neles para não cair

no abismo. São intervalos de respiração coletiva, parênteses para perguntar o que

a rotina faz questão de não ouvir. King não é um busto que se lustra; é uma pergunta

que insiste. Um país que não suporta perguntas precisa calar dias; um poder que

precisa calar dias, cedo ou tarde, cala pessoas.

Recordo uma aula antiga em que um professor nos explicou que o tempo histórico

avança em espirais: volta aos mesmos pontos, mas em níveis diferentes. Um

feriado é o alfinete que prende a espiral ao papel. Sem ele, a linha escapa — e,

escapando, parece liberdade; no fundo, é vertigem. Por isso os dias incômodos

existem: para lembrarmos, mesmo de má vontade, que a história não está

resolvida. O sonho de King não venceu; mas também não foi derrotado. Ele negocia

conosco a cada janeiro, todos os anos, como um credor paciente batendo à porta

no amanhecer.

Vejo, então, o repórter que publicou as mensagens racistas do indicado. Ele não é

herói, é regente de uma orquestra desafinada: notas de indignação, acordes de

cinismo, um solo de ironia. Sabe que, ao publicar as mensagens, não derrubará 

impérios; no máximo, puxará um fio. Mas fios, se puxados com teimosia,

desenovelam tapeçarias. Os senadores lerão, algum assessor colherá as reações

e, na audiência, virá a cantilena: “Não foi bem isso que quis dizer”, “eu respeito a

história”, “minha avó me ensinou”. A plateia anotará, os microfones dormirão, e a

cidade retomará sua rotina, que é a arte de esquecer com método.

Se eu fosse amigo de Ingrassia — personagem de crônica que é, como convém aos

personagens de crônica —, convidaria o homem para uma caminhada silenciosa

pela fila onde, certa vez, um menino negro segurou um cartaz feito a canetinha: “I

have a dream”. Diria: repara como o inglês infantil encosta a língua no céu da boca

para esticar a palavra dream; repara como o papel amassa, mas não rasga; repara

como a mão pequena não treme. Andaríamos sem pressa, e talvez o sétimo círculo,

esse delírio de castigo, se afrouxasse por um instante. Talvez o mundo ficasse

menos tentado a resolver com fogo o que se conserta com escuta.

No fim da tarde, escrevo estas linhas como quem acende um abajur na sala: não

para iluminar a rua, mas para impedir que a noite apague o que mora aqui dentro.

Sei que a luz é pouca, mas é nossa. E sei, sobretudo, que dias como o de King não

pedem idolatria; pedem companhia. É o que posso oferecer: ficar ao lado do feriado

como quem fica ao lado de um amigo num corredor de hospital. Não prometo

curas; prometo presença.


E quanto ao sétimo círculo, deixemo-lo em paz com as suas chamas literárias. Os

infernos são úteis como metáforas, não como políticas públicas. Na vida real, o que

salva as cidades não é consignar feriados ao castigo eterno, e sim aceitar que nossa

salvação, se houver, virá do trabalho ingrato de lembrar. Lembrar sem anistia para a

estupidez; lembrar sem prazer no flagelo; lembrar porque, sem esse exercício, a

história troca de roupa e volta, sempre, batendo à nossa porta.


Fico, pois, com as janelas abertas. O vento entra, mexe nos papéis, apaga a vela e

reacende — e isso basta para que a casa, branca ou não, continue sendo casa.

Vejo, então, o repórter que publicou as mensagens racistas do indicado. Ele não é

herói, é regente de uma orquestra desafinada: notas de indignação, acordes de

cinismo, um solo de ironia. Sabe que, ao publicar as mensagens, não derrubará 

impérios; no máximo, puxará um fio. Mas fios, se puxados com teimosia,

desenovelam tapeçarias. Os senadores lerão, algum assessor colherá as reações

e, na audiência, virá a cantilena: “Não foi bem isso que quis dizer”, “eu respeito a

história”, “minha avó me ensinou”. A plateia anotará, os microfones dormirão, e a

cidade retomará sua rotina, que é a arte de esquecer com método.


Se eu fosse amigo de Ingrassia — personagem de crônica que é, como convém aos

personagens de crônica —, convidaria o homem para uma caminhada silenciosa

pela fila onde, certa vez, um menino negro segurou um cartaz feito a canetinha: “I

have a dream”. Diria: repara como o inglês infantil encosta a língua no céu da boca

para esticar a palavra dream; repara como o papel amassa, mas não rasga; repara

como a mão pequena não treme. Andaríamos sem pressa, e talvez o sétimo círculo,

esse delírio de castigo, se afrouxasse por um instante. Talvez o mundo ficasse

menos tentado a resolver com fogo o que se conserta com escuta.


