quinta-feira, 18 de julho de 2024

VINÍCIUS SGARBE O que Freud e religião explicam sobre polarização política, FSP

 

Vinícius Sgarbe

Jornalista, mestre em filosofia, psicanalista

[RESUMO] Autor comenta que a psicanálise e a religião, como o pentecostalismo, têm em comum no horizonte de suas ideias o desejo humano de retorno a um passado frequentemente fantasioso, o que no plano social se manifesta pela subserviência a dogmas e autoridades, pela aversão a mudanças. Essa perspectiva, diz, ajuda a compreender as bolhas e a polarização do debate público, fenômeno que, embora acentuado pelas redes sociais, nada tem de novo.

Na última estrofe do poema "O Nascimento do Homem" (1935), Vinicius de Moraes relata um parto doloroso e maldito. No primeiro verso desse trecho, "Tinha nascido o poeta", tem-se o fim de uma tormenta. Uma tranquilidade que não dura nada.

O texto continua sobre o recém-nascido: "Seu destino é atroz". E aquele que mal chegou à vida logo "parte! Busca ainda as viagens eternas da origem". O autor parece saber de uma natureza humana atada ao anseio de retorno, em semelhança à psicanálise de Freud. Ao que perguntamos: de que forma essa jornada se relacionaria com a democracia brasileira, particularmente suas bolhas?

A nostalgia de uma vida passada pode ser sintoma da vontade de regresso. Alguém diz: "antes era diferente, e, sem dúvida, melhor", em referência a qualquer memória. Evocam-se, não raro, ideais particulares de subserviência a pais e a autoridades, de respeito ao país, de privilégios colocados em xeque.

Comércio de toalhas e de produtos relacionados a Lula (PT) e ao então presidente Jair Bolsonaro (PL), na rua 25 de Março, em São Paulo, durante eleição de 2022
Comércio de toalhas e de produtos relacionados a Lula (PT) e ao então presidente Jair Bolsonaro (PL), na rua 25 de Março, em São Paulo, durante eleição de 2022 - Rubens Cavallari/Folhapress

Mas é provável que a aspiração seja um pouco mais atrevida —no desejo de voltar para a casa da infância, para a barriga da mãe, e, por fim, para o inorgânico. Primeiro simbolicamente, depois em corpo a se desfazer. A política profissional, cada vez mais experiente, usa muito bem essa saudade.

Sobre Auguste Comte e Freud, pode-se simplificar que ambos consideraram a existência de três camadas de desenvolvimento da psique. A sede das emoções é a mais primitiva; outra opera a vivência religiosa; na última está a capacidade racional.

Vem a divergência. Para Comte, as camadas culminaram no uso da razão, numa superação dos estágios anteriores, enquanto para Freud elas operam simultaneamente. A convicção do psicanalista é a de que a maior parte do comportamento humano é originado nas emoções.

Em "Totem e Tabu" (1913), Freud menciona sutilmente uma camada ainda mais primitiva que aquelas, o animatismo. Nela, o bebê e a matéria são uma coisa só em sua primeira bolha, o útero materno.

"Quando Freud faz a referência ao animatismo, ele quer dizer que houve uma época em que os homens também não se reconheciam, não tinham exterioridade ou grupos", diz o professor de filosofia da PUC Francisco Verardi Bocca. "É um exercício de imaginação, uma existência onde só existe você, quando a consciência ainda não operou a separação sujeito-objeto. A criança começa a dialogar com a mãe, e se estabelece uma linguagem."

Quando nasce, a criança faminta alucina que está mamando. Cedo ou tarde, dá-se conta de que alucinar não resolve, porque a fome ainda abespinha. Então ela chora, para amortecer, mas continua sem alimento. Por imposição da sobrevivência, aquele individuozinho é levado a tomar uma providência. Para comer, tem de abandonar a bolha materna e negociar com o cuidador. É quando nasce o "outro" na criança, e, com o outro, já dentro da linguagem, vem a comunicação.

