Valmir Ortega, 56, é o brasileiro eleito Empreendedor Social do Ano pela Fundação Schwab para integrar comunidade global de inovadores sociais que desenvolvem soluções focadas na transformação socioambiental.
Fundador de startup que regenera terras degradadas com sistemas agroflorestais em biomas ameaçados, Ortega venceu o Prêmio Empreendedor Social em 2024.
Ele figura entre as 18 lideranças reconhecidas nesta terça-feira (21) durante o encontro anual do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.
"Os feitos extraordinários dos premiados de 2025 se refletem na comunidade mais ampla de empreendedores e inovadores sociais dedicados a combater as desigualdades sociais e preservar os ecossistemas naturais", disse Hilde Schwab, cofundadora e presidente da Fundação Schwab, ao anunciar os laureados.
A premiação destaca empreendedores por trás de modelos de negócio inovadores com potencial de impacto global, divididos em quatro categorias, que englobam mercado, organizações, setor público e empresas multinacionais ou regionais.
Com atuação em áreas como saúde, educação, geração de renda e meio ambiente em 13 países, os premiados iniciarão jornada de três anos para desenvolver e ampliar o alcance de suas iniciativas.
Ao integrar o seleto rol internacional, eles também se conectam a cerca de 500 lideranças socioambientais que impactam mais de 930 milhões de vidas globalmente.
"Nosso mundo está enfrentando instabilidade, polarização e exclusão, ao mesmo tempo em que lida com eventos climáticos extremos e desastres imprevisíveis. Diante desses desafios, a necessidade de soluções ousadas e inovadoras como estas nunca foi tão urgente", afirmou François Bonnici, diretor da Fundação Schwab.
Ortega criou um modelo de negócio baseado em parcerias rurais para garantir uma transição sustentável do uso da terra, fornecendo assistência técnica e acesso a capital e mercado.
"É uma grande honra receber o prêmio da Fundação Schwab, especialmente na sequência do Prêmio Empreendedor Social da Folha. Receber esse reconhecimento é, ao mesmo tempo, uma honra pessoal e uma forma de entender que o mundo está buscando novos caminhos e modelos de negócio", afirma o fundador da Belterra.
"Podemos, a partir do Brasil, contribuir para uma transição climática inclusiva e socialmente justa, por meio de soluções como a restauração florestal, que permite restaurar ecossistemas nativos relevantes para para a biodiversidade global e para a regulação climática. E fazendo isso com pequenos e médios produtores e populações vulneráveis"
Os sistemas agroflorestais da Belterra aumentam os ganhos dos agricultores, gerando até dez vezes mais por hectare do que o cultivo de soja e até 40 vezes mais do que a pecuária.
Desde que fundou a Belterra, em 2020, o mato-grossense já plantou florestas em sete estados brasileiros, tendo captado R$ 27 milhões, com nova rodada de R$ 50 milhões já prevista.
Com vasta experiência em gestão pública, ele atuou em órgãos como Ministério do Meio Ambiente, Ibama e Secretaria de Meio Ambiente do Pará, onde participou da formulação e implantação de políticas públicas e programas governamentais na área ambiental.
Ao lado do brasileiro, receberam o reconhecimento lideranças com projetos de assistência médica a gestantes na África Subsaariana, treinamento de refugiados como tutores e tradutores, apoio educacional a estudantes na Índia, entre outros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário