terça-feira, 30 de outubro de 2012

Rio dará quase 10 mil vagas para cotistas


HELOISA ARUTH STURM / RIO - O Estado de S.Paulo
As universidades públicas no Estado do Rio terão quase 10 mil vagas reservadas para ações afirmativas em 2013. Os editais com as novas regras nos processos seletivos começam a ser publicados. As maiores ofertas estão nos cursos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que destinará 2.770 delas a estudantes egressos de escolas públicas; pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que vai reservar 2.462; e pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com 2.169.
Todas as federais estarão adequadas à nova Lei de Cotas, mas algumas discutem o porcentual de vagas a ser reservado - o mínimo determinado em lei para 2013 é de 12,5%. É o caso do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet), que no ano passado ofereceu cerca de 1,2 mil vagas, sem cotas, em cursos de graduação na área de exatas; e da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), que aguarda definição do Conselho de Ensino e Pesquisa da universidade quanto ao porcentual a ser aplicado em relação às quase 3,5 mil vagas disponíveis.
Outras, como a UFF e a UFRJ, destinarão porcentuais superiores ao determinado pela lei. A UFRJ reservará 30%. Na UFF, além dos 12,5% previstos legalmente, outros 10% serão reservados a candidatos que cumprirem certos critérios socioeconômicos, mas sem o critério racial.
Para Nidia Majerowicz, pró-reitora de graduação da UFRRJ, um dos maiores desafios decorrentes da nova lei será "a criação de mecanismos seguros e eficientes para garantir a verificação da renda para que a reserva de vagas pelo critério socioeconômico seja efetivamente destinada ao público que a ela faz jus".
Algumas federais, como a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFRJ), já reservavam 20% das vagas com habilitação em licenciatura para candidatos que fossem professores em atividade na rede pública. O reitor da UniRio, Luiz Pedro San Gil Jutuca, não só apoia a nova lei como manterá a política afirmativa anterior. "Acho até que essa lei demorou a chegar, porque busca minorar toda uma dívida que a sociedade tem para o contingente menos agraciado ultimamente com uma educação de qualidade", afirmou.
As universidades estaduais são orientadas por lei estadual de 2008, que reserva 45% das vagas a estudantes carentes, sendo 20% para negros ou indígenas, 20% para oriundos da rede pública de ensino e 5% para pessoas com deficiência ou filhos de agentes de segurança mortos ou incapacitados durante o serviço.
Além da Uerj, outras três estaduais - Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec, que oferece cursos de graduação), Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (Uezo) e Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) - terão reservadas cerca de mil vagas.
A distância. Os cursos a distância semipresenciais terão vagas preenchidas pelo sistema de cotas. Das 6.305 vagas disponíveis, quase 2 mil serão destinadas a egressos de escolas públicas ou professores da rede pública, observando as leis federal e estadual de cotas, e o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica. Serão oferecidas vagas em 13 cursos, sendo 9 deles de licenciatura, 2 em tecnologia e 2 bacharelados. O processo seletivo é organizado pelo consórcio Cederj, que congrega sete instituições públicas.

Onda de crimes em São Paulo


Bruno Paes Manso, Marcelo Godoy e William Cardoso
SÃO PAULO - Atentados contra policiais militares foram ordenados por traficantes de Paraisópolis, na zona sul. Nesta segunda-feira, 29, pela primeira vez, o governo admitiu que foi de bandidos dessa comunidade que partiu a determinação de executar policiais. "Dali emanaram algumas ordens de atentados contra PMs", afirmou o secretário da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, minutos antes de chegar à favela, ocupada horas antes por 600 homens da Tropa de Choque da PM.
Comunidade virou uma espécie de esconderijo de traficantes do PCC e ladrões - Nilton Fukuda/Estadão
Nilton Fukuda/Estadão
Comunidade virou uma espécie de esconderijo de traficantes do PCC e ladrões
O objetivo é asfixiar o tráfico de drogas e causar prejuízos ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A ação na segunda maior favela de São Paulo deve durar pelo menos um mês.
A guerra não declarada entre PCC e PM é apontada por especialistas como a principal causa do aumento de homicídios - no mês de setembro, eles cresceram 96% na capital, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Muitas das execuções de policiais são seguidas por ações de criminosos em motos ou carros, que, mascarados, atiram indiscriminadamente contra suspeitos de usar drogas ou supostos ladrões ou traficantes. Famílias de vítimas denunciam a ação de policiais.
Oficialmente, o secretaria informa que o objetivo da operação em Paraisópolis é "combater o tráfico de drogas e diminuir roubos na região, além de dar sossego a quem vive na comunidade". Mas dados de criminalidade mostram que a região registrou apenas um assassinato no mês passado e queda de roubos e furtos, em relação à agosto.
O que torna Paraisópolis importante do ponto de vista criminal é o fato de a comunidade ter virado uma espécie de esconderijo de traficantes do PCC e ladrões que agem no Morumbi. Policiais ocuparam a comunidade após investigação que contou com grampos telefônicos e infiltração de agentes na região. Foram apreendidos 130 kg de maconha, 6 kg de cocaína, 50 frascos de lança-perfume, um fuzil. Também foi preso Edson Santos, de 31 anos, o Nenê. Ele é acusado de ser o "disciplina" do PCC em Paraisópolis, responsável pelo "tribunal do crime" na região. Os "julgamentos" ocorriam no campo do Palmeirinha, tomado nesta segunda pela Tropa de Choque. Nenê era o braço direito do chefão do tráfico na favela: Francisco Antônio Cesário da Silva, o Piauí, preso em 26 de agosto pela Polícia Federal em Itajaí (SC).
Segundo o deputado Major Olímpio, o traficante disse aos policiais que o prenderam que a ordem da facção é matar um PM a cada integrante do PCC preso e matar dois PMs a cada bandido morto. O vereador eleito Conte Lopes (PTB) disse que ouviu a mesma informação. "Nossa área de inteligência o localizou (Piauí) e entrou em contato com a PF, que fez a prisão", explicou o secretário.
Ferreira Pinto afirmou ainda que a operação em Paraisópolis é "só a primeira de outras que devem ser feitas pela PM para combater a onda de homicídios". Mas tentou mais uma vez minimizar o poder do PCC, afirmando que o tráfico não é monopólio da facção.
Críticas. Na favela, a presença de PMs a cavalo e fortemente armados causou estranheza e críticas. Moradores reclamam de não terem sido informados. Apesar do aparato policial, até o início da noite o comércio funcionava normalmente.

