A última vez em que Neymar jogou pelo Santos foi em maio de 2013, embora estivesse negociado com o Barcelona ainda antes de enfrentá-lo pela decisão do Mundial de Clubes, em dezembro de 2011, quando os catalães golearam por 4 a 0 e o menino Neymar tinha ainda 18 anos.
Volta aos 32, com idade para queimar muita lenha, se lenha ainda tiver.
Volta nos braços da torcida santista, apesar da traição de 14 anos atrás.
Não é segredo para ninguém que Neymar parece ter abandonado o futebol já faz muito tempo.
Aqui se escreveu, sabem a rara leitora e o raro leitor, quando ele foi para Arábia Saudita enganar o Al Hilal em agosto de 2023, que o veríamos mais no Brasil, recuperando-se de lesões, ou em baladas pelo mundo afora.
O único engano da coluna sobre o que aconteceria se deu em relação à reação da família real saudita, que costuma ser feroz a ponto de esquartejar jornalista.
Sorte de Neymar, que engabelou o príncipe Mohammed bin Salman e veio embora depois de disputar apenas sete jogos, marcar só um gol e embolsar mais de R$ 1,6 milhão por dia em sua passagem por Riad, segundo cálculos feitos pela equipe do UOL Esporte.
Lionel Messi se sagrou campeão mundial no Qatar aos 35 anos, e Neymar terá 34 na Copa de 2026.
Se topar esquecer pelo próximo ano e meio a vida de popstar e se dedicar à de atleta, terá plenas condições de, enfim, em sua quarta Copa, disputá-la plenamente e, quem sabe, sair dela com o sonhado hexacampeonato.
Dá para acreditar?
Francamente, não.
Inexistem motivos para crer porque, desde a má troca que fez ao deixar o Barcelona pelo PSG, em 2017, Neymar tem sido manchete mais fora do que dentro do campo.
Lá se vão sete anos, duas Copas do Mundo, uma delas, em 2018, na Rússia, que o transformou em meme planetário.
Dá para desejar a recuperação plena?
Ô, se dá.
Já pensou se ele resolve calar os críticos, se bota na cabeça, por 18 meses, voltar a ser aquele jogador que levou o Santos ao tricampeonato continental?
Talento ele tem de sobra, mais do que 99,99% dos jogadores espalhados pelo Planeta Bola afora.
Terá força de vontade? Pensará no coletivo?
A movimentação feita pelo Santos mexe com o futebol brasileiro, atrai a atenção mundial e pode ter na Vila Belmiro o efeito que Ronaldo Fenômeno teve no Parque São Jorge e Ronaldinho Gaúcho, na Cidade do Galo, assim como, no longínquo 1995, aconteceu com Romário na Gávea, embora em condições incomparáveis.
Saiba você, que chegou até aqui, não haver nenhuma satisfação em ter acertado na mosca sobre a patética, e bilionária, passagem de Neymar pela Arábia Saudita.
Satisfação haverá caso ele arrebente em sua volta ao Santos, e à seleção, para chutar a escanteio o ceticismo aqui exposto e mostrar que virou adulto, um senhor maduro.
Há motivos de sobra para tanto: com exceção da também barulhenta contratação de Alexandre Pato pelo Corinthians, fracassada como previsto por absoluta, e óbvia, incompatibilidade de perfis entre ele e a Fiel, tanto o retorno dos Ronaldos quanto o de Hulk, outro que o Atlético Mineiro reimportou, foram tratados com descrença neste espaço e só trouxeram alegrias aos alvinegros paulistas e mineiros.
Nada melhor que errar previsões pessimistas.
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