A escolha de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF) fez setores relevantes do PT experimentarem um sentimento de dura derrota. E aumentou a percepção de que Lula não ouviu, não ouve e não ouvirá integrantes do partido em escolhas consideradas cruciais.
CHATO DEMAIS
Lideranças parlamentares da legenda chegam a dizer que o partido não deve mais fazer indicações a Lula, já que não são levadas em consideração —e acabam apenas gerando desgaste para pessoas que recebem apoio e são posteriormente preteridas pelo presidente.
LINHA...
A primeira vez que esses setores da legenda se sentiram excluídos foi na escolha de Cristiano Zanin para o STF.
... DO TEMPO
Naquele momento, no entanto, havia a compreensão de que a primeira indicação à Corte deveria mesmo ser feita a partir de critérios estritamente pessoais e políticos de Lula.
IMBATÍVEL
Neste contexto, o então advogado do presidente, um dos mais respeitados do país, era considerado imbatível na disputa, por todo o seu histórico de defesa técnica do presidente, de combate à Lava Jato e de proximidade com o petista.
ME OUVE
Já para a segunda vaga, lideranças do PT esperavam ser levadas em consideração. E passaram a se empenhar para que o advogado-geral da União, Jorge Messias, fosse o escolhido.
RECUO
O PT tinha candidatos também para a Procuradoria-Geral da República, chegou a recuar e deixou o caminho livre para Paulo Gonet —esperando que, em compensação, Lula escolhesse Messias para o STF. E nada.
ME DEVEM
As mesmas lideranças afirmam que Lula passa a impressão de que voltou ao poder sentindo-se autossuficiente, a ponto de desprezar opiniões e de comportar-se como credor político, já que, na definição de um petista, "livrou" o país de Jair Bolsonaro (PL).
BALANÇA
Nesse contexto, qualquer crítica que se faça a Lula é rebatida por seus fiéis seguidores com o argumento: "Não está melhor do que com o Bolsonaro?".
SARRAFO
"O sarrafo está baixo", diz uma das principais lideranças do PT que está descontente com os rumos do governo.
EU APOIO
A posição não é unânime na legenda. A própria presidente do PT, Gleisi Hoffmann, parabenizou Dino em suas redes sociais. "Sua trajetória o credencia para exercer a mais alta magistratura do país, além de ter sido um dos mais firmes defensores da Constituição e da Democracia, tão ameaçadas nos últimos tempos", escreveu ela em uma postagem logo depois da indicação.
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