Após 1 ano, alça da Ponte Orestes Quércia não está pronta


Diego Zanchetta e Rodrigo Burgarelli - O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - Após quase dez meses de atraso, a Ponte Governador Orestes Quércia, na Marginal do Tietê, foi inaugurada em julho do ano passado. A obra custou R$ 85 milhões e era a última que faltava para a conclusão do chamado Complexo da Nova Marginal. Mais de um ano depois, porém, uma das alças que faltam para completar a ponte não tem nem sequer previsão para ficar pronta. Por isso, o viaduto permanece ocioso e com o tráfego abaixo do previsto.
Ponte foi inaugurada em julho do ano passado com quase dez meses de atraso - Nilton Fukuda/Estadão
Nilton Fukuda/Estadão
Ponte foi inaugurada em julho do ano passado com quase dez meses de atraso
1. Por que o governo estadual resolveu construir a Ponte Governador Orestes Quércia? A ligação fazia parte do Complexo da Nova Marginal, que englobava também a ampliação do número de pistas que foi inaugurada em março de 2010, durante o mandato do ex-governador José Serra (PSDB). Ela liga a Avenida do Estado à pista central da Marginal do Tietê, no sentido Rodovia Castelo Branco, ao lado do Anhembi, na zona norte. Foi batizada de Orestes Quércia em homenagem ao ex-governador de São Paulo (gestão 1987-1991).
2.Por que a ponte não foi inaugurada completa?Quando foi aberta ao tráfego, em julho de 2011, faltava ainda uma ligação para o bairro do Bom Retiro, na região central, que estava prevista no projeto executivo. Essa alça não havia ficado pronta porque havia desapropriações de imóveis pendentes, segundo a Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa) - empresa de capital misto ligada ao governo que foi responsável pelo empreendimento.
3. Um ano depois, a alça ainda não foi feita?Não. E, além disso, nem sequer existe previsão de quando essas obras vão começar. Segundo a Secretaria de Estado de Transportes, ainda falta a desapropriação de imóveis no entorno da ponte, o que deveria ter sido feito pela Prefeitura. Já a administração municipal afirma que está dando continuidade à desapropriação. Enquanto isso, a saída para a alça continua bloqueada e visível para quem passa pelo viaduto.
4. Quais são as consequências da falta da alça? Além de dificultar a vida de quem trafega pelo Bom Retiro, a falta da alça faz com que o viaduto fique subutilizado durante boa parte do dia. Reportagem do Estado publicada no ano passado mostrou que a ligação recebia apenas 10 mil carros por dia - metade da demanda prevista. Enquanto isso, a Ponte das Bandeiras, logo ao lado, fica travada nos dois sentidos diariamente.
5. Quais são as outras razões para a baixa utilização da ponte?Segundo especialistas, o alto tempo de espera nos semáforos da Avenida do Estado também atrapalha.
A QUEM RECLAMAR
Prefeitura de São Paulo
http://sac.prefeitura.sp.gov.br
Ouvidoria Geral do Município
(11) 0800-175717
(11) 3334-7132
Governo de São Paulo
ouvidoria@casacivil.sp.gov.br
(11) 3337-5463