segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Eneva propõe fusão com a Vibra, EPBR

 

Eneva propôs neste domingo (26/11) uma fusão com a Vibra Energia. A companhia enviou uma carta ao Conselho de Administração da distribuidora propondo uma troca de ações. Veja a íntegra da carta no fato relevante publicado pela empresa.

– A proposta prevê que os acionistas de cada companhia fiquem com 50% das ações da empresa resultante. A Eneva tem valor de mercado de R$ 20,7 bilhões e a Vibra, de R$ 25,9 bilhões.

– Internamente, na Eneva, a expectativa é que esta proposta de fusão tenha trajetória menos conturbada que a tentativa realizada em 2020. Diferente da proposta feita e vetada pela AES Tietê, esta não é uma proposta hostil.

– Também dentro da Eneva o movimento é visto como gerador de significativo potencial de sinergia entre as duas empresas, podendo impulsionar projetos de geração de energias renováveis, de comercialização de energia e de interiorização de gás natural em todo país.

– A companhia estima uma demanda potencial de 18 milhões de m³ de gás natural com a substituição do diesel e óleo combustível apenas em suas áreas de operação. Com a fusão, esse volume seria ainda maior.

– A Eneva é a maior produtora independente de gás natural do país, com capacidade de produzir 8,4 milhões de m3 por dia. Tem ainda 5,5 GW de usinas em operação, sendo 4,6 GW de termelétricas a gás e carvão e 870 MWp de solar fotovoltaica.

– Líder de mercado, a Vibra tem 8,3 mil postos de combustíveis no país e 30 milhões de consumidores finais, incluindo 18 mil clientes B2B e outros 50 mil consumidores por meio da comercializadora Comerc.

– O objetivo, segundo a Eneva, acelerar as vendas de gás por meio da plataforma de distribuição da Vibra, tanto para clientes industriais quanto para substituir o diesel de caminhões e ônibus.

– A companhia resultante teria 30% de sua geração de energia vinda de fontes renováveis, com mais de 3 GW de geração distribuída, eólica e solar centralizada. Com os projetos em desenvolvimento, poderia alcançar 6 GW.

– A Eneva, que já estava buscando parceiro para renováveis, investiu R$ 3,2 bilhões no Complexo Solar Futura, de 870 MWp, na Bahia. As expansões previstas devem ampliar a capacidade para 3.159 MW.

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Agenda verde na Câmara. A semana começa com a expectativa da votação da "agenda verde" da Câmara dos Deputados, capitaneada pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que montou uma "força-tarefa" para destravar os projetos antes da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-28), que começa na quinta-feira (30), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

– Na lista de projetos estão a regulamentação do mercado de carbono (PL 412/2022), o PL 5174/2023, que cria o Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten), e o Combustível do Futuro (PL 4516/23).


Brasil na COP28. Além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e integrantes do Executivo, como o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, 25 deputados e senadores devem participar da COP-28.

– A indústria do petróleo está em destaque na conferência global, que é presidida pelo CEO da Adnoc, Ahmed al-Jaber. É a primeira vez que a conferência climática da ONU é presidida por um executivo do setor.

– O relatório de Emissões da ONU, lançado antes da conferência, destaca a necessidade de uma redução de 42% nas emissões para alcançar o limite de aquecimento de 1,5°C estabelecido pelo Acordo de Paris.

Milei convida Lula. O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, enviou uma carta a Lula com um convite para sua posse em 10 de dezembro em Buenos Aires, informa o Valor. Depois de insultar por diversas vezes o presidente. 

– Milei disse desejar que seu tempo em comum com o petista no poder "seja uma etapa de trabalho frutífero e construção de laços" entre os dois países. Lula vai avaliar a presença na cerimônia, segundo fontes do governo.

– O novo presidente argentino confirmou Horacio Marín como CEO da YPF. Veja quem é o executivo.

Sísmica na Foz do Amazonas. O Ibama concedeu licença ambiental para a TGS fazer levantamentos sísmicos 3D nas bacias do Pará-Marahão e Foz do Amazonas. A autorização tem validade de 3 anos.

