quarta-feira, 13 de abril de 2022

Proposta que cria ferrovias curtas é levada a deputados de SP, Marcelo Toledo, FSP

 Marcelo Toledo

O governo de São Paulo enviou à Assembleia Legislativa projeto de lei que tem como objetivo autorizar a exploração, via iniciativa privada, de ferrovias existentes no estado.

O principal objetivo do projeto é transformar a malha ferroviária desativada, que apresente baixa capacidade de tráfego ou esteja ociosa em shortlines, que são as ferrovias de trajeto curto, para equilibrar a matriz de transporte de cargas.

Em vermelho, a malha ferroviária ativa em São Paulo, de 2.390 km, inferior aos 2.530 km ociosos ou desativados (em preto)
Em vermelho, a malha ferroviária ativa em São Paulo, de 2.390 km, inferior aos 2.530 km ociosos ou desativados (em preto) - Secretaria de Logística e Transportes

A proposta diz que a implantação reduzirá o custo do transporte, permitirá a melhora da competitividade das produções industrial e agrícola e dará novas alternativas de transporte a passageiros e empresas.

Hoje, só 11% do transporte em São Paulo é feito por ferrovias, índice inferior à média brasileira, de 23%. As rodovias transportam 84%, com 5% da produção sendo escoada por outros modais (aéreo e dutos).

Para piorar, com uma malha ativa de apenas 2.390 quilômetros, São Paulo tem outros 2.530 quilômetros de trilhos sem utilização, ou seja, mais da metade. O Brasil tem, no total, cerca de 30 mil quilômetros de linhas férreas.

O projeto de lei 148/2002, publicado no último dia 29 e que deu entrada na Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Assembleia Legislativa no dia 5, já recebeu propostas de emendas parlamentares.

Uma delas, da deputada Márcia Lia (PT), propõe a inclusão de um artigo que exclui a EFCJ (Estrada de Ferro Campos do Jordão) de eventuais autorizações, concessões ou cessões.

Segundo a deputada alegou, o artigo 7 do projeto de lei abre uma brecha para que o governo inclua na relação de eventuais concessões a ferrovia, importante para o turismo em cidades do Vale do Paraíba.

O artigo diz que o sistema ferroviário paulista "é constituído pela infraestrutura de transporte ferroviário, existente ou planejada, incluindo os respectivos pátios, terminais, oficinas de manutenção e demais instalações".

"Ante a importância da EFCJ para o desenvolvimento turístico, cultural, social e econômico para a região composta pelos municípios de Pindamonhangaba, Santo Antônio do Pinhal e Campos do Jordão, há necessidade de impedir a aberração que poderá ser permitida e promovida pela ausência de previsão legal que impeça que essa ferrovia seja transferida para a iniciativa privada", diz trecho da justificativa da parlamentar.

transporte de passageiros está contemplado nos estudos com o TIC (Trem Intercidades), inicialmente entre a capital e Campinas e que, nos próximos meses, terá audiências públicas e a publicação do edital do trecho.

Segundo a Casa Civil, para revitalizar o cenário ferroviário a Secretaria de Logística e Transportes criou um grupo de trabalho que desenvolve um plano estratégico para o setor, que reativará a malha inoperante.

O plano, ainda conforme a pasta, conta com o PAM-TL (Plano de Ação de Transporte de Passageiros e Logística de Cargas para a Macrometrópole Paulista), que prevê investimentos privados de R$ 70 bilhões até 2040, sendo 77% do montante para o setor ferroviário.

Desse total, R$ 54,2 bilhões devem ser investidos na malha ferroviária nas regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas, Sorocaba, Baixada Santista e São José dos Campos, que concentram 70% do transporte de cargas no estado e e 32% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional.

Além do Trem Intercidades, o plano prevê linhas expressas de transportes de cargas, ferroanel na região leste do estado e uma rota rodoferroviária entre a capital e o porto de Santos.

Siemens vai fornecer novos sistemas de sinalização e eletrificação para as linhas 8 e 9, RF

 A Siemens Mobility assinou contrato com a ViaMobilidade para modernização dos sistemas das Linha 8-Diamante e 9-Esmeralda dos trens metropolitanos de São Paulo. Para ambas as linhas, a empresa vai fornecer novos sistemas de eletrificação e de tração. Especificamente para a Linha 8, o acordo inclui também a instalação de um sistema de sinalização automatizado, contemplando intertravamento eletrônico (Westrace MKII) na região das estações de Osasco, Presidente Altino e Imperatriz Leopoldina. Melhorias nas vias da estação Barra Funda e a realocação de ATS também serão realizadas, segundo a fornecedora alemã. 