"Hoje, você tem uma boa noção do que é sonho, do que é fantasia, do que foi imaginado. Foi o passo que o bebê deu para viver, e que acontece na humanidade. Daí devêm a mãe, o pai, a família. A partir disso, Freud lastreia as instituições, como o surgimento do totem, do pai da horda, até chegar ao presidente da República", continua Bocca.

Em "Psicologia das Massas e Análise do Eu" (1921), Freud apresenta os resultados de uma investigação sobre a constituição das massas e sobre a maneira como os indivíduos que as integram são modificados por elas. Tal análise amadurece em "O Futuro de uma Ilusão" (1927) e em "O Mal-estar na Cultura" (1930). Essa psicologia social freudiana é bem recebida por filósofos e sociólogos da chamada primeira teoria crítica (um pouco antes da Segunda Guerra).

No seio daquela teoria estava o interesse de entrelaçar elementos acadêmicos e práticos, de modo que as soluções da universidade tivessem alguma serventia para a comunidade, especialmente no combate à violência. Nesse passo, considerar a psicanálise de Viena obsoleta seria tão ingênuo quanto atribuir às bolhas políticas contemporâneas o status de original.

Para o professor de filosofia da Univille Vinicius Armiliato, a novidade poderia ser, quando muito, o uso da palavra polarização. "Assisti de novo à ‘Terra em Transe’ (1967), do Glauber Rocha, e a polarização aparece lá. Hoje, por causa das redes sociais, as pessoas se comunicam de um jeito bastante binário, mas não significa que não tenha sido assim antes."

Para ele, "a humanidade nunca foi algo elevado". "Isso é um ideal europeu, embora aquele continente tenha feito as coisas mais degradantes contra a humanidade entre os séculos 17 e 19." Sobre os ideais culturais, Freud considera que "passam a ser a ocasião de divisão e de inimizade [...], tal como [...] entre as nações".

"Narcisismo das pequenas diferenças" é o conceito freudiano de que a coesão de um grupo depende da hostilidade contra "os outros"contra "eles", algo observável em torcidas de futebol, em reality shows e na ação política. Um adversário em comum costuma ser mais eficiente para a unidade do grupo do que a promessa de amor indistinto entre seus membros.

O desvio, pelo qual se pode identificar "o inimigo" do grupo, é sobretudo uma necessidade da continuidade da vida. Os corpos humanos e os sistemas de pensamento se transformam, em plena realização da diversidade.

Freud chamou as ideias religiosas de "ilusões" e produziu um desvio intelectual em forma de profecia, não confirmada, de que a religião desapareceria. A razão, aos poucos, ocuparia esse espaço. Quando se admite que o motor do comportamento do indivíduo são as emoções, depara-se com a arqueologia da religião —fragmentos do fetichismo, do totem, do sacrifício, do inferno. A esta altura, seria indiscreto tratar de grupos políticos sem apontar para os pentecostais brasileiros.

Sob a perspectiva do pesquisador de igrejas, democracia e cidadania, professor de teologia na PUC do Paraná, e ex-presidente da Rede Global de Teologia Pública, Rudolf von Sinner, "no Brasil, ironicamente, o combate ao pluralismo se dá principalmente entre cristãos".

"Em tese, têm a mesma fé, mas diferem nos posicionamentos de combate à pobreza, e na questão do meio ambiente, por exemplo." Uma dificuldade a mais aparece quando a reivindicação religiosa sobrepuja o interesse público, constitucionalmente de todos.

"Inicialmente, as igrejas pentecostais atraíram a população mais pobre, a população que justamente não é ouvida. De repente, essas pessoas recebem o Espírito Santo, começam a falar em línguas [glossolalia]. É uma voz às pessoas que não têm voz. Elas passam a ser reconhecidas, pelo menos em suas igrejas. Ao mesmo tempo, são ridicularizadas pelo uso de ternos em um país quente, ou de saias compridas, o que pode também ser entendido como uma forma de proteção", diz Sinner.

Sobre as bandeiras políticas pentecostais, ele diz: "O banheiro unissex não é importante em si, mas representa o politicamente correto, o woke. Os pentecostais não conseguem compreender por que isso seria importante, quando suas convicções são desafiadas. E se perguntam ‘como uma minoria vai comandar as políticas do país?’. Realmente é um desafio", finaliza.

