Como se previa, a oposição venceu a eleição no Corinthians.
Não por suas qualidades, mas pelos incontáveis defeitos da situação.
O resultado é pior que o 5 a 1 imposto pelo Bahia, em Itaquera, na noite anterior à eleição. Porque submeterá o clube a três anos de desvario se não houver impeachment antes, como alguns maquiavélicos eleitores vitoriosos preveem.
Fácil explicar o comportamento dos que elegeram Augusto Melo, mal comparando aos que elegeram Javier Milei na Argentina. Como votar no ministro da Economia com a inflação a 140% ao ano?
Como votar no candidato apoiado, a contragosto, por Duilio Monteiro Alves, que não ganhou nada no futebol masculino e nada teve a ver com as vitórias do feminino —e até o abandonou no infame episódio da contratação de Cuca?
Em nome do quê?
O que de bom ele fez em sua gestão além de não ter atrapalhado o trabalho no futebol feminino?
É tão verdade que Monteiro Alves nem sequer fez alusão aos títulos das Brabas ao fazer o balanço de seu terrível reinado nos últimos três anos.
Futebol feminino que pode ser melado agora porque a diretora Cris Gambaré denunciou, em nota, o machismo e a misoginia do presidente eleito.
Futebol feminino que ganhou tudo o que disputou em 2023, ao culminar com o tetracampeonato paulista, conquistado no domingo (26) sobre o São Paulo, em Itaquera, diante de 40.235 mil torcedores, com sonora goleada por 4 a 1, para coroar as façanhas do pentacampeonato no Campeonato Brasileiro e também do tetra na Libertadores.
O futuro do Corinthians está em branco no sentido de que nada se espera dele —a não ser mais dívidas, mais incompetência, menos transparência, mais sugadores do sangue alvinegro agora que novo bando chegou ao poder.
O futuro do Corinthians é branco para ser preenchido pelas denúncias que virão e serão objeto de inquéritos policiais.
Ser goleado é triste para qualquer torcedor, mas não existe clube nenhum no mundo que tenha escapado e, se de fato grande, deixado de dar a volta por cima. A humilhação tem o condão de estimular a redenção.
Fatal mesmo é a perda de compostura, embora seja verdade que os que mandam e desmandam no Corinthians há 16 anos estejam longe de ser exemplo, com as exceções de praxe.
Foram os atuais cartolas, redundante dizer, os responsáveis pela vitória de gente ainda pior que eles.
Independentemente de o time ser rebaixado no Campeonato Brasileiro, fato é que o clube acaba de dar mais um passo na direção do apequenamento porque, como se sabe, os espertos acabam devorados pela esperteza.
Se o baixo clero alvinegro estava no poder, doravante estará o alto, mas dos maus feitos.
Não se pode acreditar numa palavra do mitômano eleito presidente, nem mesmo na farsa do colete à prova de bala com que foi ao palco (ao circo?) da eleição, porque, se ameaças houvesse, ele as teria mostrado.
Assim como inventou os tais ex-governadores paulistas e corintianos que o procuraram, ou o curso que teria feito na USP, outros dois de seus menores pecados, apenas demonstrações de quão mitômano é. Em tempo: André Franco Montoro, Luiz Antônio Fleury Filho e Alberto Goldman, que se enquadrariam, já faleceram.
Pobre Sport Club Corinthians Paulista!
Se o piloto era muito ruim, agora sumiu.
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