segunda-feira, 29 de outubro de 2018

PSDB vence 7ª eleição seguida para governo de São Paulo, G1

O ex-prefeito João Doria foi eleito governador de São Paulo na noite deste domingo (28). A vitória do tucano, que recebeu 51,77% dos votos, é a sétima do PSDB, que está no comando do estado há 24 anos.
Mario Covas foi o primeiro tucano a governar o estado. Ele interrompeu a gestão do à época PMDB, hoje MDB, que se manteve no Palácio dos Bandeirantes de 1983 a 1995.
Covas foi reeleito em 1998. Entretanto, com sua morte em 2001, Geraldo Alckmin, então vice-governador, assumiu o comando do estado.
Alckmin conseguiu se reeleger na sequência, e deixou o posto para concorrer às eleições presidenciais.
O mesmo ocorreu com José Serra em 2006. Eleito governador, ele permaneceu no cargo até abril de 2010, quando renunciou para concorrer à presidência pelo PSDB. Alberto Goldman, vice de Serra, foi quem governou o estado até 2010, ano em que Geraldo Alckmin foi eleito.
Alckmin governou o estado de 2010 a abril de 2018, quando novamente deixou o posto para ser o candidato dos tucanos à presidência.
Apesar da manutenção dos tucanos no Palácio dos Bandeirantes, 2018 foi um ano de rachas internos no partido e derrotas.
Na bancada federal, a legenda perdeu oito cadeiras. Em São Paulo, na Assembleia Legislativa, o PSDB encolheu 57%. Foi a menor votação do partido em 30 anos.
Veja a lista dos governadores eleitos em São Paulo desde 1982 — Foto: Editoria de Arte/G1Veja a lista dos governadores eleitos em São Paulo desde 1982 — Foto: Editoria de Arte/G1

Após resultado eleitoral, dólar cai e opera perto de R$ 3,62; Bolsa tem alta, OESP


Mercado reage positivamente à vitória de Jair Bolsonaro (PSL) na corrida presidencial; Ibovespa futuro salta mais de 3,5%

Silvana Rocha e Karla Spotorno, O Estado de S.Paulo
29 Outubro 2018 | 09h36
Atualizado 29 Outubro 2018 | 10h52
Como esperado, a Bolsa abriu em alta no primeiro pregão após a vitória de Jair Bolsonaro na corrida presidencial. A variação positiva é muito mais modesta do que o observado no domingo e hoje cedo nos ETFs de ações brasileiras no Japão, na Europa e em Nova York. Ainda assim, a bolsa brasileira sobe, indicando a satisfação dos agentes do mercado com as perspectivas para a condução da economia até 2022. Sob a mesma reação, o dólar abriu e segue em queda, assim como as taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI).
Já o dólar, após abrir a sessão em baixa de quase 2%, renovou máximas ante o real há pouco, pressionado pelo exterior. Lá fora, a divisa americana se fortaleceu após a alta de 0,2% do núcleo do índice de inflação medido pelo PCE em setembro ante agosto, acima da previsão de 0,1%.
Mercado financeiro
Mercado reage positivamente no dia que sucede o resultado da corrida eleitoral de 2018. Foto: Pixabay/Reprodução
Às 10h32, o Ibovespa subia 2,06% aos 87.481,88 pontos. O ETF EWZ subia 3%, menos da metade da valorização observada antes da abertura do mercado local. O dólar à vista caía 0,81% aos R$ 3,6242. O DI para janeiro de 2021 estava em 8,09% ante 8,253% no ajuste de sexta-feira.
A estrategista de câmbio do banco Ourinvest, Fernanda Consorte, diz que o mercado se ajusta após a euforia inicial com Bolsonaro presidente e agora opera acima dos R$ 3,60 rumo aos R$ 3,65 que é o nível que já precificava a vitória na última sexta-feira. Agora, diz ela, o mercado passa a olhar fundamentos e, apesar do cenário externo bom hoje, deve ficar mais sensível às incertezas internacionais.
Sobre a Bolsa, um operador observa que os investidores assumiram grande posição comprada, especialmente o investidor pessoa física. "Somente uma corretora de clientes pessoas físicas comprou mais de meio bilhão de reais somente na sexta-feira", disse o profissional. "Agora é esperar para ver quais os nomes da equipe do novo presidente e se vai ter algum mágico para executar tudo o que ele prometeu", afirmou o operador.
Em entrevista ao Broadcast, o principal economista do Brasil e América Latina do BBVA Research, Enestor dos Santos, salienta que muitos pontos sobre o programa econômico do presidente eleito ainda são desconhecidos. "Vai ser necessário muita notícia favorável para manter esse rali nos mercados", previu. Uma dúvida é sobre qual será a reforma da Previdência de Bolsonaro, visto que o futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), já descartou o uso do atual texto.
Por volta das 10h15, a Moody's divulgou relatório em que o apoio do Congresso ao novo governo e para a aprovação de reformas "permanece incerto". Além disso, "detalhes da política econômica da nova administração ainda não estão claros". No relatório, os analistas da agência de classificação de risco voltaram a pontuar que "gasto fiscal, reforma da Previdência e apoio político do Congresso são "desafios para 2019 e além".
Do exterior, a influência é mista. As bolsas em Nova York abriram em alta, confirmando a tendência traçada pelos índices acionários futuros, e as bolsas da Europa continuam subindo. Já no mercado de petróleo, os preços firmaram-se em queda. Depois de exibirem volatilidade mais cedo, os contratos futuros da commodity foram pressionados pelo dólar, que ganhou força na esteira de indicadores dos EUA sobre gastos e renda do consumidor e também sobre inflação.

