O aeroporto de Congonhas, operado pela Aena, recebeu parecer favorável da SAC (Secretaria Nacional de Aviação Civil), órgão vinculado ao Ministério de Portos e Aeroportos, ao pedido de retomada de voos internacionais apresentado pela concessionária.
A manifestação da SAC reconhece que a proposta da Aena está alinhada às diretrizes da PNAC (Política Nacional de Aviação Civil) e ao PAN (Plano Aeroviário Nacional), após a análise técnica dos estudos de demanda, utilização da infraestrutura e do plano de ampliação do aeroporto.
"A internacionalização de Congonhas é um passo importante dentro do projeto de modernização do aeroporto da capital paulista. Estamos em conversa com diversos órgãos para viabilizar essa conquista. Diante da conveniência de termos um aeroporto internacional central, eficiente, rápido e altamente pontual, com um novo terminal moderno, confortável e com serviços de primeira linha dentro da principal metrópole do hemisfério sul, abre-se uma enorme oportunidade de dar um novo salto em conectividade, desenvolvimento econômico e integração regional", afirma o diretor-executivo do aeroporto de Congonhas, Kleber Meira.
Com o parecer favorável, o processo avança para as próximas etapas de avaliação junto aos demais órgãos competentes. A expectativa é de que as operações internacionais regulares comecem em 2028, em conjunto com a entrega do novo terminal.
A proposta prevê voos internacionais regulares de passageiros, com foco em rotas de curta e média distâncias na América do Sul. A iniciativa integra o projeto de ampliação e modernização do aeroporto.
Com investimentos de mais de R$ 2 bilhões, as obras estão em andamento. Até junho de 2028, conforme a Aena, será entregue um novo terminal de passageiros, ampliação das pontes de embarque das atuais 12 para 19, novo pátio de estacionamento de aeronaves, novos hangares para as companhias aéreas e melhorias da eficiência operacional.
O projeto também contempla a adequação da infraestrutura necessária para a atuação dos órgãos responsáveis pelos controles migratório, aduaneiro, sanitário e agropecuário, assegurando o cumprimento das normas nacionais e internacionais de segurança, proteção e facilitação do transporte aéreo.
A primeira fase da internacionalização está prevista para começar com a aviação executiva, ou seja, com jatinhos. A operação de voos comerciais deve ter início em julho de 2028, quando serão concluídas as obras de ampliação do aeroporto.
Na reestruturação, o número de posições dos aviões no pátio passará dos atuais 30 para 37, com 19 pontes ("fingers") de acesso direto aos aviões —hoje, são 12.
Os voos deverão ser prioritariamente para países da América do Sul —a pista de Congonhas, com 1.940 metros de extensão, não comporta aeronaves para rotas mais longas, como transoceânicas.
"Ter uma ponte aérea para o Aeroparque [Buenos Aires] ou para Santiago, onde as pessoas poderão fazer conexões para outras rotas, é um potencial absurdo", disse Meira em agosto.
Segundo ele, com a modernização do aeroporto, as novas posições de pátio poderão receber aviões como o Airbus A321neo ou Boeing 737 Max 10, ambos com capacidade para mais de 200 passageiros e maior autonomia de voo.
As operações internacionais regulares não ocorrem em Congonhas desde a década de 1980, quando foi construído o aeroporto de Guarulhos.
Ao custo de R$ 2,4 bilhões, a Aena, que assumiu a gestão de Congonhas em outubro de 2023, terá de reformular o aeroporto até junho de 2028. A principal mudança será a construção da nova área de embarque direto.
A meta da empresa é aumentar para 29 milhões o número anual de passageiros que embarcam ou desembarcam no local até o fim da concessão, em 2053 —no ano passado foram 23,1 milhões.
Atualmente, Congonhas está habilitado a realizar 44 operações de pousos e decolagens por hora. Não há previsão de ampliação deste número.

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