sábado, 25 de novembro de 2023

Brasil já tem seis fábricas de aerogeradores, OE

 Foram ao todo US$ 35,8 bilhões em investimentos na geração de energia eólica no Brasil, de 2011 a 2020. Os dados são da Associação Brasileira de Energia Eólica. Essa semana, o presidente da Vestas, fabricante de aerogeradores, Eduardo Ricotta, declarou que, mesmo enfrentando um ano complicado para o setor eólico com alta de preços de componentes e problemas no transporte global,  a fabricante de aerogeradores fechou 2021 com um dos melhores anos da história. Êle inclusive revelou que os planos da empresa incluem uma nova fábrica de equipamentos para eólicas de alto-mar (offshore) e hidrogênio verde, que é feito a partir da eletrólise d’água usando energia de fontes renováveis.

Para o presidente da Vestas, o trauma do setor elétrico com a crise hídrica que o Brasil atravessou ano passado pode puxar uma demanda de aerogeradores, já que grandes geradoras hidráulicas estiveram pressionadas durante o período seco e algumas precisaram comprar energia no mercado de curto prazo para honrar os contratos.

Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), em 2020, o Brasil manteve a sétima posição no Ranking Mundial de capacidade eólica acumulada elaborado pelo GWEC (Global Wind Energy Council). No ranking que contabiliza especificamente a nova capacidade instalada no ano, o Brasil aparece em terceiro lugar, tendo instalado 2,3 GW de nova capacidade em 2020. A taxa de crescimento da capacidade instalada vem subindo na média de 47% nos últimos 10 anos e cresceu 482% entre 2012 e 2018.

No Brasil, temos seis fabricantes de aerogeradores: Siemens Gamesa, GE, WEG, Wobben, Vestas e Nordex Acciona.

Os bons ventos do Nordeste

80% dos parques eólicos brasileiros estão no Nordeste, diz a Associação Brasileira de Energia Eólica. Isso porque a região possui um dos melhores ventos do mundo para produção de energia eólica. Os bons ventos para produção de energia eólica são os mais constantes, têm uma velocidade estável e não mudam de direção com frequência. Quase todos os parques do mercado livre ficam em estados nordestinos, são eles: Rio Grande do  Norte, Bahia, Ceará, Piauí, Pernambuco, Paraíba, Maranhão e Sergipe. Somente o Rio Grande do Norte, líder entre os estados, possui 2.655 aerogeradores, e a Bahia 2.329 aerogeradores. Os números refletem o domínio da região nos leilões, o que faz sentido, já que boa parte dos parques eólicos do mercado livre é desenvolvida de forma associada a usinas negociadas no mercado regulado, como uma forma de dividir riscos, compartilhar estruturas e ter ganhos de escala.

A instalação de parques eólicos contribui ainda para o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) e do Índice de Desenvolvimento Humano do Município (IDHM) conforme estudo da GO Associados. Foi realizado um comparativo entre grupo de municípios que receberam parques eólicos com outros que não possuem.  Por meio dessa comparação, foi identificado que nos municípios que receberam a instalação, o PIB real aumentou 21,15% e o IDHM cresceu 20%.


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