quarta-feira, 1 de maio de 2019

Após interferência de Doria, conselho troca superintendente do Sebrae de SP, FSP

Wilson Poit é eleito por maioria do conselho, à exceção de Paulo Skaf, que não votou

    José Marques
    SÃO PAULO
    Após interferência do governador João Doria (PSDB), o conselho deliberativo do Sebrae de São Paulo destituiu nesta terça-feira (30) um diretor-superintendente ligado ao ex-governador Márcio França (PSB) e elegeu um nome indicado pelo tucano.
    Wilson Poit, ex-secretário de Desestatização da gestão tucana na prefeitura, assumirá o lugar de Luis Sobral, que havia sido presidente da FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação) na gestão França.
    O ex-secretário municipal de desestatização Wilson Poit - Adriano Vizoni/Folhapress
    ​Poit foi eleito por 12 dos 13 conselheiros para a Superintendência, que é a diretoria mais importante do Sebrae-SP, entidade do Sistema S cobiçada por ter R$ 1 bilhão em caixa. 
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    Em tese, Sobral deveria ficar no cargo até 2022. Ele foi eleito pelo conselho no ano passado após uma articulação entre Márcio França e o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), Paulo Skaf.
    No entanto, a gestão estadual estava insatisfeita com a decisão, já que tradicionalmente os superintendentes do Sebrae de São Paulo são indicados pelo governador eleito —e França foi derrotado por Doria.
    Após indicação de Doria, o conselho do Sebrae decidiu demitir ad nutum (de forma imotivada) Sobral e marcar nova eleição à diretoria com uma chapa encabeçada por Poit. 
    Paulo Skaf, que tem assento no conselho do Sebrae e patrocinou a entrada de Sobral, não votou nas decisões desta terça.
    No Sebrae paulista, que é o serviço de apoio às micro e pequenas empresas, também fazem parte do conselho as federações da agricultura e do comércio, bancos e órgãos do governo estadual (Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Desenvolve SP e IPT, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas).
    Além de Poit, continuam nas diretorias do Sebrae-SP Guilherme Campos (administrativa e financeira), filiado ao PSD e ligado ao ex-prefeito Gilberto Kassab, e Ivan Hussni (técnica) .
    Hussni é próximo ao presidente do conselho, Tirso Meirelles, e vem acumulando poder dentro da instituição nos últimos meses, ficando com responsabilidade sobre escritórios regionais e a maior parte dos funcionários.
    Com a mudança do superintendente, devem ser trocados cargos de gerência e coordenadorias que estavam sob o comando de Sobral por nomes mais próximos ao indicado pelo atual governador.
    Como publicado nesta terça na Folha, a destituição de Sobral com quatro meses de mandato levou o caso à Justiça. O então superintendente pediu para se manter no posto sob decisão liminar (provisória), mas uma juíza recusou a solicitação em primeira instância.
    Procurado, Sobral diz que ainda não foi comunicado oficialmente da eleição do conselho.
    No plano nacional, também houve uma destituição na presidência do Sebrae para que alguém mais alinhado ao governo fosse colocado. 
    O presidente da entidade, João Henrique Sousa, foi substituído pelo ex-deputado Carlos Melles (DEM-MG). A troca foi patrocinada pelo ministro Paulo Guedes (Economia).
    O Governo de São Paulo tem dito que não interfere no Sebrae que respeita a autonomia da entidade.

    A trágica história de Rosemary Kennedy, irmã de J.F.K. lobotomizada por ordem do pai, BBC


