segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Raízen vai construir mais cinco plantas de E2G, com investimento de R$ 6 bilhões, NovaCana

 Em comunicado ao mercado divulgado nesta segunda-feira, 7, a Raízen informou que irá construir mais cinco plantas de etanol de segunda geração (E2G), totalizando investimentos de R$ 6 bilhões.

Segundo a gigante sucroenergética, cada planta de E2G deve demorar 22 meses para ser construída e ter fluxo de investimento de cerca de R$ 1,2 bilhão. A companhia já possui uma planta em operação e outras três em construção, que devem começar a operar a partir do próximo ano.

No mesmo fato relevante, a Raízen também anunciou que assinou com a Shell um contrato de comercialização de etanol celulósico até 2037. O acordo prevê a entrega de 3,3 bilhões de litros do produto.

O combustível será produzido pelas cinco novas plantas, que têm início de operação previsto entre 2025 e 2027 e serão integradas a usinas da Raízen. Com isso, a distribuidora receberá a produção pelos primeiros dez anos de operação das unidades.

A receita mínima do contrato chegará a 3,3 bilhões de euros, considerando o preço mínimo do E2G. “O contrato ainda prevê um ajuste de preço vinculado à cotação de mercado do E2G, quando da entrega do produto. Desta forma, caso a cotação esteja acima do preço mínimo, haverá uma divisão do prêmio entre as partes”, destaca o documento.

Os resultados devem garantir uma margem Ebitda de aproximadamente 50% com investimentos em manutenção estimados em R$ 50 milhões por planta ao ano, ainda conforme a Raízen.

A companhia também prevê prêmios adicionais considerando a evolução da tecnologia e a redução da pegada de carbono do produto.

A Raízen afirmou que pretende atingir 20 plantas de E2G até 2030 ou 2031, chegando a uma capacidade instalada de 1,6 bilhão de litros de etanol de segunda geração.

“Com o domínio de tecnologia proprietária, a companhia se consolidará como o maior produtor e comercializador global de etanol celulósico, com a maior parcela do volume comercializado em acordos de longo prazo”, destaca a empresa em fato relevante.

Esse fluxo de investimento deve vir dos recursos obtidos por meio do IPO feito pela companhia em 2021.

Cumprindo os objetivos

A Raízen já possui uma unidade de etanol celulósico anexa à usina Costa Pinto, em Piracicaba (SP). Em junho de 2021, anunciou o investimento em outra unidade, em Guariba (SP), onde já possui uma unidade de produção de biogás.

Em maio deste ano, por sua vez, a companhia informou o investimento de R$ 2 bilhões em mais duas unidades, integradas às usinas Univalem, em Valparaíso (SP), e Barra, em Barra Bonita (SP).

Ainda em maio, os executivos da gigante sucroenergética disseram que pretendiam acelerar o plano de expansão das unidades de E2G já que os preços e contratos de longo prazo dão segurança para a companhia desenvolver o programa. A intenção era construir duas unidades por ano.

Conforme o cronograma divulgado pela empresa na manhã de hoje, 7, o planejamento está praticamente mantido. Segundo o documento, duas unidades devem entrar em operação em 2023, uma em 2024, uma em 2025, duas em 2026 e duas em 2027.

Ao final do período, na safra 2027/28, as plantas deverão ter capacidade de produção de 696 milhões de litros. A Raízen não informou a localização das novas plantas.

Gabrielle Rumor Koster – NovaCana

domingo, 13 de novembro de 2022

Corinthians anuncia saída do técnico Vítor Pereira, FSP

 

SÃO PAULO

português Vítor Pereira não será o técnico do Corinthians em 2023. A saída do treinador foi anunciada pelo presidente do clube, Duilio Monteiro Alves, após a derrota por 1 a 0 para o Atlético-MG neste domingo (13), pela última rodada do Campeonato Brasileiro.

"Hoje se encerra um ciclo. O Vítor Pereira e sua comissão técnica não vão permanecer no clube. O contrato se encerra, não foi renovado", afirmou o mandatário em pronunciamento à imprensa na Neo Química Arena.

O técnico português Vitor Pereira.
O técnico português Vitor Pereira. - Carla Carniel/Reuters

Vítor Pereira não estava à beira do gramado na partida, pois cumpriu suspensão após ter sido expulso por reclamação no empate em 2 a 2 com o Coritiba, na última quarta-feira (9).

O presidente do Corinthians não concedeu entrevista, alegando problema de saúde. Ele acrescentou elogios ao treinador durante o pronunciamento.

