Na quarta-feira (9), o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, divulgou o relatório técnico da fiscalização do sistema eletrônico de votação pelas Forças Armadas.
Nele concluiu-se que, nos resultados do primeiro turno em 442 seções eleitorais sorteadas aleatoriamente, bem como em 501 seções do segundo turno, "não se verificou divergências entre os quantitativos registrados no Boletim de Urna afixado na seção eleitoral e os quantitativos de votos constantes no respectivo boletim disponibilizado no site do TSE".
Nesse dia, o presidente eleito Lula circulava por Brasília dispondo-se a recuperar "a harmonia entre os Poderes".
Fechava-se assim um ciclo de tentativas de instrumentalização dos militares na vida política nacional.
Ele foi aberto em abril de 2018 com o infeliz tuíte do comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, às vésperas do julgamento de um habeas corpus em benefício de Lula.
Nesses quatro anos, um presidente que dizia dispor do "meu Exército" tentou instrumentalizar as Forças Armadas no atacado. Não conseguiu.
No varejo, conseguiu alguma coisa. Militarizou de forma desastrada o Ministério da Saúde no pico da pandemia.
A essas instrumentalizações não corresponderam flagrantes quebras da disciplina.
Um comandante como Edson Pujol seguiu a escrita de seu antecessor, Enzo Peri. Enzo quem? Ele comandou o Exército de 2007 a 2015 e não falou de política nesse período nem depois. (Quem não lembra o nome de um general passa-lhe o atestado de silencioso profissionalismo.)
As tentativas de instrumentalização dos militares nos últimos quatro anos foram contidas por oficiais que não falam de política.
Fechou-se esse ciclo e vai para o Planalto um presidente que, em oito anos de poder, nunca se meteu com os quartéis.
MEIRELLES DISSE TUDO
Henrique Meirelles entendeu direito o discurso de Lula da quinta-feira, que derrubou a Bolsa e encareceu o dólar:
"Ele estava no modo campanha."
PLANO DE GOVERNO
De uma víbora:
"Sonhei que Lula passaria os próximos quatro anos viajando gloriosamente pelo mundo por três semanas de cada mês.
Na semana restante, Geraldo Alckmin cuidaria da quitanda."
DE OLHO NO FIES
A turma que enricou com o programa de financiamento para alunos de escolas privadas está sonhando com um ministro da Educação que afrouxe as condições para se obter o empréstimo.
Na sua primeira versão petista, o Fies pagava as anuidades de estudantes matriculados em faculdades privadas sem examinar o cadastro do fiador. Recebia financiamento até o aluno que havia tirado zero na prova de redação do Enem.
O Tribunal de Contas estimou em R$ 20 bilhões o custo da gracinha para a bolsa da Viúva.
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