    Marius Gabriel* - Para a BBC History
    BBC NEWS BRASIL
    Você já deve ter ouvido falar na chamada "maldição dos Kennedy", uma sequência de eventos trágicos que atingiram um dos clãs políticos mais conhecidos dos Estados Unidos ao longo do século 20.
    Joseph P. Kennedy foi um milionário e político americano descendente de irlandeses que nasceu em uma família de políticos da Nova Inglaterra e fez fortuna nas indústrias de filmes, uísque e aço.
    Em 1914, ele se casou com Rose Elizabeth Fitzgerald, representante da aristocracia católica de Boston, com quem teve nove filhos, muitos dos quais teriam um fim prematuro.
    O filho mais velho, Joe Jr., preparado desde a infância pelo pai para ser o futuro presidente dos Estados Unidos, morreu em combate em 1944 enquanto servia como piloto durante a Segunda Guerra Mundial.
    Foto da família Kennedy, em 1938, no estado de Nova York. Da esq. para dir., sentados: Eunice; Jean; Edward, sentado no colo do pai, Joseph Kennedy; Patricia e Kathleen. De pé, da esq. para dir., Rosemary, Robert, John, Rose Fitzgerald Kennedy e Joseph P. Kennedy - Associated Press- AP
    Um acidente de avião matou a quarta filha, Kathleen. Ela estava acompanhada do namorado durante um voo da Grã-Bretanha para o sul da França, em 1948.
    O segundo filho, John F, que herdou o cetro político de Joe Jr., foi eleito o 35º presidente dos Estados Unidos em 1960, e assassinado em Dallas, no Texas, em novembro de 1963.
    Em 1968, o sétimo filho do casal, Robert 'Bobby', foi baleado durante a campanha eleitoral para se tornar presidente.
    Um ano depois, em 1969, o filho mais novo, Edward 'Ted', se envolveu em um acidente de carro em Chappaquiddick Island, na Nova Inglaterra, que resultou na morte de uma mulher, Mary Jo Kopechne.
    Muitos destes incidentes, entre outros, foram descritos e analisados ​​inúmeras vezes desde meados do século passado.
    Mas pouca gente conhece o destino de Rosemary Kennedy, a filha mais velha dos Kennedy.
     

    UM PARTO COMPLICADO

    Rosemary Kennedy nasceu em uma sexta-feira, 13 de setembro de 1918.
    Na época do seu nascimento, a cidade de Brookline, em Massachusetts, sofria com a epidemia de gripe espanhola que mataria entre 20 milhões e 50 milhões de pessoas em todo o mundo naquele ano.
    Por isso, o médico encarregado do parto se atrasou cuidando de outros pacientes.
    Embora a cabeça do bebê já estivesse coroando, a parteira pediu a Rose Kennedy para manter as pernas fechadas e apertadas para evitar dar à luz antes da chegada do obstetra.
    De acordo com um relato de Luella Hennessey-Donovan, a dedicada babá e governanta da família, Rose seguiu as instruções por duas horas de agonia.

    'ACIDENTE UTERINO'

    Quando Rosemary cresceu, ficou claro que ela tinha dificuldades de aprendizado.
    Mais tarde, especialistas disseram aos Kennedy que era uma consequência da falta de oxigênio provocada por um "acidente uterino".
    As deficiências dela eram frequentemente escondidas ou disfarçadas pela família para evitar o estigma de estar associada a "genes defeituosos".
    Apesar de ter frequentado várias escolas especiais nos Estados Unidos e no Reino Unido, Rosemary teve problemas para ler e escrever até a idade adulta.

    ROSEMARY NO REINO UNIDO

    Aparentemente, o período mais feliz da vida de Rosemary foi na Inglaterra, nos anos que antecederam a Segunda Guerra Mundial, para onde a família se mudou depois que o presidente Franklin D. Roosevelt nomeou seu pai como embaixador no Reino Unido, em 1938.
    A beleza e o charme da adolescente Rosemary e sua irmã mais nova, Kathleen, atraíram a atenção da imprensa britânica, o que ajudou muito o novo embaixador a "entrar diretamente no círculo dos interesses britânicos", como escreveu um jornal da época.
    Em maio de 1938, Rosemary e Kathleen foram apresentadas ao rei George 6º e à futura rainha Elizabeth no Palácio de Buckingham, em Londres.