"A gente põe um ponto final na temporada de 2022 que, para mim, foi boa. Depois de muitos anos, o Corinthians brigou lá em cima, chegou a uma final de Copa do Brasil, permaneceu o Campeonato Brasileiro inteiro entre os quatro e estamos na Libertadores do ano que vem com uma vaga direta", avaliou.

Pereira tinha contrato até o fim do ano e decidiu não seguir no Corinthians. O técnico chegou a indicar que queria a renovação, mas que essa decisão dependeria também de questões familiares.

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A dúvida sobre a permanência de Pereira vinha se arrastando por alguns meses. A sogra dele passa por problemas de saúde, motivo que manteve a esposa e os filhos do treinador morando em Portugal.

O treinador chegou ao Corinthians em março e comandou a equipe em 63 jogos, com 29 vitórias, 16 empates e 18 derrotas. No período, o time foi vice-campeão da Copa do Brasil, chegou à semifinal do Paulista e às quartas de final da Libertadores, e terminou o Brasileiro no quarto lugar.

"Agradecer ao Vítor, que virou um irmão. É um cara que respeito muito, fez um grande trabalho aqui. Agradecer toda a sua comissão também. Foi um ano de muitas experiências positivas", concluiu o presidente, sem adiantar nenhum nome nos planos do clube para assumir a função no ano que vem.

Cruzada ideológica matou o Twitter, a principal plataforma da política mundial, Mathias Alencastro FSP

 É emblemático que o Twitter, plataforma fundamental da vida política na era das direitas populistas, tenha entrado em colapso no mês em que tanto Jair Bolsonaro quanto Donald Trump sofreram derrotas importantes.

Em duas semanas, o singular Elon Musk provocou uma onda de demissões nas áreas de segurança e privacidade de sua empresa e aboliu o que ele dizia ser a separação entre "senhores e camponeses", instaurando uma nova política de atribuição do selo azul que distingue as contas oficiais.

O que se seguiu foi uma semana de debacle reputacional com a falsificação de perfis de personalidades públicas e empresas. A debandada dos grandes patrocinadores corporativos, dos quais o Twitter depende mais que a Meta ou o Google, deixou, segundo o próprio Musk, a empresa em risco de falência.

O CEO do Twitter, Elon Musk, chega a conferência de investidores em Nova York - Andrew Kelly - 4.nov.22/Reuters

A história da aquisição do Twitter por alucinantes US$ 44 bilhões por Musk é a história dele próprio, um brilhante engenheiro que tentou se reinventar em ator geopolítico.

Depois do início da Guerra da Ucrânia, ele levou ao paroxismo a confusão entre política real e ativismo digital ao colocar um dos seus principais serviços tecnológicos, o Starlink, à disposição do Exército ucraniano e inventar uma charlatanesca diplomacia das redes.

Seus diálogos via Twitter com Kiev, Moscou, Pequim e Washington nunca deram em nada. Tudo o que Musk conseguiu foi virar o herói dos sociopatas e extremistas, que se aproveitam da sua "concepção absoluta da liberdade de expressão" para perpetuar abusos e ilegalidades.

A aproximação de Musk com Bolsonaro e Trump, cujos candidatos ele endossou na última eleição americana de meio de mandato, tornou o bilionário um alvo fácil dos agentes reguladores de governos democráticos.

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A administração de Joe Biden já reconheceu a necessidade de avaliar se as ligações internacionais de Musk podem representar uma ameaça à segurança nacional. Na União Europeia, quem assume o lugar de Alexandre de Moraes é o poderoso comissário europeu Thierry Breton. Ele tem usado a deriva de Musk como exemplo para justificar o pacote regulatório que obriga as plataformas a recorrer a meios mais transparentes na luta contra os conteúdos ilegais, a incitação ao ódio e os ataques aos processos eleitorais —elas estão sujeitas a multas que podem chegar a 6% dos lucros obtidos na UE.

A cruzada ideológica de Musk e a deriva administrativa do Twitter colocaram em marcha um processo irreversível. Daqui a poucos anos, com ou sem choro, veremos as redes sociais aderindo ao horário eleitoral, com o YouTube controlando o tempo de exibição dos seus canais políticos, o WhatsApp limitando o encaminhamento de mensagens e um consórcio de redes monitorando a comunidade virtual.

Esse processo foi construído a partir da iniciativa da União Europeia, que lidera a questão da regulação, e replicado em países onde a democracia quase colapsou por causa da instrumentalização das redes sociais por forças criminosas. O Twitter fará falta, mas ele foi sacrificado por uma boa causa.