quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Prefeito de São Bernardo é afastado do cargo com tornozeleira em operação da PF sobre corrupção, OESP

 O prefeito de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, Marcelo Lima (Podemos), foi afastado do cargo por um ano em uma investigação de corrupção da Polícia Federal. Ele terá que usar tornozeleira eletrônica e está proibido de frequentar a prefeitura. Dois vereadores também são investigados.

Estadão pediu manifestação da prefeitura.

Policiais federais cumprem nesta quinta-feira, 14, dois mandados de prisão preventiva e 20 de busca e apreensão na cidade para aprofundar o inquérito.

Prefeito de São Bernardo do Campo foi afastado do cargo.
Prefeito de São Bernardo do Campo foi afastado do cargo. Foto: Divulgação/Campanha Marcelo Lima

Para você

PUBLICIDADE

Uma das ordens de prisão é para Paulo Iran Paulino Costa, apontado como operador financeiro de propinas. Ele está foragido. Costa é assessor parlamentar no gabinete do deputado estadual Rodrigo Moraes (PL) desde 2022.

As investigações começaram em julho de 2025, a partir da apreensão de R$ 14 milhões em espécie no apartamento do servidor. A PF classificou o imóvel como um “verdadeiro bunker” de dinheiro.

Publicidade

Dinheiro apreendido em apartamento de servidor: R$ 12.278.920,00 e US$ 156.964,00.
Dinheiro apreendido em apartamento de servidor: R$ 12.278.920,00 e US$ 156.964,00. Foto: Polícia Federal

Os policiais federais também encontraram no endereço comprovantes de pagamento de despesas pessoais do prefeito e da família dele, como faturas do cartão de crédito e contas telefônicas. Havia ainda crachás de veículos para acesso à sede da prefeitura.

imagem newsletter
newsletter
Política
As principais notícias e colunas sobre o cenário político nacional, de segunda a sexta.
Ao se cadastrar nas newsletters, você concorda com os Termos de Uso e Política de Privacidade.

Paulo Iran Paulino Costa é descrito como “um agente central na arrecadação e distribuição de valores provenientes de diversas empresas que possuem contratos com a prefeitura de São Bernardo do Campo”.

No celular do servidor havia conversas com o prefeito desde julho de 2022. A Polícia Federal afirma que a relação entra eles era de “subordinação financeira, com Marcelo solicitando pagamentos e Paulo Iran os executando”, sempre com “vigilância estrita sobre os valores“.

“A documentação e as comunicações revelam um esquema estruturado de arrecadação e distribuição de valores de origem ilícita, dissimulado por anotações informais e comunicações cifradas, tudo sob a supervisão direta do chefe do Executivo municipal”, diz um trecho da representação da Procuradoria de Justiça.

Operação Estafeta teve início após apreensão de R$ 14 milhões.
Operação Estafeta teve início após apreensão de R$ 14 milhões. Foto: Polícia Federal

Segundo a PF, há suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro “por suposta organização criminosa com indícios de atuação na administração pública do município”.

Publicidade

A Operação Estafeta foi autorizada pelo desembargador Roberto Porto, do Tribunal de Justiça de São Paulo. Além das buscas e prisões, foram determinadas medidas cautelares como o afastamento de cargos públicos, a instalação de tornozeleiras eletrônicas e a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos investigados.

As buscas acontecem em São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André, Mauá e Diadema.

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

O nascimento do Primeiro Comando da Capital, Drauzio Varella, FSP

 No antigo Carandiru, assisti aos primórdios da criação do PCC. Foi logo depois do massacre de 1992, em que 111 detentos foram mortos. No rescaldo, com o Estado acuado pela repercussão mundial da tragédia, ocorreram batalhas cruentas na disputa pela supremacia na Casa de Detenção e, de forma mais pretensiosa, pelo sistema prisional paulista.

Numa segunda-feira de 1994, recebi na enfermaria o corpo de um rapaz com mais de 30 facadas. O que me chamou a atenção não foi a brutalidade do ataque, prática usual naqueles tempos, mas um corte profundo que havia seccionado de cima para baixo a musculatura do lado esquerdo do pescoço, de modo que expunha a base do crânio e a traqueia. Um golpe daqueles só poderia ter sido desfechado depois do corpo inerte.

Quando fiz essa observação, o carcereiro a meu lado respondeu: "É a marca do PCC, o Primeiro Comando da Capital. Esses caras ainda vão dar o que falar".

A facção havia sido criada em agosto de 1993, por oito detentos aprisionados no Anexo da Casa de Custódia de Taubaté, o temido Piranhão, à época considerado presídio de segurança máxima e para onde eram encaminhados os bandidos considerados mais perigosos.

Conheci o Anexo, era um lugar tenebroso. Os presos ficavam trancados 23 horas por dia em celas dispostas ao longo de uma galeria sem janelas, com luzes acesas o tempo inteiro. No interior delas, a cama, o criado-mudo em forma de caixote, o cano d’água para servir de chuveiro e o vaso sanitário. O controle da descarga não ficava com o prisioneiro, mas por conta do funcionário que passava em horas pré-determinadas para apertar o botão instalado na parede do lado de fora.

Não havia televisão, não podiam escutar rádio, ler jornais nem revistas ou contar com outra distração que não fosse a Bíblia e a hora regulamentar de sol no pátio interno, antes da qual eram obrigados a sair nus do xadrez enquanto o carcereiro inspecionava as roupas, providência repetida na ordem inversa quando voltavam para mais 23 horas na solidão da tranca.

Quando atravessei a galeria, um preso gritou meu nome. O reconhecimento deu origem a uma sucessão de apelos para que me aproximasse dos guichês, ouvisse as queixas e testemunhasse as condições em que viviam. Não foi fácil sair dali.

Vemos um primeiríssimo plano uma mão que segura um punhal. Ambos ensanguentados
Libero/Folhapress

No ano de 1993, depois de uma partida de futebol disputada no pátio interno do Piranhão, um grupo de oito presos criou o Primeiro Comando da Capital, fundado com a intenção declarada de "combater a opressão dentro do sistema prisional paulista" e "vingar a morte dos 111 no massacre do Carandiru".

Nos anos seguintes, o grupo mais "radical", que defendia a eliminação dos inimigos e ações violentas contra o Estado, teve vários de seus líderes executados pelos companheiros.

Em 2002, dez anos depois do massacre, assumiram a liderança os mais "moderados", que imporiam sua autoridade em todos os presídios femininos paulistas e em mais de 90% dos masculinos.

Segundo o Ministério Público de São Paulo, suas raízes se espalharam para as 27 unidades da federação e para países como Paraguai, Bolívia, Colômbia, Argentina, Peru e Portugal, lugares em que organizaram redes de tráfico que lhes rendem centenas de milhões de dólares anuais.

O poder é exercido por uma hierarquia piramidal, com um líder máximo, ao qual está subordinado um colegiado de sete membros encarregados de funções específicas, que incluem administração do tráfico, planejamento de ações, distribuição dos lucros, aluguel de armamentos, contratação de advogados —chamados de "os gravatas"—, ajuda material aos membros presos e a seus familiares, contribuições assistencialistas às comunidades em que atuam e punições por indisciplina ou traição.

Todos cumprem penas longas em presídios como o Centro de Readaptação Penitenciária de Presidente Bernardes e o de Presidente Venceslau, ambos a mais de 500 quilômetros da capital.

Para tornar-se membro do Comando é preciso ser apresentado como "gente boa" por outro que faça parte da "irmandade". Depois de batizado, o padrinho responderá pelas ações do afilhado junto ao grupo. A partir do batismo, todos serão tratados como "irmão" ou "irmã", devendo obediência cega aos 16 itens do estatuto redigido pela cúpula, um dos quais diz: "O partido não admite mentiras, traição, inveja, cobiça, calúnia, egoísmo, interesse pessoal, mas sim: a verdade, fidelidade, hombridade, solidariedade e o interesse comum ao bem de todos, porque somos um por todos e todos por um".

Ministério contrata usina de sobrinho de Kassab com preço 62% acima da média, FSP

 Fábio Pupo

Brasília

O MME (Ministério de Minas e Energia) autorizou a contratação, com preço acima da média, de uma usina que tem como acionista um sobrinho de Gilberto Kassab –presidente do PSD e padrinho político do ministro da pasta, Alexandre Silveira. O negócio renderá uma receita anual de R$ 1,89 bilhão pelo menos até 2040.

A energia virá do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, em Santa Catarina –composto por usinas a carvão com capacidade total instalada de 740 MW (megawatts), praticamente o mesmo que uma das 20 turbinas de Itaipu. O valor a ser pago ficou 62% acima do cobrado em média por geradoras que usam o mesmo combustível fóssil.

De acordo com documentos analisados pela Folha, obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, a dona do complexo, Diamante Energia –empresa de Pedro Grünauer Kassab–, teve ao menos 25 reuniões com o MME desde o começo de 2023 até a conclusão do processo.

Fachada do Ministério de Minas e Energia (MME), em Brasília - Geraldo Magela - 8.fev.19/Agência Senado

O ministério afirma que seguiu o exigido por lei, que as decisões se basearam em critérios técnicos, que o processo passou por duas consultas públicas e que o tema foi avaliado também por agências reguladoras.

Procurada, a Diamante Energia afirmou que o caso foi concluído após três anos de procedimentos técnicos e que os critérios para cálculo do preço estão fixados em lei, foram definidos pelas autoridades competentes e auditado por grandes consultorias independentes.

"É importante deixar claro que não houve qualquer influência política no preço. O custo da usina é majoritariamente do carvão, vendido por mineradoras sem vínculo com investidores da empresa, e diferenças se explicam por fatores técnicos e estruturais da usina, que não pode ser comparada a outras unidades em localidade com condições geológicas e logísticas distintas", afirma a empresa.

A compra de energia da usina catarinense se tornou obrigatória por uma lei de 2022 (14.299), criada pelo Congresso por meio de um "jabuti" —jargão político para propostas sem ligação com o tema original do projeto. O texto foi sancionado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL), e o MME ficou responsável pelo processo de contratação ao lado da estatal EPE (Empresa de Pesquisa Energética), ligada à pasta, e da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Pela lei, o valor pago à usina precisaria ser suficiente para cobrir os custos. Para as contas serem feitas, o processo passou por discussões com participação da empresa em reuniões fechadas e também em consulta pública.

Os dados usados para identificar quais seriam os custos da usina —e, por consequência, a remuneração—, foram fornecidos, em sua maioria, pela própria Diamante. Membros da pasta defendem que a estatal não tinha expertise para fazer o cálculo por conta própria e, por isso, houve dependência dos números apresentados pela empresa privada.

Entre os custos informados pela Diamante, está a necessidade de um investimento total de R$ 2,7 bilhões no complexo. Além disso, foram incluídas despesas anuais fixas com operação e manutenção de pelo menos R$ 302,7 milhões. Também entraram na conta despesas da empresa com pesquisa e desenvolvimento, depreciação e impostos.

A lei que obrigou a contratação havia exigido uma receita fixa suficiente para cobrir custos associados à geração, incluídos custos com combustível, custos operacionais e remuneração do custo de capital.

Depois de uma primeira versão do relatório da EPE sobre o preço a ser pago à usina, a Diamante pediu alterações em reunião com o MME e a estatal. O ministério encaminhou formalmente um documento com as solicitações à EPE, que refez o estudo ajustando os números.

No ofício, enviado pelo MME à Folha a pedido da reportagem, a pasta opina a favor da empresa em certos pontos (como custos de operação e manutenção, apontados pela companhia) e contra ela em outros (como o tipo de cálculo de rentabilidade a ser usado).

Como resultado das decisões iniciais, o preço de energia considerado pela EPE subiu de R$ 536,35/MWh para R$ 564,37/MWh. A alteração nesse momento, de 5%, foi equivalente a uma receita anual extra de R$ 93 milhões ao empreendimento.

Houve recomendação da área técnica para que os dados da Diamante fossem auditados por uma empresa independente. A Diamante contratou a Promon Engenharia e a EY (Ernst & Young). Procuradas, a Promon não se manifestou e a EY disse que prestou serviço de consultoria e não de auditoria (que seria um processo mais rígido). A participação das duas empresas foi aceita para validar os valores fornecidos.

Ainda assim, a EPE apresentou diferentes ponderações sobre os valores ao longo do documento. Ressaltou, por exemplo, que não é sua atribuição fiscalizar a real execução dos investimentos informados pela Diamante.

Em outro ponto, a EPE reproduz relato da EY dizendo que "nenhum processo de due diligence [investigação e análise detalhada] ou outros processos de verificação foram realizados pela EY", que "não foram feitas verificações independentes sobre a integridade e a precisão das informações disponibilizadas pela Diamante" e que "a EY também não conduziu nenhuma inspeção física dos ativos".

Após a conclusão do relatório da EPE, o processo foi encaminhado a duas consultas públicas conduzidas pelo MME. No total, a Diamante teve a maioria de suas contribuições aceitas pela pasta: de 30 sugestões da companhia, 17 foram acolhidas total ou parcialmente.

Entre os pontos concedidos à empresa estão uma nova mudança nos cálculos de custos, aval para exportar energia e autorização para que a verificação da energia entregue ocorra a cada três anos (e não anualmente).

O preço da energia do complexo termelétrico, de R$ 564,37/MWh, ficou 62% mais caro do que a média observada em leilões de energia de usinas a carvão. Também ficou acima de praticamente todos os demais tipos de geração, de acordo com análise da própria EPE.

A aprovação da minuta final do contrato foi assinada por Silveira e publicada há menos de um mês no Diário Oficial da União.

Folha ouviu de uma pessoa que acompanhou parte do processo relatos de pressão sobre a equipe técnica do governo e a avaliação de que o preço ficou alto. Outras três pessoas que participaram da consulta pública expressaram estranhamento. Uma delas afirmou, sob anonimato, que não achou o processo normal pela quantidade de pleitos da Diamante atendidos e pela aceitação de números enviados pela empresa já no início das discussões.

John Wurdig, gerente de transição energética do Instituto Arayara (voltado à causa ambiental), afirma que o grau de atendimento à empresa e a representantes do setor do carvão chamou atenção. "Isso nos surpreendeu bastante. A Diamante deu as cartas, isso ficou nítido. Inclusive todas as contribuições estão em sigilo nos processos do MME e da EPE", diz.

A Arayara participa no STF (Supremo Tribunal Federal) como "amigo da corte" (amicus curiae, figura que oferece informações e subsídios ao tribunal) em uma ADI (ação direta de inconstitucionalidade) de PSOL, Rede e PSB que questiona a lei. Os autores afirmam, entre outros pontos, que a lei contraria a Constituição por violar o princípio da impessoalidade e compromissos ambientais do Brasil.

O relator do caso no STF é o ministro Gilmar Mendes, que pediu manifestações do governo. A ministra Marina Silva (Meio Ambiente) se posicionou nos autos dizendo "concordar fortemente com os argumentos [...] quanto à inconstitucionalidade da referida lei".

O Ministério do Meio Ambiente também disse ao STF que a lei vai na contramão do Acordo de Paris, aprovado pelo Congresso, ao contratar mais combustíveis fósseis sem um plano de abatimento da emissão de gás carbônico. Ressalta ainda que os acordos internacionais se sobrepõem à lei existente, "devendo haver alinhamento de decisões subsequentes afetas ao tema".

Já o MME se posicionou pela validade da lei. Integrantes da pasta afirmam que não podiam se posicionar de forma diferente no STF porque o ministério, no governo anterior (de Bolsonaro), já tinha se posicionado a favor, tanto na época de análise de sanção presidencial como em uma manifestação na mesma ação no próprio STF.

Hirdan Costa, colaboradora na Arayara, afirma que o MME perdeu a oportunidade de se alinhar ao MMA no assunto e barrar a contratação da usina a carvão. "Poderia, por exemplo, ter um projeto para revisitar essa lei e readequar à nova NDC brasileira [meta climática assumida perante o mundo], que foi feita pelo novo governo Lula", diz.

Após ser procurado pela reportagem, o MME enviou documentos complementares ao processo mostrando a discussão técnica das decisões e disse que a estrutura da pasta, formada por servidores de carreira, é blindada contra interferências políticas. Afirmou também que atuou para barrar no Congresso outros jabutis que elevariam ainda mais os valores.

Além disso, disse que o preço do carvão na região de Santa Catarina, principal componente de preço, é mais alto que em outros lugares e que esse valor foi calculado pela ANM (Agência Nacional de Mineração), sendo depois homologado pela Aneel.

Procurada pela reportagem, a ANM afirmou que "não tem atribuição para definir o preço do carvão mineral nas usinas termelétricas", mas que foi consultada pela Aneel para fornecer informações sobre os estudos apresentados pela Diamante. Disse ainda que, ao fim do processo, o preço estabelecido para o combustível ficou em R$ 406,38 —abaixo do proposto pela empresa, de R$ 484,57.

O MME reafirma que o processo passou por duas consultas públicas, uma para termos do contrato e outra para o preço, e que todas as contribuições recebidas "foram analisadas pelos técnicos da pasta, com explicitação das motivações de seu acatamento ou indeferimento".

"Além disso, no processo administrativo de regulamentação da lei, como é praxe ao formulador de política pública, o MME recebeu em reuniões representantes da empresa Diamante Energia, outorgados do complexo –da mesma forma que recebe os demais agentes do setor", diz o MME.

Procurada, a EPE afirmou que "atua de forma técnica e independente, cumprindo seu papel no processo conforme as normas e diretrizes vigentes, sem qualquer influência política".

Gilberto Kassab afirmou que "nunca atuou em assuntos relacionados ao tema ou à empresa e desconhece completamente as informações apresentadas pela reportagem, não tendo, portanto, condições de se manifestar".

O Complexo Termelétrico Jorge Lacerda começou a operar em 1965 e ampliou sua capacidade ao longo do tempo. Em agosto de 2021, foi vendido pela Engie à Diamante Energia –empresa de um fundo (Fram Capital Energy II Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia) com metade das cotas em nome dos filhos de Grünauer Kassab, que também figura como sócio administrador da Diamante. A outra metade é da família do empresário Jorge Nemr.

Dois meses depois da compra, em dezembro de 2021, a Câmara aprovou o projeto que determina especificamente a compra de energia da usina. A emenda em prol do complexo foi apresentada pelo deputado federal Ricardo Guidi (então no PSD-SC e hoje no PL-SC), aceita pela relatora Geovania de Sá (PSDB-SC) no mesmo dia e votada em plenário momentos depois. Na semana seguinte, o Senado também aprovou e o texto foi a sanção.

Com o texto, os parlamentares obrigaram o país a comprar energia do empreendimento por 15 anos usando como justificativa a necessidade de preservar empregos da indústria do carvão em Santa Catarina e fazer uma "transição energética justa", para não interromper repentinamente a economia do combustível fóssil. Os 15 anos de fornecimento terminam em 2040, mas outro "jabuti" ainda em tramitação no Congresso estende esse e outros contratos de usinas a carvão até 2050.

Colaborou Victoria Azevedo