    EMPOBRECIDA

    Quando o Reino Unido declarou guerra à Alemanha, em setembro de 1939, Rose Kennedy e a maior parte dos filhos voltaram para os Estados Unidos; apenas Rosemary ficou com o pai.
    Quando começou o bombardeio em Londres, eles a mandaram para a Belmont House, uma escola que usa o método Montessori, se concentrando nos cinco sentidos para desenvolver o aprendizado.
    A essa altura, as fotografias já mostravam como seu pai agarrava seu braço com força durante as aparições públicas, que eram muitas vezes acompanhadas por gafes e contratempos.
    Embora sua aparência fosse a de uma mulher adulta, Rosemary parecia muito menos confiante e, muitas vezes, infantil.
    A escola oferecia um refúgio da vida pública, e Rosemary costumava dizer que era "o lugar mais maravilhoso" que havia estado.
    Depois de algumas semanas, Joseph escreveu entusiasmado para a esposa: "Ela está feliz, parece melhor do que nunca, não está sozinha e adora receber cartas (dos irmãos) dizendo que tem sorte por estar aqui."

    CAMINHO PARA A RUÍNA

    Rosemary estava prosperando.
    No entanto, a conhecida afinidade de Joseph com o nazismo e suas declarações públicas de que o Reino Unido não poderia vencer a guerra tornaram inevitável sua aposentadoria como embaixador.
    Em novembro de 1940, com os Estados Unidos prestes a se unirem aos aliados, ele recebeu uma ordem para deixar o cargo e voltou para casa com a carreira política em ruínas.
    Rosemary o acompanhou e, a partir daquele momento, sua vida teve uma reviravolta trágica.
    Enfeite de lapela com a imagem do ex-presidente americano John F. Kennedy - REUTERS

    ATAQUES DE RAIVA

    O retorno de Rosemary para os EUA foi desastroso.
    Longe do carinho e da atenção que a cercaram na Inglaterra, sua condição se agravou rapidamente. O progresso que ela havia feito na Casa Belmont desapareceu.
    Ela protagonizou episódios violentos e ataques de raiva, atingindo quem estava ao seu redor, incluindo seus irmãos mais novos e crianças sob seus cuidados.
    A família tinha cada vez mais medo dela.
    Em um dos incidentes, Rosemary atacou subitamente Honey Fitz, seu avô materno, socando e chutando até ser detida à força, segundo relataram Peter Collier e David Horowitz no livro "The Kennedys: An American Drama".

    INDOMÁVEL

    Internada em um convento, ela se rebelou. As freiras não eram capazes de controlá-la.
    "Muitas noites", recorda a prima de Rosemary, Ann Gargan, "a escola ligava para avisar que ela tinha sumido e a encontravam vagando pelas ruas às duas horas da manhã".
    Logo se soube que Rosemary fugia, segundo um paciente que também estava em confinamento, para ir até os bares da região se encontrar com homens em busca de atenção, conforto e sexo, escreveu Elizabeth Koehler-Pentacoff no livro "The Missing Kennedy".
    As freiras do convento contaram ao seu pai, que ficou horrorizado. Rosemary não só estava em perigo, como, em sua opinião, estava colocando em risco as ambições políticas que tinha para seus filhos.
    Joseph Kennedy buscou então "soluções" cirúrgicas e, em novembro de 1941, sem consultar a esposa, autorizou dois cirurgiões, Walter Jackson Freeman e James W. Watts, a realizar uma lobotomia na filha.
    Rosemary tinha apenas 23 anos.
    Acreditava-se que a lobotomia, uma nova técnica "psicocirúrgica" que previa a separação ou eliminação das vias de comunicação dos lóbulos do cérebro, poderia ser a cura para um grande número de condições psicológicas, como alcoolismo e ninfomania.

    CATÁSTROFE

    Nos EUA, foram realizadas até cinco mil lobotomias por ano durante a década de 1940, a maioria em mulheres jovens. Freeman foi responsável por quase três mil destes procedimentos.
    Um artigo publicado no jornal Saturday Evening Post em maio de 1941 elogiava o trabalho "pioneiro" de Freeman e apresentava a cirurgia como uma esperança para transformar pacientes que eram "um problema para suas famílias e um incômodo para eles mesmos" em "membros úteis da sociedade".
    Depois de perfurar o crânio de Rosemary, Freeman pegou uma lâmina e começou a cortar os lóbulos frontais de seu cérebro. Amarrada à mesa, ela estava acordada e aterrorizada durante o procedimento.
    De repente, ficou em silêncio e perdeu a consciência.
    A operação foi um fracasso catastrófico.
     