No fim da tarde, escrevo estas linhas como quem acende um abajur na sala: não

para iluminar a rua, mas para impedir que a noite apague o que mora aqui dentro.

Sei que a luz é pouca, mas é nossa. E sei, sobretudo, que dias como o de King não

pedem idolatria; pedem companhia. É o que posso oferecer: ficar ao lado do feriado

como quem fica ao lado de um amigo num corredor de hospital. Não prometo

curas; prometo presença.

E quanto ao sétimo círculo, deixemo-lo em paz com as suas chamas literárias. Os

infernos são úteis como metáforas, não como políticas públicas. Na vida real, o que

salva as cidades não é consignar feriados ao castigo eterno, e sim aceitar que nossa

salvação, se houver, virá do trabalho ingrato de lembrar. Lembrar sem anistia para a

estupidez; lembrar sem prazer no flagelo; lembrar porque, sem esse exercício, a

história troca de roupa e volta, sempre, batendo à nossa porta.

Fico, pois, com as janelas abertas. O vento entra, mexe nos papéis, apaga a vela e

reacende — e isso basta para que a casa, branca ou não, continue sendo casa.

O mapa do caminho para zerar o desmatamento, Ilona Szabó de Carvalho - FSP

 A autorização do Ibama para a Petrobras procurar petróleo na Foz do Amazonas esquentou o debate sobre a posição do governo Lula na transição para longe dos combustíveis fósseis. Tomada a 20 dias do início da COP30, a decisão pareceu um chamado para a briga —o Ministério Público Federal já contestou a licença concedida— e reforçou as dificuldades do país em uma agenda nevrálgica para as negociações climáticas.

A justa comoção em torno dos combustíveis fósseis não pode eclipsar um outro campo de batalha no qual o Brasil tem posição mais vantajosa para tomar as decisões certas. Assim como é necessário traçar o caminho de saída da dependência do petróleo, alcançar a meta de desmatamento zero em 2030 e se tornar modelo mundial na proteção e restauro de florestas é um caminho que o Brasil já está trilhando e precisa continuar.

Esse caminho não é só nosso. Como ressaltado pela ministra Marina Silva na recente pré-COP30, é necessário desenvolver um mapa do caminho para o desmatamento zero no nível global. Sem investimento em conservação de ecossistemas vitais e em soluções baseadas na natureza, perderemos a oportunidade de usarmos o recurso mais acessível para reduzir as emissões no curto prazo —as florestas— e na estratégia de transição para a nova economia verde.

A imagem mostra uma área devastada por incêndio, com troncos de árvores queimados e carbonizados espalhados pelo chão. No fundo, é possível ver palmeiras e vegetação que também foram afetadas pelo fogo, com algumas árvores ainda em pé, mas sem folhas. O céu está nublado, sugerindo um clima sombrio.
Á desmatada às margens do ramal do Olho D'Água, uma das estradas clandestinas que saem da rodovia BR-319 no distrito de Realidade, em Humaitá, no sul do Amazonas - Lalo de Almeida - 24.set.25/Folhapress

Um estudo recém-divulgado pelo grupo de conselheiros econômicos da presidência da COP30 calcula que a reversão do desmatamento na amazônia brasileira poderia gerar US$ 784 bilhões em 30 anos e capturar até 26 gigatoneladas de CO₂. Fazendo as contas tanto do valor da floresta em pé quanto de seu restauro, a conclusão é a de que nela está a principal solução climática natural disponível. Impedir o desmatamento e repor o que foi perdido é a tecnologia mais barata e factível para a essencial captura do carbono em grande escala.

Dono de 60% da maior floresta tropical do mundo, o Brasil tem trazido centralidade ao tema. Para isso, o mapa do caminho para o desmatamento zero é peça fundamental na negociação de compromissos climáticos na COP de Belém. Isso é essencial para que haja a continuidade formal na agenda da ONU, onde o tema entrou de forma voluntária com a Declaração de Glasgow, em 2021, e ganhou força em 2023 com o Consenso de Dubai —decisão de todos os líderes para deter e reverter o desmatamento até 2030.

PUBLICIDADE

As indicações são claras. O caminho começa no combate ao crime ambiental –90% do desmatamento na amazônia brasileira é ilegal, um padrão semelhante ao de outros países tropicais. Isso demanda uma ação multissetorial, seguindo o caminho que transforme os ecossistemas de crimes ambientais em ecossistemas de empreendimentos verdes, inclusivos e compatíveis com a floresta.

Avançar nessa direção, do local ao global, requer fortalecer a cooperação internacional, envolver o setor privado como parceiro responsável para rastrear as cadeias de suprimentos, fechar as brechas dos fluxos financeiros ilícitos globais e investir nas bioeconomias com capacitação técnica e inclusão. O mapa se completa com o desenvolvimento de mecanismos inovadores de finanças para florestas e natureza, como o Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) e muitos outros.

