quinta-feira, 15 de maio de 2025

Indústria ferroviária prevê mais locomotivas e vagões em 2025 e questiona negócios com a China, FSP

 Marcelo Toledo

Ribeirão Preto

indústria ferroviária brasileira projeta ampliar neste ano o total de locomotivas e vagões fabricados, mas prevê redução no total de carros de passageiros produzidos. Os dados mostram que até mesmo a queda na previsão de carros de passageiros para 2025 não é necessariamente uma notícia péssima para o setor, se comparada com anos anteriores.

Apesar disso, a Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária) se viu ameaçada pela possibilidade de o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fechar negócios com a China para a produção de trens e publicou comunicado demonstrando "indignação" e pedindo prioridade à indústria nacional.

Imagem mostra, em primeiro plano, trilhos ferroviários; ao fundo, parte de uma locomotiva, com os faróis acesos, indica se aproximar
Indústria projeta fabricar mais locomotivas e vagões neste ano - Divulgação/ANTF

Se os números se confirmarem ao final do ano, as 75 locomotivas produzidas significarão o melhor desempenho da indústria nacional desde 2017, ano em que elas fabricaram 81 unidades. Em 2024, foram 54, o que indica que este ano pode representar um salto de 38,8% no número de locomotivas produzidas no país.

O cenário também é positivo em relação aos vagões, que podem passar dos 1.547 fabricados no ano passado para 1.700, ou 9,89% a mais.

E, no caso dos carros de passageiros, apesar de a projeção indicar queda de 17,5% (de 228 para 188), o número previsto ainda é o segundo melhor desde 2019, quando foram feitos 99. O total está longe do recorde histórico, de 2016, quando foram feitos 473 carros, mas também muito acima do pior momento já registrado, em 2022, ano em que a indústria não produziu sequer um carro de passageiros.

Os números mostram, na avaliação da Abifer, que a indústria instalada no país é um pilar para o desenvolvimento econômico e social e que não há vácuo a ser ocupado, ao criticar o que considera possibilidade de o Brasil fechar negócio com a China para a produção de trens.

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Em nota na segunda-feira (12), a associação e o Simefre (Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários) manifestaram indignação sobre a possibilidade do estabelecimento de uma parceria ferroviária entre os governos brasileiro e chinês.

"Embora a cooperação internacional seja essencial em muitos setores, é imprescindível que o Brasil priorize e valorize sua própria indústria ferroviária, que possui um sólido histórico de qualidade, inovação e capacidade produtiva", diz a nota, assinada pelo presidente da Abifer, Vicente Abate, e o 1º Vice-presidente do sindicato, Massimo Giavina.

De acordo com eles, o Brasil precisa zelar pela capacidade do setor e garantir a geração de emprego.

"Não há vácuo na indústria nacional a ser ocupado, ao contrário, quem arcou com estes elevadíssimos índices de ociosidade pela inconstância de pedidos, fomos nós, indústria ferroviária", dizem.


GM desenvolve bateria de menor custo para popularizar seus carros elétricos, FSP

 Eduardo Sodré

São Paulo


A General Motors busca alternativas para reduzir os custos de produção e tornar seus carros elétricos mais atraentes. O passo mais importante dessa estratégia é a bateria LMR, sigla em inglês para "lítio com alto teor de manganês".

O novo acumulador substitui elementos raros e caros pelo manganês, que é um metal mais abundante e barato. De acordo com o Ministério de Minas e energia, a reserva brasileira é de 111 milhões de toneladas e está concentrada, principalmente, nos estados de Minas Gerais, Pará e Mato Grosso do Sul.

A imagem mostra uma pessoa vestindo um traje azul e luvas brancas, segurando um pacote amarelo. O fundo é azul, sugerindo um ambiente controlado, possivelmente de laboratório. O pacote parece ser de material rígido e possui uma etiqueta visível na parte superior. Trata-se de um módulo de bateria para carro elétrico
Funcionário da General Motors nos EUA segura módulo da nova bateria desenvolvida em parceria com a sul-coreana LG - Steve Fecht/Divulgação

O início da produção em larga escala da nova bateria está previsto para 2028. Durante o desenvolvimento, a norte-americana GM e a sul-coreana LG Energy Solution encontraram dificuldades como a baixa capacidade de armazenamento e o desgaste acelerado. As empresas afirmam que, agora, esses problemas foram solucionados.

"Enquanto as baterias tradicionais são compostas por cerca de 85% de níquel, 10% de manganês e 5% de cobalto, as LMR têm uma composição bem diferente: aproximadamente 35% de níquel, 65% de manganês e quase nada de cobalto", diz o comunicado divulgado nos EUA pela montadora.

Hoje, os carros elétricos da GM se destacam pela boa autonomia, como mostram os resultados do teste Folha Mauá. Entretanto, o preço elevado é uma barreira diante de concorrentes chineses.



O modelo 100% elétrico mais em conta vendido pela marca no Brasil é o Chevrolet Equinox EV, que custa R$ 440.190. De acordo com dados aferidos pelo Instituto Mauá de Tecnologia, o modelo é capaz de rodar 499 km no uso urbano com uma carga completa.

Ainda em 2025, a montadora vai lançar mais dois modelos a bateria, os SUVs Spark (porte compacto) e Captiva (médio). Ambos virão da China, onde são fabricados pela subsidiária Wuling. Serão carros mais em conta, embora ainda não tragam a nova tecnologia LMR.,