Mais de 60 organizações da sociedade civil brasileira divulgaram hoje (16/11) um pedido para que os negociadores da próxima Conferência do Clima da ONU (COP28) estabeleçam datas para eliminação gradual dos combustíveis fósseis. Principal conferência climática global, o encontro está marcado para 30 de novembro a 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos – 7º maior produtor de petróleo, com uma extração diária de cerca de 3,6 milhões de barris. Os ambientalistas propõem um cronograma para que a exploração de petróleo, gás e carvão seja reduzida em 43% até 2030 e 60% até 2035, considerando os volumes de 2019 e liderada pelos países ricos e petroleiros. Além de cobrar o fim de subsídios e financiamento concedidos a petroleiras e ao setor de carvão, junto com a criação de um imposto global sobre lucros inesperados da indústria de O&G – para impedir que essas empresas sejam beneficiadas por crises geopolíticas, argumentam. “Os maiores produtores de petróleo do mundo – dos Estados Unidos à Noruega, passando por China e Brasil – seguem investindo no aumento da produção de petróleo, gás e carvão, cada um achando que será o último vendedor de combustíveis fósseis do planeta. A sede da COP, os Emirados Árabes Unidos, e o presidente da Conferência, o CEO da companhia petroleira estatal daquele país, colocam um desafio adicional a essa entrega”, observa o documento (.pdf). Segundo o grupo, um acordo para o phase-out dos fósseis não precisa significar o empobrecimento de países emergentes ou de baixa renda. “Ao contrário, ele deve considerar as responsabilidades históricas e impulsionar o desenvolvimento econômico sustentável dos países mais pobres, que até hoje não colheram os supostos benefícios da exploração de carvão, petróleo e gás”. |
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