segunda-feira, 1 de abril de 2019

Doria promete aplicar R$ 94,7 milhões no Projeto Guri em 2019 e ampliar em 2020, G1

O governador do estado de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou na tarde desta segunda-feira (1º) que irá aplicar integralmente os R$ 94,7 milhões previstos no orçamento deste ano para o Projeto Guri, para o funcionamento de 382 polos em todo o estado é o atendimento de 64 mil alunos. O governo de São Paulo voltou atrás e disse que não haverá demissões nem fechamento de pólos do projeto.
Parte do dinheiro, R$ 20,7 milhões, que havia sido contingenciado em janeiro (ou seja, seria suspenso ou não disponibilizado), será descontingenciado e liberado totalmente ao projeto, conforme o secretário de Cultura, Sérgio Sá Leitão.
Para 2020, segundo Doria, a ideia é ainda ampliar o projeto, com apoio de recursos da iniciativa privada. “Eu mesmo vou me responsabilizar por esta busca, mas depois de conseguir os R$ 160 milhões para a reforma do Museu do Ipiranga”, disse Doria.
Segundo Sá Leitão, as organizações sociais que são responsáveis pelo projeto “se adiantaram” ao anunciar demissões e dar aviso prévio a professores dos polos, pois o processo ainda estava em negociação sobre quais medidas seriam tomadas devido ao contingenciamento de R$ 150 milhões no total do orçamento deste ano para a Cultura.
“Foi uma decisão da organização social devido ao impacto do contingenciamento do orçamento. A OS resolveu tomar esta medida preventiva e que o processo estava ainda se desenrolando.
Foi uma decisão exclusiva da OS (adiantar as demissões)”, disse Sá Leitão.
“A decisão do governador é que nenhuma demissão será feita, nenhum polo será fechado e nenhuma criança ficará sem atendimento”, garantiu Doria.
“O governo tomou a decisão e decidiu descontingenciar este valor para aplicar no projeto”, afirmou o secretário.
“Os boatos que se espalharam (do encerramento do Projeto Guri) tiveram efeito positivo para fazer muita gente valorizar o Projeto Guri e mostrar seu relevo estratégico e sua importância”, salientou o secretário estadual.
Segundo o governo, o déficit fiscal projetado de R$ 10 bilhões de 2019 obrigou o governo a contingenciar R$ 5,7 bilhões em todas as áreas.

Projeto Guri

Mantido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, o Projeto Guri é o maior programa sociocultural brasileiro e oferece, nos períodos de contraturno escolar, cursos de iniciação musical, luteria, canto coral, tecnologia em música, instrumentos de cordas dedilhadas, cordas friccionadas, sopros, teclados e percussão, para crianças e adolescentes entre seis e 18 anos (até 21 anos nos Grupos de Referência e na Fundação Casa).
Os mais de 330 polos localizados no interior e no litoral, incluindo os da Fundação Casa, são administrados pela Amigos do Guri, enquanto o controle das unidades na capital paulista e na Grande São Paulo fica por conta de outra organização social.
A gestão compartilhada do Projeto Guri atende a uma resolução da secretaria que regulamenta parcerias entre o governo e pessoas jurídicas de direito privado para ações na área cultural. Desde seu início, em 1995, o projeto já atendeu mais de 770 mil jovens na Grande São Paulo, no interior e no litoral.
Desde 2004, a Amigos do Guri é responsável pela gestão do programa no litoral e no interior do Estado de São Paulo, incluindo os polos da Fundação Casa.
Além do governo de São Paulo, a Amigos do Guri conta com o apoio de prefeituras, organizações sociais, empresas e pessoas físicas.

domingo, 31 de março de 2019

Finlân, dia lidera ranking mundial de felicidade; Brasil aparece em 32º, FSP

Finlândia lidera ranking mundial de felicidade; Brasil aparece em 32º

Pesquisa feita em 156 países mostra que nível de confiança em estranhos é fator essencial para sensação de bem-estar

