quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Lufthansa perde 1 milhão de euros a cada duas horas, diz presidente da companhia, FSP

 A Lufthansa está perdendo 1 milhão de euros (R$ 6,4 milhões) a cada duas horas, "uma melhora significativa" em relação ao período mais duro para o setor durante a pandemia, disse o presidente do grupo alemão na quinta-feira (21).

A Lufthansa, que acumulava perdas com o dobro dessa taxa no ano passado, cortou custos e reduziu voos para aqueles que geravam caixa positivo graças às taxas de carga flutuantes, disse o presidente Carsten Spohr em uma entrevista webcast hospedada pela Eurocontrol.

Aviões da Lufthansa no aeroporto de Munique, Alemanha - Chirstof Stache/AFP

O grupo recebeu no ano passado um aporte de 9 bilhões de euros (R$ 58 bilhões), no qual o governo alemão ficou com uma participação de 20%.

A Lufthansa já usou cerca de 3 bilhões de euros (R$ 19,3 bilhões) do investimento, disse Spohr, e pode acabar não precisando do valor total.

A companhia aérea ainda espera uma forte recuperação de viagens a partir do segundo semestre, acrescentou Spohr, e espera operar com 40-60% da capacidade pré-crise para o ano como um todo.

Lula foi diagnosticado com Covid-19 e fez quarentena em Cuba, FSP

 O ex-presidente Lula foi diagnosticado com Covid-19 no dia 26 de dezembro em Cuba e precisou ficar 14 dias de quarentena no país.

O escritor Fernando Morais, que foi com ele à ilha, chegou a ficar internado, mas já está curado. Eles desembarcaram na quarta (20) no Brasil.

Lula viajou a Cuba para participar de um documentário sobre a América Latina dirigido pelo cineasta norte-americano Oliver Stone.

Lula
Lula e Fernando Morais se reencontram depois que o escritor saiu do hospital - Ricardo Stuckert

petista estava sem sintomas, mas a doença foi detectada pelos exames que ele fez seguindo os protocolos cubanos para viajantes estrangeiros que chegam ao país.

Três dias antes de embarcar, Lula e a comitiva, de mais oito pessoas, fizeram exames de RT-PCR, em que a coleta é feita com cotonete pelo nariz.

Um dia depois da chegada, todo o grupo repetiu o teste, que voltou a dar negativo.

Cuba, no entanto, exige que o exame seja refeito depois de cinco dias, já que existe a possibilidade de o RT-PCR não detectar o vírus logo depois da infecção, devido ao período de incubação.

Foi então que se descobriu que, dos nove viajantes, oito estavam contaminados: Lula, a noiva dele, Rosangela da Silva, a Janja, Fernando Morais, o fotógrafo Ricardo Stuckert e mais quatro assessores.

A conclusão da investigação epidemiológica foi de que eles contraíram o vírus durante o deslocamento da viagem. O petista voou em um avião alugado pela produção do documentário.

Depois do diagnóstico, Lula fez uma tomografia que acusou que ele tinha lesões pulmonares compatíveis com Covid-19. Sem sintomas, ele foi encaminhado para uma casa com os outros que testaram positivo. Apenas Fernando Morais foi para o hospital.

Os que apresentaram algum tipo de problema pulmonar, como Lula, tomaram corticóide e anticoagulantes.

Os médicos cubanos receitaram também o imunomodulador Jusvinza a Lula. A droga age sobre substâncias inflamatórias da Covid-19. Seu efeito no combate às reações da doença já entrou no protocolo de estudo de Cuba, que foi seguida por outros países_e deve ser usado com acompanhamento médico rígido.

As pessoas que acompanhavam Lula e que não tiveram lesão pulmonar ativa usaram Interferon cubano, na versão injetável ou nasal. O medicamento também está em protocolo de estudo.

A evolução da doença foi acompanhada, no Brasil, pelo deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), que conversava quase todos os dias com Lula e com os médicos que acompanhavam o grupo.

Ex-ministro da saúde, ele é médico formado pela Universidade de Campinas (Unicamp) e especializado em infectologia pela USP.

Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Antonio Delfim Netto Descrédito na vacina, FSP

 

Ela é a única saída para esta calamidade que estamos vivendo

Governos correm para garantir a vacinação de suas populações no menor tempo possível. O problema não é, necessariamente, a aquisição das doses, mas obtê-las de maneira célere o suficiente para frear o avanço da pandemia, salvar vidas e permitir a reorganização da atividade econômica.

O segundo desafio é a logística da vacinação. Mesmo países que asseguraram volume suficiente de vacinas para o curtíssimo prazo, como EUA e Reino Unido, caminham em ritmo ainda lento, certamente mais lento do que o necessário para reduzir rapidamente a transmissão. A notável exceção é Israel, que já imunizou 78% da população acima de 70 anos e quase 25% da população total. Suspeito de que a iminência de um processo eleitoral em março e um governo cambaleante tenham sido incentivos extras para que se buscassem soluções fora da caixa.

Há, porém, um desafio talvez mais importante para o resultado final na luta contra a pandemia: a baixa disposição da população em se vacinar. De maneira espantosa, isso se manifesta também entre os profissionais de saúde, em alguns casos em proporção superior à da população em geral.

Segundo reportagem do Financial Times, metade das enfermeiras, um quarto dos médicos e cerca de 35% dos alemães declaram que não querem se vacinar. Na França, são 76% dos funcionários de asilos e 60% da população em geral.

Ficamos tão perplexos com o descaso e a desinformação sistemática, inclusive de autoridades públicas, sobre como lidar com a pandemia que deixamos de atentar para o fato de que o Brasil, embora pareça, não é desconectado do mundo.

Os números apontam um problema muito maior e mais importante, um melancólico sentimento de descrédito na ciência e nas instituições. É difícil acreditar que americanos e europeus rejeitem a vacina porque temem virar jacaré ou por desconfiança em relação ao país do qual ela se origina.

Nunca foi tão importante a transparência sobre as vacinas —suas tecnologias, dados e efeitos— e a missão de levar essa informação a todos para, esperançosamente, convencer a população sobre a segurança da única saída para esta calamidade que estamos vivendo.

Opinião - Se já houvesse vacina, eu tomaria - Antônio Delfim Netto
Opinião - Se já houvesse vacina, eu tomaria - Antônio Delfim Netto (gráfico) - Núcleo de Imagem