    ESCONDIDA E ESQUECIDA

    Após a cirurgia, Rosemary não conseguiu mais andar ou falar.
    Mesmo após anos de terapia, ela não conseguia balbuciar mais do que algumas palavras e nunca recuperou totalmente o uso dos membros.
    Sua autonomia, que já era limitada, desapareceu para sempre.
    Nos 64 anos seguintes, ela viveu escondida em instituições, necessitando de cuidados em tempo integral.

    SOLIDÃO

    Os médicos ordenaram que Rosemary Kennedy "não podia receber visitas porque podiam perturbá-la e confundi-la", destacou a escritora Elizabeth Koehler-Pentacoff.
    E é possível que seu pai também tenha feito isso com o objetivo de impedir que adversários políticos alegassem que havia uma "louca" na família.
    Quaisquer que sejam as razões, escreveu Koehler-Pentacoff, "Rosemary não recebeu visitas durante os anos mais sombrios de sua vida".
    Por fim, ofereceram a ela uma casa de campo particular no terreno da Saint Coletta's, uma escola especial em Wisconsin, onde viveu tranquila, isolada da imprensa e de olhares indiscretos.

    UM SEGREDO

    Na década de 1960, uma série de acidentes vasculares cerebrais (AVC) deixaram Joseph Kennedy incapaz de se mover ou falar, e sua mãe sofreu um derrame na década de 1980 —ambos precisavam de atenção e cuidados constantes.
    Os irmãos Kennedy que sobreviveram —Ted, Eunice, Jean e Patricia— visitaram Rosemary em seus últimos anos de vida, mas, durante a maior parte do tempo, sua existência foi um segredo.
    No entanto, no início dos anos 1960, sua irmã Eunice escreveu um artigo em um jornal revelando que Rosemary havia nascido com deficiência intelectual.
    Em 1968, ela fundou as Olimpíadas Especiais, que hoje é a maior organização esportiva do mundo para crianças e adultos com deficiências físicas e intelectuais —mas negou que tenha sido inspirada pelo caso da irmã.
    Enquanto isso, Rosemary vivia esquecida pelo mundo, raramente acompanhada, a não ser pelas freiras que cuidavam dela.
    De tempos em tempos, ela mostrava leves sinais de progresso, mas que acabavam desaparecendo.
    Nos últimos anos de vida, ela estava em uma cadeira de rodas.
    Morreu em 2005, aos 86 anos.
    *Marius Gabriel é escritor de romances históricos e a história dos Kennedy é apresentada em The Ocean Liner, publicada pela Lake Union Publishing em 2018.

