O preço dos derivados de petróleo, vendidos pela Petrobras no mercado interno, bateu novo recorde, aponta levantamento do Observatório Social do Petróleo, que monitora políticas do setor e é ligado a sindicatos de petroleiros.
O valor do equivalente a um barril de derivados básicos (diesel, gasolina, querosene de aviação, GLP) chegou a R$ 693, alta de 263% nos últimos 10 anos.
O valor é 4,1% superior ao do segundo trimestre deste ano e 64,2% maior do que o preço praticado pela estatal no terceiro trimestre do ano passado.
O estudo do OSP mostra que o valor médio dos produtos vem batendo recordes consecutivos há seis trimestres, ainda que o corte de impostos disfarce a alta para o consumidor final.
Segundo Eric Gil Dantas, economista do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), a venda de produtos derivados no mercado brasileiro é responsável por 65% da receita líquida da Petrobras.
"Esse fator representa a principal explicação para os lucros recordes dos últimos trimestres da companhia", afirma.
Os preços dos derivados de petróleo da Petrobras seguem o PPI (Preço de Paridade de Importação), que é a política de equiparação com os valores do mercado internacional.
"Importante pontuar que o terceiro trimestre ao qual nos referimos se inicia no período pós-isenção de tributos. O aumento de 4,1% nesses meses mostra que o problema dos altos preços dos derivados de petróleo persistiu, mesmo que para o consumidor final a percepção seja de valores menores em função do corte de impostos", afirma Dantas.
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