Com relação aos novos sistemas elétricos das linhas, a Siemens vai implementar na Linha 8 a reforma das subestações Imperatriz Leopoldina, Osasco, Santa Terezinha e Santa Rita, novas cabines de Barueri, Itapevi e Amador Bueno e reformas das cabines de Presidente Altino, Osasco e Quitaúna. Na Linha 9, serão construídas novas subestações de Cidade Jardim e Socorro, assim como haverá reformas das subestações de Jaguar e Morumbi, novas cabines de Ceasa, Pinheiros, Berrini, Santo Amaro, Jurubatuba e Grajaú, reforma de cabine de Cidade Dutra e linhas de distribuição em 34,5kV. 

The News- Pela 1ª vez, aterro sanitário gera energia para residências no Brasil

Falou em energia renovável, pensou em energia solar? Não está errado, mas há outros meios, como a energia produzida por meio do lixo. Dá pra tirar proveito de tudo. risos.

Essa modalidade não é a mais difundida no Brasil, mas uma startup mineira — a Metha Energia — fechou uma parceria recente com a multinacional Asja para fornecer energia elétrica a uma usina de biogás construída em um aterro sanitário. 💡

  • Essa é a primeira vez que a energia gerada em aterros chegará ao consumidor residencial no Brasil.

Como funciona? O lixo se decompõe naturalmente, produzindo o biogás. Este biogás é captado e transformado em energia, que será convertida em créditos de KWh, repassados para o consumidor final da Metha.

Com a parceria, a startup mineira — cujo serviço oferece uma economia na conta de luz — estima que será possível atender a 13 mil novas famílias em Minas Gerais.

Zoom Out: A novidade é um marco para o setor, já que a usina pode fazer com que deixem de ser jogadas 473 mil toneladas de gás carbônico na atmosfera. Hoje, 73% das emissões de gases do efeito estufa vêm do setor energético.



Startup mineira vai oferecer energia gerada em aterros para residências

Parceria entre a startup Metha Energia e a multinacional Asja irá levar energia gerada em aterro para residências pela primeira vez no Brasil

Victor Soares, cofundador da Metha Energia: plataforma conecta usinas e produtores de energia a residências (Divulgação/Metha Energia)
Victor Soares, cofundador da Metha Energia: plataforma conecta usinas e produtores de energia a residências (Divulgação/Metha Energia)
Por Luciana LimaPublicado em 08/04/2022 12:33 | Última atualização em 11/04/2022 10:58Tempo de Leitura: 3 min de leitura

A Metha Energia, startup mineira de compartilhamento de energia distribuída, se juntou à multinacional Asja para levar energia gerada em aterros sanitários para o consumidor residencial pela primeira vez no Brasil. 

Com a parceria, a Metha estima que serão gerados 1,8 milhão de kWh por mês, capazes de atender 13 mil famílias a partir da usina instalada no aterro sanitário de Sabará, em Minas Gerais. 

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“Quando pensamos em energia renovável automaticamente associamos à energia solar, que é mais acessível. Mas existe uma oportunidade enorme de produzir energia por meio do lixo”, diz Victor Soares, CEO e cofundador da Metha Energia. 

Desde 2015, após uma resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), os consumidores podem produzir a sua própria energia, por meio de painéis solares ou pequenas usinas, e abater o valor das suas contas de luz. 

Tanto é que, hoje, segundo o Ministério de Minas e Energia, existem 922 mil unidades que fazem o uso da geração compartilhada de energia, principalmente, da fonte solar fotovoltaica. 

Entretanto, mesmo com as contas de luz 114% mais caras, grande parte dos consumidores não usufrui da possibilidade, uma vez que criar a própria usina ou investir em painéis solares não é algo trivial. Foi a partir desse diagnóstico que a Metha surgiu, em 2017. 

“Vimos que já existiam empresas grandes começando a atuar com geração distribuída, porém, para nós consumidores era difícil acessar esses serviços. Enquanto isso, as contas de energia só aumentavam. Percebemos aí uma oportunidade”, diz Soares. 

A saída, então, foi criar uma plataforma digital para conectar pequenas e médias usinas de geração de energia limpa (fotovoltaica, hidrelétrica e  biogás) a residências. A Metha compra os créditos de energia dos produtores e das usinas e os repassa para o consumidor final, o que resulta em um abatimento de até 15% nas contas de luz. A startup se monetiza por meio de uma porcentagem descontada dos geradores de energia durante esse processo. 

Atualmente, a empresa tem 75 mil clientes cadastrados no estado de Minas Gerais e, com a parceria com a Asja, a meta é crescer cinco vezes mais até o final do ano, expandindo a operação para outros seis estados no sudeste, centro-oeste e norte do país. 

“Por conta do custo operacional, essas usinas focam em empresas devido ao volume gasto. Porém, por meio da tecnologia, conseguimos levar o serviço também para o consumidor final que, além de tudo, consegue tangibilizar melhor de onde vem a sua energia. É uma mina de ouro”, finaliza Soares.