      1 em cada 4 trabalhadores é subutilizado no Brasil, diz IBGE, FSP

      RIO DE JANEIRO


      A taxa de subutilização da força de trabalho brasileira bateu recorde no primeiro trimestre de 2019. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), chegando a 25%. Isso significa que 28,3 milhões de brasileiros não trabalharam ou trabalharam menos do que gostariam no período.
      É o maior índice desde o início da série histórica da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) Contínua, iniciada em 2012. Na comparação com o trimestre encerrado em dezembro, houve alta de 5,6%, ou 1,5 milhão de pessoas.
      "Amanhã é dia do Trabalho e 28 milhões de pessoas não vão ter condições de comemorar", comentou o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo, durante entrevista para anunciar os resultados nesta terça (30). Entre eles, estão os desempregados, desalentados e aqueles que trabalham menos de 40 horas por semana.
      No primeiro trimestre de 2014, antes do início da crise no mercado de trabalho, a taxa de subutilização chegou a 15,5%. O crescimento reflete tanto a alta do desemprego quanto a alta do desalento - quando a pessoa está impossibilitada de procurar emprego por falta de dinheiro ou por acreditar que não encontrará vaga, por exemplo.
      O número de pessoas desalentadas cresceu 3,9% no primeiro trimestre de 2019 (em comparação com o trimestre anterior), chegando a 4,8 milhões. Na comparação com o primeiro trimestre de 2018, a alta foi de 5,6%. A taxa de desalento chegou a 4,4%, o maior para o período desde o início da pesquisa.
      O número de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 6,8 milhões no primeiro trimestre, estável em relação ao trimestre anterior e 10,2% maior do que a verificada nos três primeiros meses de 2018. 
      "A subutilização da força de trabalho é o indicador em que os gestores têm que pensar para planejar em políticas públicas", disse Azeredo. "É a a fotografia mais precisa, o diagnóstico mais preciso, aquele que a gente tem que olhar e dar mais atenção."
      No primeiro trimestre sob o governo Jair Bolsonaro, a taxa de desemprego no país foi de 12,7%. Ao todo, 13,4 milhões de brasileiros procuravam emprego no período, alta de 10,2% com relação ao trimestre encerrado em dezembro.
      Nos últimos três meses, segundo o IBGE, 1,2 milhão de pessoas a mais passaram a procurar emprego no país. Azevedo lembra que, no quarto trimestre, há eventos que estimulam o emprego, como festas de fim de ano, Natal, Black Friday e férias. 
      A redução da população ocupada no primeiro trimestre, portanto, é esperada, comentou ele. O comércio, por exemplo, fechou 195 mil vagas no período. "A gente esperava que no início do ano fosse haver um processo de efetivação ou retenção maior dos trabalhadores."
      Com relação ao mesmo trimestre de 2018, quando a taxa de desemprego estava em 13,1%, houve estabilidade. "Em termos de volume de desocupados, estamos no mesmo lugar do início do ano passado", comentou Azeredo. 
      No início do mês, Bolsonaro questionou a metodologia da pesquisa, que considera desempregado a pessoa que procurou emprego no período em análise. "É uma coisa que não mede a realidade", disse o presidente, em entrevista à TV Record.
      Na ocasião, o IBGE respondeu que a metodologia segue recomendações da OIT (Organização Internacional do Trabalho). As críticas geraram no mercado preocupações sobre possível intervenção política no órgão. "É uma das pesquisas mais elogiadas do mundo. Nenhum país tem o que a Pnad Contínua tem, em termos de detalhes", afirmou nesta terça Azeredo.

      CARTEIRA

      O número de empregados com carteira assinada no país permanece estável por quatro trimestres, em torno de 33 milhões de pessoas. A última vez em que houve crescimento no número de empregados com carteira na comparação com o trimestre anterior foi no segundo trimestre de 2014.
      Na comparação com o mesmo período do ano anterior, não há aumento desde o fim de 2014. "A grande expectativa da retomada é esse indicador. A carteira é que vai demonstrar que os empreendedores abriram empresas e começaram a contratar", afirmou o coordenador da pesquisa.
      Os dados do IBGE mostram que não houve aumento no emprego em nenhum dos setores econômicos. Naqueles em que o número de vagas é positivo –transporte, alojamento e alimentação e Informação, comunicação e atividades financeiras– o instituto considera que a variação com relação ao trimestre anterior não foi relevante.
      Na comparação com o ano anterior, houve 202 mil trabalhadores a mais no setor de Transportes, que mostram o crescimento do número de motoristas de aplicativos no país, segundo Azeredo. 
      Os setores que mais fecharam vagas no primeiro trimestre foram Construção e Administração público. No primeiro, foram 288 mil trabalhadores a menos. No segundo, 332 mil. Azevedo diz que as quedas são explicadas por fatores sazonais.
      Segundo ele, historicamente a construção registra queda no emprego no primeiro trimestre. Já o corte de vagas da administração pública foi impulsionado pela demissão de professoras com contratos temporários.
      A renda do trabalhador se mantém estável desde o segundo trimestre de 2017. Segundo o IBGE, o trabalhador brasileiro teve renda média de R$ 2.291 nos primeiros três meses de 2019.