A Logum Logística entrega nesta sexta-feira, 14, em São Paulo, obra de expansão de etanolduto iniciada em 2019 e que reúne trecho de 128 quilômetros para atendimento aos polos de distribuição de combustíveis de Guarulhos (concluído no 2º semestre de 2021), São Caetano do Sul (1º semestre de 2022) e São José dos Campos, o mais recente.
Com essa operação completa, a empresa responsável pela construção e operação de um sistema dutoviário exclusivo para o transporte de etanol anidro e hidratado no Brasil, espera ver sua receita crescer gradativamente, reduzindo a alavancagem decorrente do investimento de R$ 3 bilhões na obra.
Em entrevista ao Broadcast Agro, o diretor-presidente da Logum, Leandro Almeida, afirmou que o enfoque a partir de agora será na operação. “A gente busca uma operação eficiente, segura e competitiva para ganhar, ano a ano, market share”, disse o executivo.
O projeto inaugurado hoje conclui a obra de expansão dos dutos na Região Metropolitana de São Paulo, integrando os sistemas de Guarulhos, São Caetano do Sul e São José dos Campos.
O investimento na fase mais recente, financiado 80% por uma linha de crédito especial do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e 20% por capital próprio dos acionistas, foi de R$ 1,2 bilhão. Já na fase anterior o aporte havia sido de R$ 1,8 bilhão, o que resultou em investimento total de R$ 3 bilhões.
O projeto amplia os volumes do biocombustível que serão movimentados pela empresa neste ano. “Destravamos um potencial para utilização do sistema completo”, afirmou Almeida.
Em 2022, 3,4 milhões de metros cúbicos passaram pelos dutos, ante 2,3 milhões de metros cúbicos em 2021. Já para 2023, a previsão é movimentar entre 4 e 5 milhões de metros cúbicos de etanol.
O executivo explica que o aumento está fundamentalmente associado à expansão desses dutos paulistas, mas houve um “empurrãozinho” também da recuperação da safra de cana-de-açúcar no Centro-Sul do país.
“Em 2021, a produção sucroalcooleira somou 27 milhões de metros cúbicos e, de lá para cá, tem retornado a patamares mais altos. No ano passado, foram 29 milhões de metros cúbicos e agora já se fala em mais de 30 milhões de metros cúbicos nesse novo ciclo”, explicou.
As dutovias da Logum movimentavam em torno de 50% do mercado do biocombustível de São Paulo. Com os novos dutos, a expectativa é alcançar 75% do fluxo de etanol até o fim deste ano.
Embora não seja o foco no momento, o executivo afirma que a empresa estuda investimentos futuros para ampliar a abrangência. “Estamos olhando o avanço do etanol proveniente do milho e também pensamos em uma integração dos dutos com portos, para facilitar o carregamento marítimo”, antecipou o diretor-presidente da Logum.
De acordo com metodologia aprovada no GHG Protocol, ferramenta de cálculo para estimativas de emissões de gases do efeito estufa (GEEs), o transporte por dutos tem uma pegada de carbono 80 vezes menor do que o rodoviário.
Em 2023, o sistema dutoviário da Logum deverá evitar a emissão de 120 mil toneladas de GEEs, o equivalente ao deslocamento de mais de 100 mil caminhões. Ano passado, houve redução de 85 mil toneladas de CO2 nas emissões pelo uso dos dutos. Até 2030, a meta da empresa é reduzir as emissões de 1,4 milhão de toneladas de carbono.
A Logum começou a operar em 2013, conectando Uberaba, Ribeirão Preto e Paulínia aos polos de suprimento de Barueri e Rio de Janeiro, que chegam a 350 quilômetros de extensão. Hoje, entre dutos próprios e subcontratados, a empresa soma 1,1 mil quilômetros de extensão.
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