sexta-feira, 10 de julho de 2020

Número de milionários cresce no Brasil e chega a quase 200 mil, FSP

número de milionários no Brasil cresceu 7% e chegou a 199 mil em 2019. A informação é do World Wealth Report de 2020, publicado nesta quinta-feira (10) pelo instituto de pesquisa Capgemini.

Em números brutos, o Brasil é 18º país com o maior contigente de milionários, parte em razão do seu tamanho, já que fica na frente de países ricos como Suécia e da Áustria.

Estados Unidos, Japão, Alemanha e China, os quatro primeiros colocados no ranking, concentram 61,6% da chamada população HWNI (sigla para ​indivíduo cm alto patrimônio líquido, uma pessoa com investimentos superiores a US$ 1 milhão). Os EUA têm quase 6 milhões de milionários.

Número de milionários cresceu no mundo em 2019; consultoria prevê queda de 6% da riqueza no primeiro trimestre deste ano
Número de milionários cresceu no mundo em 2019; consultoria prevê queda de 6% da riqueza no primeiro trimestre deste ano - Marcello Casal Jr./ABr

De 2018 a 2019, o total dessa população subiu 8,8%, com aumento em todas as regiões do mundo. São 19,6 milhões de pessoas, contra 18 milhões em 2018. A riqueza cresceu 8,6% e representa US$ 74 trilhões. Na América Latina, a alta foi de 2,7%.

O maior crescimento foi registrado na América do Norte (10,9%), seguida do Oriente Médio (9,3%).

Foi a primeira vez desde 2012 que a região Ásia-Pacífico não liderou o avanço da riqueza. A América do Norte registrou alta de 11%, enquanto a América Latina, 4,4%.

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"O aumento das tensões comerciais e a agitação geopolítica exigiram confiança nos negócios, nas decisões de investimento e no comércio global", afirmou o relatório.

Analistas da Capgemini mencionam também uma "mudança notável nas acomodações de política monetária em várias regiões —e otimismo de desempenho do setor de tecnologia", o que teria acalmado tensões no mercado financeiro.

O relatório do ano passado, portanto relativo a 2018, apresentou a primeira baixa de milionários após sete anos consecutivos de alta. A queda foi consequência da guerra comercial entre China e Estados Unidos, que derrubou o desempenho econômico do país asiático, e no brexit, com as incertezas no mercado europeu.

O impacto da Covid-19 será registrado no balanço do próximo ano. No primeiro trimestre de 2020, a pandemia de coronavírus contraiu US$ 18 trilhões de mercados globalmente. A estimativa do instituto é de redução de 6% a 8% na riqueza global até o fim de abril de 2020.

POBREZA

De acordo com o Banco Mundial, as estimativas mais recentes sobre pobreza, de 2015, mostram que 10% da população mundial —ou 734 milhões de pessoas— vivem com menos de US$ 1,90 por dia. Em 1990, eram 36% da população, o equivalente a 1,9 bilhão de pessoas.

Devido à Covid-19, a instituição estima que até 60 milhões de pessoas entrem em extrema pobreza (menos de US$ 1,90 ao dia) este ano. A taxa global de pobreza extrema pode aumentar de 0,3 a 0,7 ponto percentual, para cerca de 9% em 2020.

Dado recente da ONU aponta para 500 milhões de pessoas em situação de pobreza no mundo.

Ruy Castro Bolsonaro não quer compaixão, FSP

Não será surpresa se, ao se decretar 'recuperado', ele zombar dos que lhe desejaram saúde

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Alguns leitores perceberam que há meses não me refiro ao ocupante do Planalto como “Presidente Jair Bolsonaro”. Trato-o como Jair Bolsonaro e dispenso-me do “Sr.” —afinal, ele não se comporta como tal. Basta-me ser compulsoriamente presidido por ele, o que já é suficiente para asco, e isso não implica ter votado ou não em seu adversário —porque há 31 anos não voto em ninguém. A última vez foi no primeiro turno da eleição presidencial de 1989, e meu candidato não chegou ao segundo turno. Antes que me perguntem, informo que não foi o Enéas, embora, se eleito, ele não seria tão nefasto quanto o elemento que hoje dita a destruição do Brasil.

Da mesma forma, ao me referir aos filhos de Bolsonaro, não me ocorre fazer como alguns colegas e tratar um deles, Carlos, por “Carlucho”. É um apelido benigno demais para indivíduo tão perigoso —o mais perigoso dos três que, em nome do pai, controlam o ministério, inspiram a operação das fake news, conspiram contra as instituições, falam grosso com o Exército e comandam o país a partir do porão. O nome “Carlucho” sugere algo vindo da infância e é difícil imaginar os filhos de Bolsonaro tendo infância.

A suposta contaminação de Bolsonaro pela Covid provocou manifestações de “direito à vida” e “pronto restabelecimento” até por seus críticos —mesmo que, no passado, ele tenha expelido votos de infarto e câncer para seus adversários políticos. E que, no próprio dia em que se declarou infectado, tenha debochado da doença, induzido milhões de pessoas a consumir um remédio inapropriado e, num ato de estudada crueldade, negado água potável e proteção às populações indígenas.

Bolsonaro é o primeiro a não querer despertar compaixão. Para ele, assim como o uso da máscara, isso deve ser “coisa de viado”.

Não será surpresa se, ao se decretar “recuperado”, Bolsonaro zombar dos que lhe desejaram saúde.