quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Bruno Boghossian - Com empresários golpistas, Bolsonaro realiza o sonho da elite própria, FSP

 Em menos de uma semana, Jair Bolsonaro conseguiu preencher uma cartela com o repúdio de quatro grupos influentes da vida nacional. Na quinta passada (11), um manifesto encabeçado por intelectuais e pela elite econômica denunciou as ameaças golpistas do presidente. Cinco dias depois, cardeais da política e dos tribunais se opuseram aos ataques do capitão e aplaudiram as urnas eletrônicas em cerimônia no TSE.

Bolsonaro disputou a última eleição com o figurino de um candidato que desafiava os interesses dos ricos e poderosos. O presidente tenta renovar a imagem sempre que se vê isolado por esses grupos: andou dizendo que os bancos só defendem a democracia porque perderam dinheiro com a criação do Pix e alega que o establishment trabalha contra ele porque seu governo não cedeu a velhos conchavos.

A ideia é a mesma desde a campanha passada: assumir o rótulo de um movimento antielitista e reivindicar uma suposta legitimidade popular a favor de seus interesses políticos. Essa linha vale tanto para o discurso eleitoral clássico como para suas incansáveis propostas de ruptura ("eu faço o que o povo quiser").

Apesar de aproveitar o personagem, Bolsonaro está muito bem servido por uma elite que parece disposta a ficar a seu lado para o que der e vier. Não são poucos os endinheirados que apostam numa vitória do capitão, enquanto outros querem que ele permaneça no poder mesmo que seja derrotado nas urnas.

Há meses, um grupo de empresários lidera uma torcida organizada do golpismo pelo WhatsApp. Segundo uma reportagem do site Metrópoles, estão lá o notório Luciano Hang e os donos das marcas Multiplan e Coco Bambu, entre outros. Um deles disse abertamente preferir um "golpe do que a volta do PT".

Com empresários amigos, políticos poderosos alimentados com verba pública e aliados em postos-chave, Bolsonaro realizou o sonho da elite própria. Resta saber se essa turma está disposta a pagar a conta dos delírios autoritários do capitão.


Candidato anti-cotas é neto de pioneiro do movimento negro do século 20, FSP

 


Militante contra as cotas raciais, o candidato a deputado estadual Guto Zacarias (União-SP) é neto de um importante líder do movimento negro brasileiro no século passado.

Guto Zacarias, candidato a deputado estadual
Guto Zacarias, candidato a deputado estadual em SP pelo União Brasil - Divulgação

José Benedito Correia Leite (1900-89), filho de uma empregada doméstica, foi jornalista e ativista racial. Nos anos 1930, ajudou a criar a Frente Negra Brasileira, uma das primeiras entidades do país dedicadas ao combate ao racismo.

Definia-se como um homem de esquerda, embora não ideológica ou presa a dogmas marxistas.

A ideologia é bem diferente da do neto, que é ligado ao MBL (Movimento Brasil Livre), movimento antiesquerdista. Mas ele diz que nem por isso deixa de reconhecer a importância histórica do antepassado.

"Ele foi um marco na história do país. Fazia militância política e social logo após o fim da escravidão e em um espaço que até hoje temos poucos negros, o jornalismo", afirma Zacarias.

Yuri Alberto revela premonição de Duílio e festeja gols 'na hora certa' pelo Corinthians, OESP

 Redação, O Estado de S.Paulo

18 de agosto de 2022 | 00h12

Foram nove jogos para Yuri Alberto finalmente anotar um gol com a camisa do Corinthians. O desencanto veio logo em dose tripla em jogo no qual o clube precisava de placar largo para avançar na Copa do Brasil após derrota na ida por 2 a 0 para o Atlético-GO. O atacante festejou balançar as redes adversárias "na hora certa", na goleada por 4 a 1 na Neo Química Arena, e revelou uma premonição do presidente Duílio Monteiro Alves, que afirmou antes do jogo que o time se classificaria com três gols do camisa 9.

Yuri era só sorrisos na entrevista pós-jogo. Estava aliviado por finalmente ir às redes. Depois de passar em branco por oito jogos, comandou o time e comemorou bastante. Ele foi contratado para acabar com o jejum de gols do time e vinha rendendo abaixo do esperado.

Yuri Alberto
Yuri Alberto festeja gols marcados pelo Corinthians diante do Atlético-GO Foto: Rodrigo Coca/ Ag. Corinthians

"Cara, só tenho que agradecer a Deus. Eu falei que seriam seis ou sete jogos para me acostumar (entrosar com os companheiros). Acabou passando dois, mas só tenho a  agradecer a todos meus companheiros, que no dia a dia sempre incentivaram. Diziam que os gols sairiam na hora certa e saíram", comemorou o atacante, que chegou ao clube com a camisa 7 e herdou a 9 com a saída de Willian, que repassou a 10 para Róger Guedes.

"A gente conseguiu, se uniu e fomos competitivos. Acabamos entrando um pouco abaixo no primeiro jogo (2 a 0 no Antonio Accioly, em Goiânia), mas graças a Deus passamos, estamos classificados. Que coisa linda", se divertiu o herói da noite, que quase esquece da premonição de Duílio Monteiro Alves.

O presidente escreveu o nome de uma música para o atacante pedir no fim da partida, já prevendo que anotaria três gols. O papel estava todo suado, dentro da meia de Yuri Alberto, que sofreu para abri-lo e ler o pedido. Com muito custo, conseguiu.

"Uma pessoa que respeito muito escolheu a música. O presidente Duílio disse que eu ir fazer três gols hoje", afirmou. "Não sei qual pé a música", seguiu, antes de conseguir abrir o bilhete totalmente molhado. "A música é Londres Freestyle, do Veigh."

Agora o Corinthians volta as atenções ao Brasileirão, no qual visita o Fortaleza, domingo, no Castelão. No primeiro turno o time ganhou por 1 a 0 com gol contra e necessita se dar bem fora de casa para retomar à briga pelo título. São nove pontos de distância do Palmeiras.