Cuidado com os falsos Brad Pitt, Johnny Depp e Arnold Schwarzenegger. Para eles caiu na rede social, é peixe.
O caso mais célebre até o momento envolve uma francesa de 53 anos, codinome Anne. Ela acreditou viver um relacionamento virtual com Brad Pitt. Só que era um Brad criado por IA. Convencida a pagar um tratamento renal para o "ator", cujas contas estavam congeladas devido ao processo de divórcio com Angelina Jolie, a mulher perdeu cerca de R$ 5 milhões. Tenta agora recuperar o dinheiro rastreando golpistas que atuam na Nigéria. Boa sorte.
Anne nasceu na terra de Henri Désiré Landru, um respeitável "père de famille" que, como se não bastasse, era careca e usava espessa barba. Nos anos da Primeira Guerra, ele começou a publicar anúncios buscando mulheres interessadas em casamento. Levado à guilhotina em 1922 pelo assassinato de 10 mulheres, confessou ter roubado e transado com 283 candidatas, muitas delas viúvas da guerra.
Landru inspirou o filme "Monsieur Verdoux" (1947), de Charles Chaplin. Sem as gags, a caracterização e a melancolia do vagabundo, Chaplin fez sua obra mais amarga. A censura encrencou, os críticos a demoliram, a bilheteria foi decepcionante.
A ideia do argumento e o primeiro tratamento do roteiro são de Orson Welles, que contou ter ficado de fora do filme a cena final que imaginara. Ao Barba Azul, que era abstêmio, é oferecido um cálice de rum branco antes da morte. Ele bebe, surpreende-se e diz: "Matei todas aquelas mulheres, tive uma vida maravilhosa, mas perdi esse prazer!".
Os golpistas de hoje, além do lucro financeiro, parecem sentir prazer em enganar. Em 2022 Brad Pitt já havia sido usado para tirar R$ 1 milhão de uma mulher na Espanha. No Brasil uma aposentada de Osasco deu mais de R$ 200 mil para um falsário que fingia ser Johnny Depp. Outra brasileira, de 75 anos, disse ter perdido R$ 400 mil em dois anos de namoro nas redes com Arnold Schwarzenegger. A única vantagem do golpe a distância é que as vítimas não morrem no fim.
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