segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Base de Lula entra em alerta com segurança, pressiona por ministério e cogita ex-número 2 de Dino, OESP

 Cientes de que o governo Lula não tem um discurso sobre segurança pública que dialogue com a maioria do eleitorado, integrantes da base ampliaram a pressão para ter no governo alguém com a imagem de um “xerife”. Nas últimas semanas, tamanha foi a preocupação com a pauta que houve quem sugerisse que Ricardo Cappelli, ex-número dois de Flávio Dino no Ministério da Justiça, fosse chamado novamente a um cargo.

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Atualmente à frente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Cappelli foi o interventor na segurança pública do Distrito Federal, após os atos golpistas do 8 de janeiro. A ventilação de seu nome foi imediatamente refutada entre integrantes do Ministério da Justiça. Além disso, ele sinalizou que prefere concorrer ao governo do DF em 2026.

A avaliação de aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é de que o Palácio do Planalto, apesar de ter enviado uma PEC ao Congresso e um projeto contra facções, não convence a opinião pública.

Os governistas dizem que há muita divisão sobre a criação do Ministério da Segurança Pública no governo e no PT, o que acaba inviabilizando uma decisão. Muitos acreditam que até mesmo em um eventual quarto mandato de Lula a pasta poderia não sair do papel.

Para você

A avaliação é de que o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, não tem afinidade suficiente com o tema para vencer a direita no discurso. Além disso, o próprio Lula não tem convicção de que é preciso para enfrentar o problema, o que dificulta a unidade de discurso do Planalto em um tema que será crucial para as eleições de 2026.

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Interlocutores de Lula dizem que, até a eclosão da operação do governo do Rio contra o Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha, que fez com que a oposição passasse a dominar a pauta política, a avaliação no governo era de que a segurança pública seria tema para o debate das eleições estaduais. O Planalto foi obrigado pelas circunstâncias a entrar nesse embate, mas não consegue encontrar um discurso que cole na opinião pública

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Esse incômodo de aliados de Lula cresceu após a derrota no projeto de lei antifacção na Câmara. O parecer do relator, Guilherme Derrite (PP-SP), com alterações que irritaram o Planalto, passou com amplo apoio, apesar dos protestos do governo e do PT.

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