terça-feira, 13 de maio de 2025

'É hora de apertar os cintos', diz presidente da Petrobras sobre queda do petróleo, FSP

 

Rio de Janeiro

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou nesta terça-feira (13) que o cenário de queda do preço do petróleo é desafiador e será enfrentado com simplificação de projetos, redução de custos e busca por melhores margens na venda de produtos.

"É hora de apertar os cintos", afirmou a executiva, em teleconferência com analistas para detalhar o resultado do primeiro trimestre de 2025, quando a empresa lucrou R$ 35,2 bilhões, alta de 48% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A imagem mostra uma mulher com cabelo longo e castanho, usando óculos grandes e escuros. Ela tem uma expressão séria e está olhando para frente. Ao fundo, há uma parede com a palavra 'BRASIL' e um logotipo que parece ser de uma empresa ou instituição.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, em entrevista à imprensa em fevereiro. - Aline Massuca/Reuters

O desempenho, porém, foi ajudado pela valorização do real frente ao dólar. Desconsiderando eventos não recorrentes, como a mudança da taxa de câmbio, o lucro da empresa foi de R$ 23,6 bilhões, queda de 12,1% em relação ao primeiro trimestre de 2024.

"O que temos para a frente é mais desafiador ainda. Estamos hoje no segundo trimestre de 2025 com petróleo US$ 65 por barril, uma diferença de praticamente US$ 20 em relação ao primeiro trimestre do ano passado", afirmou Magda.

"Estamos empenhados em resolver essa questão entregando bons resultados demonstrando muito esforço e muito empenho em prol da disciplina de capital", completou. Segundo ela, o objetivo é buscar "a maior redução de custos possível".

Magda afirmou que a queda do petróleo vai exigir "simplificação de projetos, garantia de boas margens de comercialização dos nossos produtos, significativa redução de custos e muita cooperação das diversas áreas da nossa companhia".

Na apresentação aos acionistas, a Petrobras informou que 98% dos projetos de seu plano de negócios foram aprovados considerando um petróleo a US$ 45 por barril, o que significa que até este limite estariam dando retorno à companhia.

A preocupação no mercado, porém, é com a redução dos dividendos diante da pressão do governo por investimentos que ajudem no esforço do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para reverter a baixa popularidade às vésperas de ano eleitoral.

Segundo a política atual de remuneração da estatal, os acionistas têm direito a 45% do fluxo de caixa livre, ou seja, o dinheiro que restou após o pagamento de custos e investimentos. Pelo resultado do primeiro trimestre, a empresa anunciou a distribuição de R$ 11,7 bilhões, dentro das expectativas.

"Fiquem tranquilos", afirmou Magda aos acionistas nesta terça, "estamos endereçando a redução de custos em prol de um cenário desafiador, com os melhores resultados possíveis para nossos investidores, sejam eles governamentais ou privados".

Nomes de investigados na CPI da Covid são citados em fraude de R$ 6,3 bilhões do INSS, g1

 Dois nomes que aparecem nas investigações da fraude bilionária do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) chamaram atenção de senadores que integraram a CPI da Covid, encerrada em 2021: Maurício Camisotti e Danilo Trento.

A defesa de Camisotti nega que o empresário tenha cometido irregularidades e diz que as acusações contra ele são infundadas (leia mais abaixo). O blog não conseguiu contato com a defesa de Danilo Trento.

Camisotti é considerado pelos investigadores da Polícia Federal (PF) como peça-chave no escândalo do roubo das aposentadorias que, segundo as investigações, pode ter gerado um prejuízo de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Curiosamente, o nome dele foi citado na CPI da Covid como personagem central da negociata de vacinas superfaturadas da Índia, a Covaxin.

“A negociata com as vacinas da Índia não deu certo e eles partiram para lesar aposentados e pensionistas. Essa é nossa principal hipótese. Precisamos aprofundar as investigações", afirma o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), autor do pedido que originou a CPI da Covid.

No caso do INSS, Camisotti aparece, segundo a investigação da PF, como sócio oculto da Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec), uma das entidades suspeitas de fraudes. O faturamento da associação soma R$ 178 milhões entre 2019 e 2024. Há mais de 2 mil reclamações registradas contra a entidade.

Já no escândalo das vacinas superfaturas, durante a CPI da Covid, o nome de Camisotti surge como financiador oculto da Precisa Medicamentos.

"A Precisa Medicamentos intermediou a compra de vacinas Covaxin", lembra o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM).

A vacina estava sendo negociada com a Índia com valor superfaturado e iria render propina para os envolvidos.

De acordo com dados do Tribunal de Contas da União (TCU) à época, a Covaxin foi a vacina mais cara negociada pelo governo Bolsonaro: R$ 80,70 a unidade, valor quatro vezes maior que a vacina da Fiocruz, a AstraZeneca. Contudo, os valores não chegaram a ser desembolsados.

Camisotti foi apontado como responsável por uma transferência de R$ 18 milhões à Precisa Medicamentos. A empresa era representante no Brasil do laboratório indiano Bharat Biotech para compra de 20 milhões de doses da Covaxin. Em junho de 2021, após pressão da CPI, o governo Bolsonaro suspendeu contrato com a Precisa por indícios de irregularidades e suposta corrupção.

A Precisa Medicamentos nunca apresentou o contrato com o laboratório indiano, um documento fundamental para o governo brasileiro ter segurança jurídica de que, ao negociar a compra com a Precisa, a Bharat cumpriria o acordo.

O mais estarrecedor para os investigadores da PF é que os movimentos de Camisotti em direção ao INSS e ao Ministério da Saúde foram simultâneos.