segunda-feira, 5 de junho de 2023

ESTADÃO / ECONOMIA / NEGÓCIOS Crise dos vinhos Bordeaux: produtores assinam acordo para arrancar 9% das plantações, OESP

 EFE, Paris - O plano de arrancar 9% das vinhas de Bordeaux começou nesta segunda-feira, 5, com a assinatura do acordo pelo ministro francês da Agricultura, Marc Freneau, e vários representantes das vinícolas regionais.

O projeto prevê arrancar 9,5 mil hectares de vinhas da denominação de origem Bordeaux, ou quase 9% dos 110 mil hectares incluídos naquela denominação de origem, por conta da crise provocada pela queda nas vendas e pelo aumento da produção.

Os produtores acreditam que, atualmente, cerca de 40 mil hectares de vinhas de Bordeaux são cultivados com prejuízo
Os produtores acreditam que, atualmente, cerca de 40 mil hectares de vinhas de Bordeaux são cultivados com prejuízo Foto: Regis Duvignau/Reuters

O plano inclui subvenções de 6 mil euros por cada hectare de vinha arrancada, com um orçamento total de 57 milhões de euros que serão fornecidos pelo governo francês, pelo Conselho Interprofissional do Vinho de Bordeaux (CIVB) e pela região da Nova Aquitânia.

A retirada será focada principalmente nas vinhas abandonadas por falta de rentabilidade ou que corram o risco de ficar nessa situação, dada a dificuldade dos seus proprietários em fazer face, “material e economicamente, ao trabalho nas suas vinhas”, detalhou o Ministério da Agricultura.

“O objetivo é poder começar a aplicar o plano a partir do final da safra, no mês de outubro”, disse Freneau em comunicado à rede de emissoras regionais France Bleu.

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O ministro lembrou que as retiradas das vinhas são agora considerados “sanitárias”, uma vez que visam a prevenir a propagação de doenças. Se as vinhas forem abandonadas sem controle, toda a produção de Bordeaux “ficaria exposta a uma situação fitossanitária incontrolável”, disse o ministério.

No entanto, os viticultores consideram que, atualmente, cerca de 40 mil hectares de Bordeaux são cultivados com prejuízo.

O presidente do Comitê Nacional Interprofissional do Vinho (CNIV), Bernard Farges, reconheceu ao France Info que “era urgente reduzir uma parte da superfície das vinhas”, e lembrou que nos últimos anos se registrou “uma diminuição muito forte do consumo de vinho tinto na França”, da ordem de 30%.

A isto junta-se a redução das exportações, inicialmente fruto da pandemia, em 2020 e 2021, que ainda não conseguiu recuperar totalmente, bem como a queda das vendas para a China por conta dos acordos comerciais naquele país que privilegiam outros países fornecedores.

Previdência melhora, mas rombo bate em R$ 375,3 bilhões, FSP

 Três anos após a implementação da reforma da Previdência, o país registrou um déficit de R$ 375,3 bilhões, em 2022. Militares e servidores federais já têm praticamente o mesmo peso nesse rombo.

Apesar do resultado negativo, o número sofreu queda pela segunda vez consecutiva —1,3% em relação a 2021. Também houve queda em relação a 2020.

Fachada do INSS em Brasília
Fachada do INSS em Brasília - Gabriela Biló - 14.abr.2023/Folhapress

Os dados constam no relatório das contas do ex-presidente Jair Bolsonaro que será julgado pelo TCU (Tribunal de Contas da União) nesta quarta (7).

Para os auditores, a melhora no resultado do ano passado se deve ao aumento das receitas previdenciárias acima do crescimento das despesas —foram 7,7% ante 5%, respectivamente. Segundo os auditores, foi o maior crescimento de receitas nos últimos oito anos.

Os pagamentos de aposentadorias e benefícios (R$ 958,5 bilhões) representaram mais da metade (53,2%) dos gastos públicos no período.

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Na avaliação dos técnicos do TCU, esses números já refletem a reforma da Previdência de 2019, que incidiu sobre o regime jurídico das pensões militares.

Em 2022, a arrecadação do regime dos militares cresceu 168% ante 2019 (de R$ 3,3 bilhões para R$ 8,79 bilhões) e as despesas tiveram queda.

Mesmo assim, o peso de civis e militares para o rombo nas aposentadorias é praticamente o mesmo —48% ante 46%, respectivamente.

Na distribuição do déficit da Previdência, o regime geral (RGPS) respondeu por 72% (R$ 270,2 bilhões). Os 28% restantes (R$ 105,1 bilhões) se referem a servidores da União, Distrito Federal e ex-territórios, e militares.

"O resultado previdenciário de 2022 corresponde ao segundo ano consecutivo em que as contas da previdência apresentaram melhora, em relação ao ano anterior, após nove anos de aumentos sucessivos do déficit da Previdência", diz o relatório.

O déficit em 2011 era de aproximadamente R$ 146,7 bilhões, já em números atualizados pelo IPCA, e subiu ininterruptamente, a uma taxa real média de 14,5% ao ano, até atingir o ápice de R$ 422,7 bilhões em 2020.

Mesmo com a redução do saldo negativo em 2021 e 2022, nota-se que, nos dez últimos exercícios (de 2013 a 2022), o déficit previdenciário cresceu a uma média anual de 6,3%.

Nesse período, a despesa não previdenciária da União apresentou crescimento bem menos acentuado, de 1,2% ao ano (ressalvando-se as despesas extraordinárias de combate à pandemia em 2020), ao passo que o PIB brasileiro teve incremento médio de 0,5% ao ano.

Nesse cenário, o déficit previdenciário constitui quantia cada vez mais vultosa, quando comparada com as demais obrigações governamentais, dizem os auditores.

Com Diego Felix

Rubinho Nunes, ex-MBL, articula para virar presidente da Câmara Municipal de SP, FSP

 Guilherme Seto

SÃO PAULO

Rubinho Nunes (União Brasil) tem feito reuniões com colegas da Câmara Municipal de São Paulo para tentar viabilizar sua candidatura para a presidência da Casa no final de 2023. O vereador recebeu o aval do atual presidente, Milton Leite, cacique do partido em São Paulo, para buscar apoios para a disputa.

Rubinho é o nome preferido do chamado G7 de Milton Leite, bloco de vereadores que circundam o presidente da Câmara. O grupo é composto por Isac Felix (PL), Rinaldi DiGiglio (União), Sidney Cruz (Solidariedade), Thammy Miranda (PL), Marlon Luz (MDB), Marcelo Messias (MDB) e o próprio Rubinho.

Vereador Rubinho Nunes (União Brasil) durante sessão na Câmara Municipal de São Paulo
Vereador Rubinho Nunes (União Brasil) durante sessão na Câmara Municipal de São Paulo - Bruno Wilker-8.fev.2023/Divulgação

O principal concorrente de Rubinho para o posto atualmente é Ricardo Teixeira (União), que voltou à Câmara Municipal em maio para também buscar a presidência. Ele vinha atuando como secretário municipal de Transportes por indicação de Leite, de quem é aliado próximo.

Nunes já se reuniu com parlamentares aliados e também da oposição em sua articulação por apoios. Para conseguir votos no PT e no PSOL, ele precisará reverter a indisposição criada por anos como liderança do MBL (Movimento Brasil Libre), do qual saiu em outubro do ano passado.

Entre outros motivos, ele decidiu deixar o grupo após divergência a respeito de posicionamento no segundo turno em 2022: o MBL defendeu o voto nulo, ao passo que Nunes optou por apoio crítico a Jair Bolsonaro (PL).