sexta-feira, 19 de maio de 2023

Entenda o que é o G7 e quais são as diferenças para o G8 e o G20, FSP

 

SÃO PAULO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou nesta quinta (18) a Hiroshima, no Japão, onde participará como convidado da cúpula do G7, que reúne algumas das principais economias mundiais. Os líderes discutirão a Guerra da Ucrânia e seus impactos na economia e na segurança, inclusive a alimentar.

Criado em 1975, o G7 produziu ao longo da história decisões de importância global. Lula marca neste ano a sua sétima participação em encontros do grupo, sempre com status de convidado.

Entenda mais sobre o fórum e veja as diferenças para o G8 e o G20.

Mulher desce escadaria pintada com o logo do G7 em Niigata, no Japão
Mulher desce escadaria pintada com o logo do G7 em Niigata, no Japão - Issei Kato - 10.mai.23/Reuters

O QUE É O G7?

É a abreviação para Grupo dos Sete, que reúne alguns dos países mais poderosos do grupo. Atualmente, formam a organização os governos de CanadáFrança, AlemanhaItáliaJapãoReino Unido e EUA.

O G7 se define como o fórum das "economias avançadas mais influentes e abertas do mundo [...], vinculadas por valores como democracia e abertura para o exterior". Os membros do grupo se reúnem todos os anos para discutir iniciativas econômicas, políticas e sociais, em áreas como ambientedireitos humanos, desenvolvimento e saúde. A segurança global também é frequentemente objeto de discussão.

O grupo reúne países alinhados politicamente. Não são as sete maiores economias do mundo, já que China e Índia (2º e 5º lugar em termos nominais, respectivamente) não fazem parte do G7.

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O país que detém a presidência de momento do G7 organiza a reunião, nas quais ocorrem encontros de presidentes e ministros. Líderes de outras nações também podem ser convidados para as cúpulas.

COMO O G7 SURGIU?

O grupo foi estabelecido em 1975 para facilitar uma reação coordenada à crise do petróleo e do câmbio, iniciada em 1971. Foi criado pelo primeiro-ministro alemão à época, Helmut Schmidt (1918-2015), e pelo então presidente da França, Valéry Giscard d'Estaing (1926-2020).

Naquele momento, o G7 ainda era G6, com Alemanha, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. O Canadá entrou para a organização um ano depois, em 1976, após pedido de Washington.

Algumas instituições financeiras e blocos econômicos atuam nas discussões do grupo e têm influência para a tomada de decisões, entre as quais o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Central Europeu. A União Europeia passou a participar como observadora das cúpulas em 1977 e de todas as reuniões de trabalho a partir de 1981. O bloco é representado pelo presidente da Comissão Europeia e o presidente do Conselho Europeu —atualmente Ursula von der Leyen e Charles Michel, respectivamente.

QUAL É O PODER DO G7?

O grupo já produziu decisões de importância global. No ano passado, por exemplo, determinou sanções à Rússia para retaliar a invasão da Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022. Também foi anunciado um investimento de US$ 600 bilhões (R$ 2,9 trilhões) em infraestrutura em países em desenvolvimento.

No ano anterior, em 2021, os líderes do G7 trabalharam em uma reforma tributária global e concordaram em estabelecer um imposto mínimo de pelo menos 15% para empresas multinacionais.

O QUE FOI O G8?

O grupo passou a ser chamado de G8 em 1998, com a entrada da Rússia. A expansão foi uma tentativa de aproximação do Ocidente com o Kremlin após a Guerra Fria e também devido ao poder bélico de Moscou.

Mas a Rússia foi expulsa do grupo em 2014 como retaliação à invasão da Crimeia —península anexada por Moscou após a queda do governo pró-Kremlin na Ucrânia. À época, o ministro de Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, disse que o afastamento do país não era uma "grande tragédia".

O QUE É O G20?

É a abreviação para Grupo dos Vinte, que reúne os países com as maiores economias do mundo. Formam a organização 19 Estados e um bloco econômico, a União Europeia. Atualmente, fazem parte do grupo a África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e União Europeia.

Os membros do G20 também se reúnem anualmente para discutir iniciativas econômicas, políticas e sociais. Outros países podem ser convidados para as cúpulas. O grupo se define como o principal fórum de cooperação econômica internacional, com "papel importante na formação e no fortalecimento da arquitetura e da governança global em todas as principais questões econômicas internacionais".

COMO O G20 SURGIU?

O G20 foi fundado em 1999 após uma crise financeira na Ásia como um fórum para os ministros da Economia e presidentes de bancos centrais discutirem questões econômicas e financeiras globais.

A partir de 2008, diante de uma maior percepção sobre a importância dos países emergentes na economia global, as reuniões passaram a contar com a presença de chefes de Estados. Mais amplo, o fórum englobou outros temas além da economia, entre os quais ambiente, energia e segurança.

quinta-feira, 18 de maio de 2023

Pilula do livro A MATRIZ DIVINA, de Gregg Braden

 Pagina 104 


"...Parece que, quanto mais forte for nosso desejo  de mudar o mundo,

mais ilusório se torna nosso poder de fazê-lo.Isso acontece porque o que queremos muitas vezes se baseia no ego. A mudança não teria tanto significado para nós, se assim não fosse. Entretanto, quando amadurecemos nosso estado de consciência, e percebemos que  temos capacidade de alterarnossa realidade, , também nos damos conta de que fazê-lo já não parece tão importante."

