Em 1960, o telefone tocou na casa da estrelíssima Elizabeth Taylor, o maior nome de Hollywood. Ela estava no banho. Seu marido e valete, o cantor Eddie Fisher, foi atender. "Liz, é Spyros Skouras. Ele quer falar com você." Spyros Skouras era o odiado chefão da Fox. Liz rugiu de volta: "Mande-o se f.... Não falo com cretinos!". Fisher insistiu: "Ele quer te convidar para o papel-título em ‘Cleópatra’." E Liz, com sabão nos olhos e para encerrar o assunto: "Diga que só por 1 milhão de dólares!". Fisher deu o recado e voltou: "Ele disse que está fechado. Você começa amanhã."
Essa história marca o início dos supersalários no cinema. Ninguém até então ganhara US$ 1 milhão para fazer um filme. Aliás, nem perto disso, porque a maioria dos grandes astros ainda vivia sob contrato e salário dos estúdios. Mas Liz, depois de quase 20 anos na MGM, conquistara sua independência e podia pedir quanto quisesse. O que interessa, no entanto, é o seguinte: quanto representa US$ 1 milhão de 1960 em dólares de 2022?
Fui ao Google. Descobri que, nesses 62 anos os EUA tiveram uma inflação acumulada de 906,80%, donde aquele milhão valeria agora US$ 10.067.972, 97. É o que Liz Taylor receberia hoje por "Cleópatra".
Mas as coisas mudaram. Por US$ 10 milhões e quebrados em 2022, Jennifer Lawrence, Julia Roberts e Sandra Bullock nem desligariam a torneira do chuveiro. O piso de cada uma é US$ 25 milhões por filme — e nenhuma delas é, nem chorando, a Elizabeth Taylor de 1960. E os rapazes? Leonardo DiCaprio cobra US$ 30 milhões por filme; Will Smith e Denzel Washington, US$ 40 milhões cada; Dwayne Johnson, US$ 50 milhões; e Daniel Craig acaba de assinar um contrato de US$ 100 milhões. Com o streaming, esses valores dobram.
São números de 2021, conforme as revistas americanas de show business. Sim, o show deve continuar, mas foi o business que disparou.
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