Em comunicado ao mercado divulgado nesta segunda-feira, 7, a Raízen informou que irá construir mais cinco plantas de etanol de segunda geração (E2G), totalizando investimentos de R$ 6 bilhões.
Segundo a gigante sucroenergética, cada planta de E2G deve demorar 22 meses para ser construída e ter fluxo de investimento de cerca de R$ 1,2 bilhão. A companhia já possui uma planta em operação e outras três em construção, que devem começar a operar a partir do próximo ano.
No mesmo fato relevante, a Raízen também anunciou que assinou com a Shell um contrato de comercialização de etanol celulósico até 2037. O acordo prevê a entrega de 3,3 bilhões de litros do produto.
O combustível será produzido pelas cinco novas plantas, que têm início de operação previsto entre 2025 e 2027 e serão integradas a usinas da Raízen. Com isso, a distribuidora receberá a produção pelos primeiros dez anos de operação das unidades.
A receita mínima do contrato chegará a 3,3 bilhões de euros, considerando o preço mínimo do E2G. “O contrato ainda prevê um ajuste de preço vinculado à cotação de mercado do E2G, quando da entrega do produto. Desta forma, caso a cotação esteja acima do preço mínimo, haverá uma divisão do prêmio entre as partes”, destaca o documento.
Os resultados devem garantir uma margem Ebitda de aproximadamente 50% com investimentos em manutenção estimados em R$ 50 milhões por planta ao ano, ainda conforme a Raízen.
A companhia também prevê prêmios adicionais considerando a evolução da tecnologia e a redução da pegada de carbono do produto.
A Raízen afirmou que pretende atingir 20 plantas de E2G até 2030 ou 2031, chegando a uma capacidade instalada de 1,6 bilhão de litros de etanol de segunda geração.
“Com o domínio de tecnologia proprietária, a companhia se consolidará como o maior produtor e comercializador global de etanol celulósico, com a maior parcela do volume comercializado em acordos de longo prazo”, destaca a empresa em fato relevante.
Esse fluxo de investimento deve vir dos recursos obtidos por meio do IPO feito pela companhia em 2021.
Cumprindo os objetivos
A Raízen já possui uma unidade de etanol celulósico anexa à usina Costa Pinto, em Piracicaba (SP). Em junho de 2021, anunciou o investimento em outra unidade, em Guariba (SP), onde já possui uma unidade de produção de biogás.
Em maio deste ano, por sua vez, a companhia informou o investimento de R$ 2 bilhões em mais duas unidades, integradas às usinas Univalem, em Valparaíso (SP), e Barra, em Barra Bonita (SP).
Ainda em maio, os executivos da gigante sucroenergética disseram que pretendiam acelerar o plano de expansão das unidades de E2G já que os preços e contratos de longo prazo dão segurança para a companhia desenvolver o programa. A intenção era construir duas unidades por ano.
Conforme o cronograma divulgado pela empresa na manhã de hoje, 7, o planejamento está praticamente mantido. Segundo o documento, duas unidades devem entrar em operação em 2023, uma em 2024, uma em 2025, duas em 2026 e duas em 2027.
Ao final do período, na safra 2027/28, as plantas deverão ter capacidade de produção de 696 milhões de litros. A Raízen não informou a localização das novas plantas.
Gabrielle Rumor Koster – NovaCana
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