Pessoas jogam carteado em centro para idosos em Kaunianen, na Finlândia - Lena Mucha - 15.nov.18/The New York Times
João Perassolo
SÃO PAULO
Pelo segundo ano seguido, quem vive na Finlândia é mais feliz do que na maioria dos outros países do mundo. Este é o resultado do World Happiness Report (relatório mundial da felicidade), divulgado no último dia 20, data que a Organização das Nações Unidas declarara como o dia internacional da felicidade.
Questionados que nota dariam para as suas vidas, em uma escala de 0 (pior) a 10 (melhor), os finlandeses chegaram a uma média de 7,7. O segundo lugar ficou com a Dinamarca (7,6), e o terceiro, com a Noruega (7,5).
A pesquisa, de acadêmicos das universidades British Columbia (Canadá), London School of Economics (Inglaterra) e Columbia (Estados Unidos), mediu os índices de satisfação de vida de quase meio milhão de pessoas em 156 países nos últimos três anos.
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Se os ganhadores não chegam a ser uma surpresa —afinal, os estados escandinavos sempre aparecem no topo de listas de qualidade de vida—, a metodologia do estudo, baseada em critérios subjetivos sobre bem-estar, é uma novidade.
Fatores como renda per capita e expectativa de vida saudável foram considerados como possíveis indicadores para o nível de felicidade, mas não determinantes.
O resultado mostra que os habitantes da Finlândia, um dos países mais frios do mundo, são felizes no longo prazo, explica John Helliwell, 80, um dos editores do relatório, que chega à sua sétima edição.
“Os finlandeses são especiais em coisas mais profundas e duradouras, felizes com as suas vidas como um todo”, diz.
Nas palavras de Helliwell, um dos motivos para o bem-estar longevo dos finlandeses é que eles “não se orgulham”, “não falam de si mesmos” e “não ostentam”. “Ter hábitos de consumo chamativos é visto como falta de educação no país. Exibir uma Lamborghini pode gerar ciúmes e ressentimento em outras pessoas.”
Pessoas aproveitam o dia de sol na escadaria da Catedral de Helsinque, capital da Finlândia - Reuters
A depender dos primeiros colocados deste ano, o segredo da felicidade não está em objetos de desejo, e sim em conectar-se com os outros, tanto no nível mais próximo (familiares e amigos) quanto em uma escala estendida (estranhos, comunidade em geral e governo).
Em outras palavras: a alegria de viver está diretamente vinculada a quão confiáveis são as pessoas que compõem a sociedade do país em que se mora.
“A Finlândia tem laços comunitários amplos. A confiança nos vizinhos, no governo e em qualquer pessoa é muito mais alta na Escandinávia do que na América Latina. As pessoas gostam de viver em um lugar assim”, diz Helliwell.
Por outro lado, são os fortes laços afetivos com familiares que colocam os latinoamericanos em posições altas no ranking, apesar da falta de confiança na sociedade em geral. 
A nação mais feliz da região é a Costa Rica, que aparece em 12º lugar, antes mesmo de Luxemburgo (14º) e do Reino Unido (15º). O Brasil está na posição 32, atrás do México (23º), do Chile (26º) e do Panamá (31º), mas antes de Uruguai (33º) e Argentina (47º).
O estudo também aponta que os níveis de felicidade na América Latina estão decrescendo, em parte graças à Venezuela (108º), que puxa a tendência para baixo. O país em crise despencou 85 posições do ranking de 2015 para este, o que a coloca próxima ao Senegal (111º), onde cerca de metade da população vive abaixo da linha da pobreza.
“Os dez países com as maiores quedas na avaliação média de vida tipicamente sofreram uma combinação de estresses econômico, político e social”, afirma o relatório.
Outro dado interessante é que os imigrantes se declaram, em geral, tão felizes quanto as populações nativas. No caso da Finlândia, estrangeiros são ligeiramente mais felizes do que os locais. 
“Embora os países de origem deixem marcas, os imigrantes tendem a adotar os valores locais. Isso mostra que o ambiente onde se vive é o que conta em como as pessoas avaliam as suas vidas. Não se trata de genética”, afirma Helliwell.
O título de país mais feliz do mundo pode soar estranho para uma nação que já foi conhecida por suas altas taxas de suicídio: 1.200 pessoas se mataram em 1990, o pico histórico. A cifra caiu para 824 em 2017, deixando a Finlândia um pouco acima da média anual da União Europeia.
Porém, de acordo com estudos anteriores de Helliwell, o número de mortes autoinfligidas não influenciam na medição do bem-estar das pessoas.

RANKING DA FELICIDADE 


1º    Finlândia 
2º    Dinamarca 
3º    Noruega
4º    Islândia
5º    Holanda
6º    Suíça
7º    Suécia
8º    Nova Zelândia
9º    Canadá
10º    Áustria
11º    Austrália
12º    Costa Rica
13º    Israel  
14º    Luxemburgo
15º    Reino Unido
16º    Irlanda
17º    Alemanha
18º    Bélgica
19º    Estados Unidos
20º    República Tcheca  (...)
23º    México
24º    França (...)
32º    Brasil
33º    Uruguai (...)
36º    Itália (...)
43º    Colômbia (...)
82º    Grécia (...)
85º    Nigéria (...)
91º    Líbano (...)
93º    China (...)
108º    Venezuela (...)
110º    Territórios Palestinos (...)
112º    Somália (...)
115º    Burkina Faso (...)
117º    Irã (...)
Fonte: World Happiness Report 

OUTROS RESULTADOS DO RANKING

  • Os americanos estão cada vez mais infelizes, apesar do aumento contínuo da renda per capita. O estudo vincula o resultado a uma ‘epidemia de vícios’: em compras, em ‘junk food’, em opioides e no uso excessivo de telas 
  • Quem está satisfeito com a própria vida tende a ter maior engajamento político. Há evidências em pesquisas nos EUA e no Reino Unido
  • É mais provável que quem se sente frustrado eleja líderes populistas. Pessimistas com o futuro votaram na conservadora Marine Le Pen nas eleições francesas de 2017 e escolheram pela saída do Reino Unido da União Europeia