Concentrado na pesquisa da intersecção entre teologia, sociologia, antropologia e filosofia, o professor da Universidade de Lund (Suécia) Ulrich Schmiedel afirma que "há conceitos que não se traduzem bem em diferentes contextos e países; pentecostalismo pode ser um deles". "Quanto à separação de igreja e estado, não acho que faça sentido falar de forma abstrata. A questão é se um estado particular pode ser desvinculado de uma igreja particular, ou se uma igreja particular pode ser desvinculada de um estado particular —e, se sim, quais seriam as consequências?".

Em linhas gerais, teologia pública é uma disciplina que reconhece a presença dos ideais religiosos nos espaços públicos e, a partir disso, lida com tais influências de maneira crítica. Trata-se de matéria ainda a ser explorada em programas de pesquisa de comunicação e de política.

No ano passado, Schmiedel promoveu um seminário internacional de teologia pública, na Universidade de Edimburgo (Escócia). Nas discussões, a relação da política brasileira com a religião pentecostal foi destaque. A teologia pública "exige abertura para relatos descritivos e prescritivos (normativos) do papel das religiões na vida social, cultural e política", propõe.

Os pentecostais brasileiros, à semelhança dos estadunidenses, têm olhos para o fim do mundo. Eles confiam em um arrebatamento que precede uma vingança final sobre os não pentecostais (católicos não são poupados, e, a depender da comunidade de prática, nem mesmo pentecostais de igrejas diferentes).

Em um capítulo do livro "Freud e Fundamentalismo" (2010, não traduzido para português), David Adams associa o surgimento dessa interpretação à fundação da psicanálise, ambas do começo dos anos 1900.

Adams interpreta que o fundamentalismo pentecostal e a psicanálise buscavam uma resposta para o enigma da morte. Embora tenham encontrado soluções completamente diferentes, em ambos o desejo de retorno está no horizonte. O pentecostalismo quer o cuidado do pai e o descanso eterno; a psicanálise se contenta com o inorgânico.

Embora a profecia freudiana do fim da religião não tenha se confirmado, a insistência dos pentecostais em pautas de costumes completamente superadas pode ser lida como uma reação ao risco de dissolução do grupo, tal como Freud identificou em uma massa artificial clássica, o Exército.

O eleitorado pentecostal informa explicitamente sua guerra "contra o mal" e a si mesmo atribui títulos como "guerreiros" ou "libertadores". Algo pode agravar essa condição instável. Se o líder desaparece, tem-se o pânico: "nada mais vale a pena".

A literatura brasileira também reage à condição política do país. Enquanto lida com a repercussão de seu oitavo romance, "O Homem de Papel" (2022), uma história contemporânea de conflitos, o escritor e diplomata João Almino afirma que "as guerras culturais contemporâneas foram facilitadas pela revolução das comunicações, que permitiram que o mais sábio e o mais imbecil tenham o mesmo espaço nos embates de ideias". "Em geral, a velocidade das redes sociais se deu em desfavor dos pensamentos complexos, por privilegiar os slogans e as palavras de ordem. O diálogo perde terreno, pois é mais fácil entrincheirar-se com seu grupo e com suas próprias ideias", completa.

Questionado sobre o desejo de retorno, o escritor responde que vivemos um momento regressivo em mais de um sentido. "A tolerância, que nunca deve ser confundida com complacência e passividade, perdeu terreno para conflitos identitários, alguns com consequências amplas, como os de natureza nacional ou religiosa. Em 1982, no México, ouvi de Octavio Paz seu temor de uma ‘vingança dos particularismos’. Ela fez avançar algumas agendas necessárias e, ao mesmo tempo, teve de enfrentar movimentos reacionários."

Nesse estado das coisas, o indivíduo busca seu seu fim do mundo, desprendendo-se das massas, em um retorno à onipotência de seu pensamento, e, em grande alívio, ao inorgânico.

"Um argumento de Kant é de que o futuro obviamente não aconteceu, e não está pronto. Duas coisas estão em jogo: a adivinhação e a construção desse futuro. Se há uma orientação para o fim do mundo, você ajuda a construir o fim do mundo. Está muito mais numa ordem de desejar aquilo e de lutar para que aquilo aconteça do que de propriamente fazer uma previsão", termina Bocca.

Wilson Gomes - Normalizar a ultradireita é inevitável, FSP

 Há um dogma que circula em ambientes progressistas: "Não normalizarás a ultradireita". É um dogma porque, aparentemente, proíbe-se até mesmo discutir a utilidade, conveniência ou razão dessa crença. Está na mesma categoria de "não existe ultradireita moderada" e "com fascista não tem conversa, só combate".

Na ilustração de traços geométricos e linhas retas, um braço direito sanfonado em tons de verde intenso, escuro e claro, ergue com a mão uma flor com raizes bem largas e fortes. A flor é uma planta carnívora, de pétalas vistosas e com a boca bem aberta, com dentes afiados e uma língua estendida para fora da boca bastante ameaçadora. O braço, que se estende da esquerda do espaço ilustrado até acima a direita on de fica a flor, está sujeito por três escadas que atuam como colunas de suas  formas.
Ariel Severino - Ariel Severino/Folhapress

Compreendo o que está em jogo. A direita radical que emergiu a partir de 2016 é perturbadora para uma cultura liberal-democrata, herdeira do Iluminismo. Mesmo com suas variações internas, há nela um bom número de teses e atitudes obscurantistas, intolerantes, avessas ao pluralismo e perigosas para minorias políticas.

Vetar a normalização dessas posições é uma tentativa de manter ativa a indignação moral, preservando o sentimento de repulsa e a convicção de que estamos diante de posições odiosas e aberrantes.

Como sou antidogmático por natureza, sugiro reexaminar se essa interdição ainda faz sentido. Em 2016 e 2018, quando Trump e Bolsonaro venceram eleições nas maiores democracias americanas, a surpresa era justificada.

Estávamos desprevenidos, aquilo não fazia sentido e não parecia condizente com o padrão civilizatório. É um pesadelo que vai passar, dizíamos. Mas não passou.

Mesmo perdendo por pouco as eleições presidenciais seguintes, o trumpismo parece mais triunfante que nunca, e o bolsonarismo não dá sinais de desaparecer. Orbán, Milei, Meloni, Le Pen, Wilders, Netanyahu, Bukele, o Vox, a AfD, o Chega são exemplos de que a direita radical vive sua primavera nas Américas e na Europa. Está em franca expansão e, mesmo quando eventualmente derrotada, mantém-se como uma força política significativa.

Menos de uma década após seu surgimento, a nova ultradireita é hoje considerada uma alternativa normal e desejada por milhões de eleitores ao redor do mundo.

Não se trata apenas do voto de nichos de radicais xenófobos, fundamentalistas, racistas ou misóginos, mas de metade do eleitorado do Brasil ou dos Estados Unidos, e de percentuais altíssimos de cadeiras nos parlamentos europeus, quando não da maioria delas. Não há noção de "nicho" que comporte tanta gente.

Cresce ou ganha em países grandes e pequenos, em jovens ou em consolidadas democracias, arrebata o voto dos jovens, é nativa digital, inova em métodos e discursos e, o que é mais inquietante, parece muito consciente de que é tudo parte de um mesmo projeto mundial. Não há como estar mais "normalizado" do que isso.

Pode-se argumentar que legitimidade é outra questão, mas isso é uma objeção fraca. Se o voto é o meio consagrado pelas democracias para legitimar pretensões políticas, e como votos livres e limpos não faltam para essas posições, parece-me irrealista e arrogante imaginar que os eleitores não as considerem democraticamente legítimas.

A ultradireita não foi legitimada por colunistas, intelectuais, jornalistas ou cientistas políticos, mas pelos eleitores de grandes democracias. Em 2024, seria tolo ignorar esse fato.

"Ora", objetam, "na democracia, voto não é tudo". Concordo, embora lembre que na democracia governam as maiorias e que o voto é o método para estabelecê-las.

