O TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) reduziu na semana passada a pena de Paulo Vieira de Souza, o ex-diretor da Dersa (antiga estatal paulista de rodovias) conhecido como Paulo Preto. Principal alvo da Lava Jato de São Paulo, ele era suspeito de ser o operador do PSDB no estado.
Condenado em primeira instância a 145 anos e 8 meses de prisão sob acusação de desvios milionários em obras do Rodoanel Sul, o ex-diretor agora deve cumprir 5 anos, 11 meses e 3 dias em regime semiaberto.
A decisão foi tomada por unanimidade pelos desembargadores da 5ª Turma do tribunal, reformando a sentença da juíza Maria Isabel do Prado, da 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo, que em março havia condenado Paulo Preto por três crimes: peculato, associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema público.
O TRF-3 só manteve a condenação por peculato e reduziu a pena do ex-diretor.
A diminuição da pena ocorreu por extensão dos efeitos de recursos apresentados por outros réus, como a filha de Paulo Preto, Tatiana Arana de Souza Cremonini, e o ex-chefe de assentamentos da Dersa, José Geraldo Casas Vilela.
O processo trata de acusação de desvio de cerca de R$ 7,7 milhões. Esse dinheiro deveria ser destinado a indenizações para moradores removidos por causa das obras do trecho sul do Rodoanel em São Paulo.
De acordo com o Ministério Público Federal, parte do montante foi usada para beneficiar funcionárias domésticas de Paulo Preto, que teriam recebido unidades da CDHU e auxílios-mudança de forma indevida. A acusação aponta ainda a realização de cerca de 1.700 pagamentos a falsos desalojados. Sua defesa negou na ação que ele tivesse cometido irregularidades.

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