Eleito, Doria terá desafio de construir maioria na Assembleia Legislativa, FSP

SÃO PAULO
Eleito governador de São Paulo, João Doria (PSDB) terá o desafio de construir maioria na Assembleia Legislativa para garantir a governabilidade nos próximos quatro anos. Considerando o resultado das urnas no primeiro turno, partidos que integraram sua coligação conseguiram eleger 27 deputados estaduais —o Legislativo paulista tem 94 cadeiras. 
João Doria, eleito governador de São Paulo, vota ao lado de parlamentares eleitos pelo PSDB - Marcus Leoni/Folhapress
Difícil imaginar, de antemão, que um governo Doria contará com uma maioria esmagadora, com mais de 70 deputados, que endossou os dois últimos mandatos de Geraldo Alckmin (PSDB). Até mesmo porque o PSDB, que sempre foi a maior bancada na Casa e tinha a prerrogativa de presidi-la, diminuiu pela metade nas urnas: caiu de 19 para 8 deputados.
A candidatura do ex-prefeito de São Paulo rachou essa mesma base —parte ficou com o tucano e parte foi com Márcio França (PSB). Após campanha acirrada e cheia de ataques, Doria queimou pontes que terá de se esforçar para reconstruir. 
O PSDB, por exemplo, conseguiu eleger o mesmo número de parlamentares que o PSB. A maior bancada ficou com o PSL de Jair Bolsonaro, que saltou de nenhum para 19 deputados estaduais, catapultado pelos 2 milhões de votos em Janaina Paschoal.
Ela já disse que deve pleitear a liderança do partido e que a bancada não fechará posição de apoio ou oposição, mas definir sua posição considerando cada projeto separadamente.
Enquanto Doria fazia campanha com a deputada federal eleita Joice Hasselmann (PSL), que já afirmou ter convidado o governador eleito para deixar o PSDB e migrar para o partido de Jair Bolsonaro, França ganhou o apoio, isoladamente, de cinco futuros deputados da legenda.
O PT elegeu 10 deputados e será a maior bancada da Assembleia em 2019. Apesar de não declarar apoio formalmente a França, o partido se empenhou em propagar o “Doria Não” no segundo turno. Devem fazer oposição ferrenha ao eleito.
Doria também não terá o apoio do maior cacique do Legislativo, Campos Machado (PTB), inimigo declarado do ex-prefeito paulistano.
Restará ver como os 28 deputados da coligação de França, que outrora apoiavam o PSDB, vão se comportar a partir de agora, após disputa eleitoral agressiva.
Por ora, Doria já conta com dois nomes fortes do PSDB a seu favor: o atual presidente do Legislativo, Cauê Macris, e o líder do partido no parlamento, Marco Vinholi. Quando ainda era prefeito, em 2017, Doria se movimentou para conquistar a bancada, oferecendo jantares e se reunindo com os deputados estaduais.
Veterano da Assembleia, o ex-presidente e ex-líder dos governos Alckmin Barros Munhoz trocou o PSDB pelo PSB por se opor à candidatura de Doria e para apoiar França. 
Ele evitava fazer qualquer previsão de organização das forças políticas antes do resultado do segundo turno e antes de conversas com deputados —dizia que era assunto apenas para se discutir apenas depois desta segunda-feira (29).
Prevê, no entanto, maior dificuldade para Doria de recompor as bases que deram apoio ao tucanato nas últimas duas décadas, considerando o estilo que considera mais agressivo do governador eleito.