Embora votos não sejam capazes de impedir que os eleitos tentem perpetuar-se no poder ou tentem desmontar as instituições democráticas uma vez empossados, votos continuam sendo as condições preliminares de legitimidade republicana.

Os votos de 1932 não autorizaram Hitler a desmantelar o parlamento alemão como instituição democrática, nem os de 2018 deram a Bolsonaro o direito a um golpe de Estado, mas abusar da legitimidade obtida não significa que o meio de legitimidade possa ser desconsiderado.

Aceitar o fato empírico e eleitoral de que a ultradireita se tornou uma posição natural para grande parte dos eleitores do mundo não impede ninguém de considerar inaceitáveis certas premissas que ela sustenta ou as atitudes que assume. Nem degrada o padrão moral de um democrata.

A divergência é a base da disputa legítima na política democrática. Negar, por outro lado, que uma posição política considerada legítima por metade dos eleitores em duas eleições consecutivas seja um adversário normal da disputa me parece um delírio irrealista.

Os eufemismos, que transformam a ultradireita em "populista", ou as hipérboles, que a transformam em "fascista", ajudam menos do que chamar as coisas pelo seu nome. Olhar nos olhos do que se enfrenta é essencial. Enterrar a cabeça na areia diante do adversário nunca foi uma política sensata.


Ajuda externa ou investimento?, Deirdre Nansen McCloskey, FSP

 Recentemente, dei uma palestra em Washington para a Corporação Financeira para o Desenvolvimento (DFC na sigla em inglês), descendente do que costumava se chamar Agência para o Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos, conhecida por seus amigos como Usaid. Financiada pelo governo dos EUA, a nova DFC é uma grande fornecedora de empréstimos para empresas de países pobres.


Então é igual ao Banco Mundial, que dá supostos empréstimos para Estados como Cazaquistão ou Nigéria? Não. A página da DFC na web declara que "nós fornecemos ao mundo em desenvolvimento alternativas financeiramente sólidas para iniciativas insustentáveis e irresponsáveis dirigidas por Estados". Eu me levantei e aplaudi.

Edifício da sede do Banco Mundial, em Washington - Daniel Slim/AFP

Os problemas de empréstimos, subsídios ou o que seja para iniciativas dirigidas pelos Estados são inúmeros. Mais obviamente, se você der dinheiro ao presidente A no país B notoriamente corrupto, o dinheiro acaba numa conta bancária na Suíça.

De maneira menos óbvia, o dinheiro que é justificado como sendo "para" escolas rurais, não pode, na lógica econômica, ser "para" elas. O país A tem, evidentemente, uma lista de projetos que gostaria de realizar, classificados do mais urgente, como aumentar a conta no Credit Suisse do presidente A, até os menos urgentes, como melhorar a ala oeste do palácio presidencial. Se o governo já fosse abrir as escolas rurais, de qualquer maneira, o dinheiro extra do Banco Mundial escorre para outro lugar. Dar dinheiro a qualquer governo apenas permite que ele gaste em projetos menos urgentes e marginais.

Ele pode dizer ao Banco Mundial, e diz, que cada dólar foi "para" escolas rurais, e pode até mesmo mostrá-las. Mas dinheiro é dinheiro. O palácio do presidente é reformado.

No entanto, eu tinha dúvidas até mesmo sobre o bom foco do DFC em projetos privados, menos sujeitos a tais desvios financeiros, porque focados.

Você pode muito bem perguntar por que o governo dos Estados Unidos está envolvido em operações bancárias. A resposta é que o antigo Usaid devia ser uma ferramenta contra a influência soviética, e o novo DFC é para ser uma ferramenta contra a influência chinesa. Mas que a China tenha embarcado em sua idiota Iniciativa Cinturão e Rota, investindo em países sobre os quais não tem poder para exigir o reembolso ou impedir a expropriação, pode não ser um bom motivo para ter uma iniciativa paralela dos Estados Unidos.

Talvez seja melhor deixar que bancos voltados para o lucro procurem projetos financeiramente sólidos, certo?