Entre o fim do combustível fóssil e o do desmatamento, a gravidade da crise climática exige ambos. Embora o desmate responda por cerca de 10% das emissões globais —o que não é pouco—, o jogo da COP não é de soma zero.

Está nas nossas mãos tornar as florestas e as soluções baseadas na natureza o legado do país, e o Brasil não pode perder essa chance. Por nós, brasileiros, e por todo o mundo.

Lewandowski diz que governador do Rio deve assumir responsabilidades ou 'jogar a toalha', FSP

 

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta terça (28) que o governador do Rio de JaneiroCláudio Castro, deve "assumir as suas responsabilidades", ou admitir que não tem condições de controlar a segurança do estado e pedir intervenção federal, estado de sítio ou a decretação de uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem).

As medidas permitiriam que o governo federal e as Forças Armadas atuassem na segurança do Estado.

Homem idoso de cabelo branco veste terno escuro, camisa azul clara e gravata amarela, caminhando em corredor interno com outras pessoas ao fundo, algumas em trajes formais. Ambiente iluminado por luz natural de janelas grandes.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, anuncia o Programa Município Mais Seguro, no Palácio da Justiça, em Brasília - Gabriela Biló/Folhapress

"Se ele sentir que não tem condições, ele tem que jogar a toalha e e pedir GLO ou intervenção federal", afirma o ministro. "Ou ele faz isso, se não conseguir enfrentar, ou vai ser engolido pelo crime."

Em qualquer uma das hipóteses, o governo federal assume a área de segurança. Em caso extremo, a medida da intervenção pode até implicar no afastamento do governador de seu cargo.

Depois da explosão da onda de violência no Rio nesta terça (28), Castro tentou responsabilizar o governo Lula pela situação, afirmando que já pediu ajuda e que nunca teve "o auxílio de blindados nem de agentes das forças federais de segurança e da defesa" no Estado.

Lewandowski afirma que esse tipo de ajuda jamais foi solicitada por Castro. E que todos os outros pedidos feitos até então foram atendidos [ver nota do Ministério da Justiça abaixo].

Diz ainda que o governador não entrou em contato com o ministério antes da operação desta terça.

"Ele tenta jogara culpa nos outros, mas nunca fez qualquer pedido nesse sentido [de atuação das forças federais e da defesa, inclusive com blindados]. Para isso, o governo do Rio de Janeiro teria que fazer uma declaração formal de que as forças locais não têm condições de fazer face o crime", diz.

O ministro afirma que as medidas de intervenção ou GLO são "excepcionais, gravíssimas", pois "substituem a legalidade ordinária pela legalidade extraordinária", e que o ideal é que o Estado conseguisse controlar a crise de segurança.

O ministro afirma que o que está acontecendo agora no Rio é "uma loucura" e que "guerra civil e força bruta não acabam com o crime organizado".

"O combate ao crime se faz com inteligência, planejamento e integração", segue.

O ministro cita como exemplo de combate bem-sucedido a Operação Carbono Oculto, em São Paulo, que contou com a atuação integrada da Polícia Federal, da PM de São Paulo, do Ministério Público Federal e da Receita Federal.

"Ninguém morreu e a organização criminosa foi debelada", afirma ele. "É assim que se combate o crime organizado."

Ele afirma também que Castro sempre foi contra a proposta da PEC da Segurança, que permitiria uma maior integração das forças nacionais e estaduais.

O Ministério da Justiça também divulgou uma nota afirmando que o ministro se reuniu com Castro em fevereiro.

"À ocasião, o ministro atendeu a um pedido do estado e ofereceu dez vagas em presídios federais para alocar lideranças criminosas do Rio de Janeiro", diz o texto. "O Ministério da Justiça e Segurança Pública reafirma seu compromisso com o Estado do Rio de Janeiro, promovendo a segurança pública por meio do apoio integrado."

Dados sobre prisões e apreensões de drogas e armas refletem o "esforço contínuo" da PF no enfrentamento às facções, disse ainda o ministério. "Só em 2025, foram realizadas 178 operações no Rio, sendo 24 delas relacionadas a tráfico de drogas e armas. Ao todo, foram 210 prisões efetuadas, das quais 60 estão diretamente relacionadas a investigações sobre o tráfico de drogas e armas. No mesmo período, foram apreendidas 10 toneladas de drogas e 190 armas de fogo, incluindo 17 fuzis", diz a nota.

A pasta citou ainda o envio de R$ 288 milhões do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) desde 2019. De acordo com governo federal, pouco mais de R$ 157 milhões foram executados até o momento, deixando um saldo superior a R$ 174 milhões disponível. O ministério também diz ter doado equipamentos, como computadores, drones, coletes e munições, que somam aproximadamente R$ 10 milhões.