Lula indica hoje Dino ao STF e Gonet à PGR, MEIO

 


Termina hoje a espera. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve indicar, ainda nesta segunda-feira, o ministro da Justiça, Flávio Dino, para a vaga de Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal (STF) e o subprocurador Paulo Gonet para a Procuradoria-Geral da República (PGR). As escolhas, confirmadas ontem a aliados, serão publicadas ainda nesta segunda-feira, antes que Lula embarque para Dubai, nos Emirados Árabes, para participar da COP-28. Dino, que foi juiz federal antes de entrar para a política, era um dos favoritos desde o início da disputa, enquanto a escolha para a PGR foi mais complexa, com reuniões de Lula com diversos postulantes. No fim, pesou o apoio a Gonet de dois ministros de peso do STF, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. (Folha)

Aliás, Moraes e Gilmar foram avisados extraoficialmente das escolhas na noite de quinta-feira, após jantar com Lula e o também ministro do Supremo Cristiano Zanin. Dino chegou a participar do encontro, mas saiu antes de o presidente anunciar a indicação. Dino e Gonet terão de ser sabatinados pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, e o presidente do colegiado, Davi Alcolumbre (UB-AP), disse a Lula ser possível fazê-lo antes do recesso parlamentar, que começa em 22 de dezembro. (Estadão)

Já a aprovação pelo plenário do Senado deve ficar para 2024, segundo o vice-presidente da Casa, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), para quem “não há tempo”. “Nós temos a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e a LOA (Lei Orçamentária Anual). Dezembro começa na próxima semana”, disse. (Globo)

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A futura chanceler argentina, Diana Mondino, foi a Brasília e se encontrou com o chanceler brasileiro, Mauro Vieira. Mondino foi apontada pelo presidente eleito do país, Javier Milei, para comandar o Ministério das Relações Exteriores a partir de 10 de dezembro, quando ele toma posse. A vinda de Mondino ao Brasil foi preparada em segredo e intermediada por Julio Bitelli, embaixador do Brasil em Buenos Aires, e Daniel Scioli, embaixador da Argentina no Brasil. Ela levou a Vieira um convite a Lula para a posse de Milei — a ida de Lula não está certa, porque Milei o chamou de “corrupto” em campanha e convidou primeiro o ex-presidente Jair Bolsonaro, que aceitou e prepara uma grande comitiva para acompanhá-lo. (Globo)

domingo, 26 de novembro de 2023

JÚLIA BARBON O curioso caso do brasileiro que se acha rico na Argentina, FSP

 Não há sequer um amigo brasileiro que chegue em Buenos Aires e não me faça a pergunta: cadê a crise? Tentando fazer um paralelo, comparo que buscar o colapso nos bairros turísticos da capital argentina é como fazer o mesmo nos Jardins em São Paulo. E dou a clássica explicação de que a inflação faz acelerar o consumo nos cafés e restaurantes, por isso estão sempre lotados.

Mas dentro de mim há uma resposta que me parece mais plausível, sabendo de onde viemos. Não enxergamos a crise na Argentina simplesmente porque vivemos imersos nela no Brasil. Os olhos já estão acostumados demais ao corpo magro que vaga pela rua, à criança descalça, à lona e pau feita de casa e ao barraco que se apilha numa engenharia improvável em qualquer outro lugar do mundo.

Nota de US$ 100 impressa com o rosto de Javier Milei e distribuída por seus apoiadores em atos de campanha - Matias Baglietto - 16.nov.2023/Reuters

Não que as mesmas cenas não existam na Argentina —existem e são cada vez mais comuns. Porém, se tudo na vida é referência, a nossa não é das melhores no quesito qualidade de vida em grandes cidades. E o sinal mais latente disso é o espanto do brasileiro ao ver que as calçadas e os ônibus podem estar cheios tanto de dia quanto de madrugada, logo no país ao lado.

Quem desembarca pela primeira vez buscando a decadência econômica do noticiário que levou à ascensão de Javier Milei se depara com um país mais funcional, seguro e menos desigual que o seu. O mesmo com outros cantos da América Latina, onde a pergunta que mais escuto é: mas não é perigoso?, ainda que o sujeito viva num lugar onde assalto à mão armada é a regra.

No meio do nosso complexo de vira-lata com o norte global e do alto da nossa arrogância por enfim achar um lugar onde nosso dinheiro compra mais (pelo menos enquanto o peso não for transformado em dólar), mal olhamos para os vizinhos e o que eles têm para ensinar. É curioso o caso do brasileiro que se acha rico na Argentina.