General elogia inteligência emocional de Lula e decisão que evitou 'noite de sangue' no 8/1, FSP

 

BRASÍLIA

general Gustavo Henrique Dutra, chefe do CMP (Comando Militar do Planalto) em 8 de janeiro, afirmou que admira a inteligência emocional do presidente Lula (PT) e elogiou o aval à decisão de adiar o desmonte do acampamento em frente ao quartel-general do Exército para a manhã seguinte.

Em depoimento à CPI da Câmara Legislativa do DF nesta quinta-feira (18), Dutra detalhou as conversas que teve com Lula, ministros e o ex-comandante do Exército na noite de 8 de janeiro, após os ataques golpistas contra as sedes dos três Poderes.

"Ele [Lula] falou: general, são criminosos, tem que ser todos presos. [Eu disse] presidente, estamos todos no mesmo passo, estamos todos indignados iguais, serão presos; só que, até agora, nós só estamos lamentando dano ao patrimônio. Se nós entrarmos agora sem planejamento, podemos terminar essa noite com sangue", afirmou.

General Dutra durante depoimento à CPI da Câmara Legislativa do DF sobre o 8/1 - Gabriela Biló/Folhapress

"O presidente Lula, eu tenho uma admiração pela inteligência emocional dele. Ele na mesma hora falou: seria uma tragédia. E falou assim: general, isola a praça e prende todo mundo amanhã. Eu virei: presidente, muito obrigado pela compreensão do senhor. Dentro das possibilidades, uma boa noite. Ele virou: o ministro Múcio está aí com o senhor? Eu disse: Não. Ele disse: Deveria estar. E desligou o telefone."

O Palácio do Planalto queria que os vândalos que voltaram para o acampamento fossem presos no próprio dia 8, mas Dutra argumentou que a operação tinha "alto grau de risco" e demandava planejamento.

Ele disse à CPI que havia espetos e facas de churrasco no local, que as pessoas estavam cansadas e que poderiam até morrer afogadas no lago da Praça dos Cristais, onde o grupo estava acampado.

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"Ele [o então interventor Ricardo Cappelli] virou pra mim e disse assim: general, o senhor está me dizendo que eles [vândalos] estão armados? Eu disse: não, senhor, doutor Ricardo. Eu estou dizendo para o senhor que a praça dos Cristais não tem iluminação adequada para uma operação noturna, que a praça dos Cristais tem várias pedras portuguesas, que a praça dos Cristais tem degrau", disse Dutra.

"Tem um lago no meio da praça dos Cristais. Que no acampamento ainda tem espeto de churrasco, faca de churrasco. As pessoas estão cansadas. Tem mulher, tem idoso. Se nós entrarmos sem planejar, vai ter gente que pode morrer até afogada no lago."

Dutra defendeu a tese ao secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, designado por Lula como interventor na segurança pública do Distrito Federal após os ataques do dia 8.

Em depoimento à Polícia Federal, o general já havia afirmado que Lula concordou com sua sugestão de desmontar o acampamento apenas na manhã do dia 9 de janeiro. A conversa entre os dois foi revelada pela Folha em janeiro.

Diferentemente do que disse o general à CPI, pessoas próximas ao presidente relataram à reportagem em janeiro que o Exército comunicou a Lula que havia pessoas armadas no acampamento.

O Comando Militar do Planalto é responsável pela área do QG, em Brasília, e pelo chamado BGP (Batalhão da Guarda Presidencial), que fica à disposição do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) no Palácio do Planalto.

Dutra afirmou ainda que "houve uma maldade" com as pessoas que passaram a noite acampadas porque nenhuma delas sabia que seria presa. Segundo ele, os vândalos acreditavam que a área tinha sido cercada pelo Exército para protegê-los.

O ex-comandante militar do Planalto também rebateu a informação do governador do DF, Ibaneis Rochae de outras autoridades do governo local de que eles tentaram desmontar o acampamento no dia 29 de dezembro.

Dutra disse que a operação era apenas para combater ilícitos, como "gambiarra" de água e de luz, e não para acabar com as instalações definitivamente. A ação foi cancelada por determinação do Exército.

O general afirmou à CPI que, por alguma coincidência, "chegou muita gente" entre os dias 28 e 29. Ele disse que recebeu uma ordem, por telefone, para interromper a ação, sem deixar claro se a decisão foi do então comandante do Exército.

"O acampamento, que amanhecia com 300 pessoas, naquela manhã do dia 29 já tinha mais mil, mil e poucas pessoas. E quando o DF Legal [Secretaria de Proteção à Ordem Urbanística] chegou houve o acirramento dos ânimos", declarou.

Folha acompanhou a ação no dia. O então comandante da Polícia Militar do DF, Fábio Augusto Vieira, disse que havia colocado um batalhão de 500 policiais preparados para a operação quando o Exército recuou.

A CPI aprovou nesta quinta um convite ao general Gonçalves Dias, ministro do GSI até abril, quando vieram a público trechos das câmeras de segurança do Palácio do Planalto.

A comissão da Câmara Legislativa também aprovou a convocação do ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid.