quinta-feira, 8 de março de 2018

TSE diz ao Supremo que voto impresso é retrocesso,l OESP


Parecer afirma que a regra, estabelecida na reforma eleitoral de 2015, coloca em risco o segredo do voto sem aparente utilidade concreta

Amanda Pupo/Brasília, O Estado de S.Paulo
07 Março 2018 | 16h15
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) expressou preocupação com a implementação do voto impresso para as eleições de 2018, em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF). Assinado pela assessoria jurídica e encaminhado pelo presidente da Corte Eleitoral, ministro Luiz Fux, o parecer afirma que a regra, introduzida pela Reforma Eleitoral de 2015, representa “inegável retrocesso no processo de apuração das eleições”, e coloca em risco o segredo do voto “sem aparente utilidade concreta” para a transparência das eleições.
As informações foram prestadas em resposta ao ministro Gilmar Mendes, que é relator de ação no STF que pede a suspensão da implantação do voto impresso para a eleição deste ano. Quem tenta a mudança é a procuradora-geral da República (PGR), Raquel Dodge, para quem a reintrodução do voto impresso "caminha na contramão da proteção da garantia do anonimato do voto e significa verdadeiro retrocesso".
Luiz Fux, presidente do TSE
'Se já está condenado em segunda instância, não é candidato sub judice (que ainda aguarda sentença final). Outros acham que tem que requerer. Isso é algo que tem que passar pelo colegiado', explicou Fux Foto: André Dusek/Estadão
Seguindo a legislação de 2015, o TSE aprovou na última quinta-feira, 1, a resolução que estabelece o registro impresso do voto nas eleições de 2018. Na manifestação enviada ao Supremo, há uma lista de preocupações técnicas da Corte sobre a ferramenta.
Para a área técnica e jurídica do TSE, as apreensões sobre o voto impresso resultam da própria redação da norma, que resgatou parte da lei de 1997 sobre a mecânica do voto. “A regra do art. 59-A e o voto impresso nela tratado não encontram exata correspondência nos demais dispositivos legais em vigor. Nas demais disposições legais, não há nenhuma referência a auditoria ou apuração do resultado mediante a comparação dos votos eletrônicos e os votos impressos. Trata-se, pois, de norma que estipula custosa obrigação, sem previsão do destino a ser dado ao voto impresso”, afirma.   
A resolução aprovada pelo TSE sobre o voto impresso define como vão se dar algumas dessas situações.  Do total de 600 mil urnas eletrônicas, 30 mil - 5% do total - deverão ter impressora acoplada. Para evitar que o mecanismo seja usado como 'comprovante' de compra de voto, o eleitor não terá contato com o registro de papel. Ele irá conferir na tela da urna o comprovante do voto. 
A Corte Eleitoral também destaca que não haverá identificação do eleitor no papel impresso, “respeitando-se, assim, a ideia do anonimato. ”
O TSE também explica que, quando terminada a votação, caberá à Comissão de Auditoria da Votação Eletrônica a responsabilidade pela organização e condução dos trabalhos de verificação dos registros.

Anonimato e transparência

 O parecer do TSE enviado ao Supremo ressalta o antagonismo entre o anonimato do eleitor e a busca por transparência que se dá pelo voto impresso. "Quanto mais elementos de prova da integridade um sistema tiver, menor será o sigilo do voto", ressalta, destacando trecho de relatório técnico da Corte sobre a ferramenta.
O TSE também destaca que apesar da lei não prever o anonimato do eleitor, o modelo elaborada pela Corte preserva a privacidade, “prevista constitucionalmente”, o que, no entanto, impede a rastreabilidade “inequívoca e inquestionável” da votação.
A manifestação ainda pontua os principais riscos envolvidos na implementação do voto impresso, entre eles a possibilidade de que discrepâncias entre votos eletrônicos e impressos não possam ser reconciliadas e, portanto, não resolvidas, a ausência de solução técnica para a conferência do voto pelo eleitor com deficiência visual, e para a situação de falha de impressão ou atolamento de papel antes da confirmação do voto pelo eleitor, “o que coloca em risco o direito fundamental do cidadão ao voto secreto”, questões destacadas pelo próprio ministro Luiz Fux durante a aprovação da resolução do voto impresso.
No Supremo, Gilmar também pediu, "com urgência", informações ao Congresso Nacional e à Presidência da República, que já se manifestou por meio da Advocacia-Geral da União (AGU). No parecer, o órgão destacou que a ideia do voto impresso havia caído durante a Reforma Eleitoral de 2015 por um veto da então presidente Dilma Rousseff, mas que o texto foi restabelecido pelos parlamentares, "sob o fundamento de que com a impressão dos votos será possível a realização de eventual auditoria do resultado das votações, impedindo, assim, a ocorrência de fraudes no processo eleitoral", lembrou a AGU.
Gilmar deverá aguardar o envio de todas as informações para decidir posteriormente sobre o pedido de Raquel Dodge.
Urna eletrônica
Nova urna eletrônica para eleição de 2018 será equipada com impressora e repositório de voto impresso.  Foto: André Dusek/Estadão

“Limitação”

 Um dia após mandar o parecer ao Supremo, o TSE publicou nesta quarta-feira, 7, o Edital de Licitação para a aquisição de 30 mil conjuntos de impressão de votos. A nova licitação foi necessária porque o resultado do edital anterior terminou com as duas únicas licitantes desclassificadas. A empresa Smartmatic, que havia ficado em primeiro lugar, não atendeu a um dos requisitos da habilitação técnica, relativo à especificação exigida para os QRCodes que deveriam constar do papel a ser impresso. A manifestação do TSE ao Supremo também recorda esse problema, afirmando que os fatos recentes evidenciam “uma clara limitação do mercado para conseguir fabricar os modelos de impressão de voto em tempo hábil para as Eleições 2018. ”

São Paulo sedia evento internacional sobre conservação de energia, Secretaria de Energia e Mineração

A Secretaria de Energia e Mineração de São Paulo sediou nesta terça-feira, 27 de fevereiro, a cerimônia de apresentação dos resultados do Acordo de Cooperação Brasil-Japão para Conservação de Energia.
O acordo, celebrado em 2013, tem como objetivo garantir o fornecimento estável de energia elétrica com base no gerenciamento da demanda e desenvolver de forma eficiente e econômica o fornecimento de energia elétrica para atender a crescente demanda.
Durante os cinco anos do Acordo, foram desenvolvidos o Programa Aliança Empresarial para Eficiência Energética – A3E, que visa alavancar investimentos em eficiência energética em 100 grandes instalações industriais dentro dos próximos quatro anos, a aproximação de diferentes agentes públicos, contribuindo para a percepção de necessidade de reforma do sistema de promoção da eficiência energética e a consolidação com os objetivos de retirar do mercado, a longo prazo, os equipamentos menos eficientes; obter progressiva economia de energia ao longo do tempo; promover o desenvolvimento tecnológico, produzindo equipamentos mais eficientes; promover o aumento da competitividade; reduzir os custos da indústria e os gastos dos consumidores e contribuir para a redução dos impactos socioambientais através do uso de equipamentos que consomem menos energia.
O acordo foi celebrado entre o Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão – “METI” e Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil – “MDIC”, e teve o Estado de São Paulo como única unidade da federação a participar efetivamente.

Fórum Náutico Paulista promove encontro regional com municípios do Paranapanema para discutir o projeto Angra Doce

O encontro da Câmara Temática de Turismo Náutico do Fórum Náutico Paulista, que ocorreu nesta quarta-feira, 28 de fevereiro, na Secretaria de Energia e Mineração do Estado de São Paulo, definiu para o dia 15 de março uma reunião com os dez prefeitos paulistas da região do Paranapanema para discutir o levantamento do Estudo Mercadológico e de Indicadores Socioeconômicos da Cadeia Náutica de Lazer e Turismo na Região do Angra Doce.
O prefeito de Timburi, Paulo Cezar Minozzi, irá organizar e convocar todos os representantes do executivo da região para o encontro da semana que vem.
A área Angra Doce abrange os municípios de Chavantes, Ourinhos, Canitar, Ipaussu, Timburi, Piraju, Fartura, Bernardino de Campos, Itaporanga e Barão de Antonina, no Estado de São Paulo e as cidades de Ribeirão Claro, Carlópolis, Siqueira Campos, Jacarezinho e Salto do Itararé, no Estado do Paraná.
Para o presidente do Fórum, Marco Antonio Castello Branco, é fundamental que todos os dez municípios paulistas da região possuam o selo do MIT – Município de Interesse Turístico.
“Vamos fazer um levantamento do que está faltando de documentação para cada cidade. Precisamos solucionar rapidamente essas questões para transformar os municípios em MIT e depois criar o circuito turístico de Angra Doce”, disse Castello Branco.
No encontro do dia 15 de março será apresentado o diagnóstico por cidade para ter o selo do MIT e os detalhes do projeto de Angra Doce.
Para o coordenador de Desenvolvimento Regional e Territorial da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcelo Machado, o momento é apropriado para essa discussão.
“Temos que aproveitar esse momento oportuno e trabalhar em conjunto para contratar um estudo técnico para região e desenvolver todo o potencial turístico dos municípios”, disse Machado.
Sobre Angra Doce
O Projeto de Lei nº. 3031/2015 busca instituir a região de Angra Doce como Área Especial de Interesse Turístico, composta por municípios dos Estados de São Paulo e Paraná.
A iniciativa visa resguardar a riqueza natural da região e ampliar o potencial de Turismo dos rios e represas que banham os municípios.
O reservatório da Usina Hidrelétrica de Chavantes, localizada no Rio Paranapanema, a três quilômetros da foz do Rio Itararé, ocupa uma área de aproximadamente 400 km2 que deu origem a um grande lago repleto de belezas naturais, o que permitiu aos municípios do seu entorno aproveitar o potencial para desenvolver entretenimento e lazer, com condições de se tornar um importante destino turístico do país.
Sobre o Fórum Náutico Paulista
O fórum tem por finalidade apoiar, coordenar e fomentar as ações voltadas ao desenvolvimento do setor náutico paulista, contribuindo com os diversos segmentos relacionados aos esportes, turismo, indústria, comércio e serviços, no acompanhamento e articulação das ações voltadas para a implementação das atividades do setor.
Além de integrar e aproximar os partícipes com vistas a promover o desenvolvimento e elevar a competitividade das empresas paulistas do setor náutico, promover a participação de instituições públicas e privadas e demais agentes envolvidos no setor náutico do Estado, colaborando para a integração de suas políticas e ações.
Poderá trabalhar em articulação com outros fóruns para o fortalecimento do setor e poderá contar com comissões internas e externas compostas por representantes das entidades representativas do setor.
Possui Câmaras Temáticas que desenvolvem seus trabalhos de forma sistematizada, de caráter temporário e que atuam com a atribuição de coordenar as reuniões e zelar pelo desenvolvimento dos trabalhos.
Sobre o setor náutico
Atualmente, a Região Sudeste possui 40 estaleiros que geram mais de 100 mil empregos diretos e indiretos. Os quatro estados são responsáveis por aproximadamente 50% da produção da frota náutica. Em 2014, o mercado movimentou US$ 700 milhões, importou 204 embarcações e vendeu 6.100 jets.