Agremiação de Jair Bolsonaro, o Partido Liberal (PL) vai reafirmar lealdade ao presidente derrotado no segundo turno e se posicionar formalmente na oposição ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com parlamentares da sigla, o anúncio será feito na tarde desta terça-feira, 8, em Brasília, pelo presidente do partido, o ex-deputado Valdemar Costa Neto. Será a primeira entrevista coletiva do dirigente, ex-aliado do PT que chegou a ser preso como um dos ícones do escândalo do mensalão, em dez anos.
Impulsionado pelo desempenho do bolsonarismo no primeiro turno das eleições, o PL conquistou as maiores bancadas do Congresso Nacional, com 99 deputados e 14 senadores (6 escolhidos em 2022). Segundo parlamentares da legenda e líderes bolsonaristas, o movimento da sigla faz parte de uma estratégia para tentar frear o assédio de petistas à bancada da sigla na Câmara no momento em que Lula se aproxima do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que já planeja sua campanha à reeleição à frente da Câmara.
O PL estabeleceu como meta eleger o próximo presidente do Senado e vai tentar um acordo com o PP para emplacar o nome de Carlos Portinho (PL-RJ), um nome considerado moderado. Em troca, a legenda pode apoiar Lira, que, assim, ficaria menos dependente de um acordo com o PT.
Apontados como nomes fortes para presidir o Senado caso Bolsonaro vencesse no segundo turno, os também liberais Flávio Bolsonaro (RJ) e Rogério Marinho (RN) perderam força por serem muito identificados com o presidente.
Punição
Ainda há divergências nas bancadas eleitas do PL sobre como serão tratados os parlamentares que não seguirem a orientação da executiva e apoiarem pautas do novo governo. A ala mais ligada ao bolsonarismo defende punição aos parlamentares que não respeitarem as decisões da executiva, que terá Bolsonaro como presidente de honra a partir de 2023.
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