sexta-feira, 29 de março de 2013

Rumo ao brejo - RUY CASTRO



FOLHA DE SP - 29/03

RIO DE JANEIRO - A princesa beijou o sapo para fazê-lo reverter à condição de príncipe -e foi ela, ao contrário, quem se transformou em sapa. Uma variante dessa antifábula é a do homem de terno e gravata que chegou à farmácia com um enorme sapo verde e de olhos esbugalhados como um prolongamento de sua cabeça. O farmacêutico perguntou, atônito: "Mas o que foi isso, meu amigo???". E o sapo, com voz grave: "Não sei. Acordei com dor de barriga e esse sujeito apareceu debaixo de mim".

Foi o que aconteceu ao futebol brasileiro quando ele deixou de se bastar como mercado e se especializou em produzir matéria-prima -jogadores- para vender à Europa.

Com a multidão de brasileiros em gramados europeus, era inevitável que os gringos absorvessem nossas virtudes -o domínio de bola, a capacidade de driblar, as tabelinhas em alta velocidade. Em contrapartida, em vez de acrescentarmos às nossas as virtudes deles -a disciplina tática, a marcação rígida, o preparo físico-, incorporamos o que eles tinham de pior e estavam abandonando: o jogo "viril", os chuveirinhos sobre a área e a falta de criatividade individual. É o que temos hoje por aqui.

A cronologia mostra bem. Na esteira da Copa de 1970, nenhum dos tricampeões mundiais foi vendido para a Europa -e olhe que, entre eles, estavam Pelé, Carlos Alberto, Gerson, Tostão, Jairzinho, Rivelino e Clodoaldo (somente os dois primeiros saíram, mas em fim de carreira, e para os EUA). Já a realidade pós-Copa de 1982 foi outra: os italianos nos bateram às portas e levaram metade daquele time -Zico, Junior, Sócrates e Cerezo (Falcão já estava lá). A partir daí, não houve jogador brasileiro que não tivesse como objetivo exclusivo atuar na Europa.

Se a princesa virou sapa, nada mais natural que só lhe restasse o brejo -que é para onde o nosso futebol caminha.

Isenção de pedágios passou na Câmara


Câmara aprova projeto que isenta motorista de pagar pedágio onde mora

  • Proposta segue agora para votação no Senado
JAILTON DE CARVALHO (EMAIL·FACEBOOK·TWITTER)
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BRASÍLIA – O plenário da Câmara aprovou nesta terça-feira projeto do deputado Esperidião Amin (PP-SC) que isenta de pedágio em rodovias federais moradores ou trabalhadores das cidades onde as praças de cobrança estão instaladas. O projeto foi aprovado em votação simbólica e segue para apreciação do Senado.
Segundo Amin, não é correto que moradores paguem pelo uso de uma rodovia dentro dos limites do município onde moram. As concessionárias poderão, se quiserem, pedir a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para reajustar os preços dos pedágios.
— Não se pode imaginar que a Via Dutra seja financiada por moradores locais (das cidades que margeiam a rodovia) — disse Amin no início da sessão.
Ponte Rio-Niterói é excluída
Para o deputado, a proposta só é válida para áreas urbanas ou definidas tecnicamente como conurbadas. Isso excluiria do benefício áreas como a Ponte Rio-Niterói.
Segundo Amin, a ponte é uma ligação intermunicipal e, portanto, não se enquadraria nas novas regras. As exceções mencionadas pelo deputado não estão explicitadas no texto aprovado. O projeto trata da isenção dentro dos limites do municípios, e não apenas nas áreas urbanas.
“É isento do pagamento de tarifa de pedágio o veículo cujo proprietário possua residência permanente ou exerça atividade profissional permanente no próprio município em que esteja localizada a praça de cobrança de pedágio”, diz o artigo 4º A, do projeto.
Para Amin, se surgirem dúvidas sobre o real alcance do projeto, o texto pode ser corrigido no Senado, onde passará a tramitar a partir de agora.
No início da sessão, o deputado Ricardo Izar (PSD-SP) apresentou um requerimento pedindo o adiamento da votação.
Para ele, a isenção do pedágio para moradores de cidades localizadas às margens de rodovias iria provocar aumento da tarifa para os demais usuários das estradas federais. Mas, quando percebeu que os líderes dos demais partido estavam se manifestando a favor da proposta, retirou o pedido. O projeto foi aprovado sem maiores discussões.
— O projeto foi aprovado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e veio em uma boa hora para regulamentar o direito do cidadão de ir e vir — disse Ricardo Berzoini (PT-SP).
O texto foi aprovado após acordo que incluiu a emenda do líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), que permite à empresa concessionária da rodovia pedir revisão da tarifa em razão da isenção. A ideia do deputado seria proteger as concessionárias de eventuais quedas na arrecadação.
“A isenção fixada no caput deste artigo dá ensejo a que o concessionário reclame ao poder concedente, se assim julgar necessário, a revisão da tarifa do pedágio, com o objetivo de manter o equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão”, diz o texto.
— Não existe almoço grátis — reconheceu Amin.
Este trecho da proposta pode se chocar com as regras gerais dos atuais contratos entre o governo e as concessionárias. Pelas normas em vigor, essas concessionárias só podem aumentar as tarifas com base nos Planos de Exploração de Rodovias.
Nesses planos não estão incluídas cobranças de pedágios em áreas urbanas. O projeto prevê que a isenção dependerá do credenciamento dos carros dos interessados pelas empresas concessionárias e pelo governo federal.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/camara-aprova-projeto-que-isenta-motorista-de-pagar-pedagio-onde-mora-7953258#ixzz2Ow7UfDL2
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BRASILEIRO MELHORA DE VIDA, no Valor



No Valor: 

RENDA DAS FAMÍLIAS CRESCE BEM ACIMA DO PIB PER CAPITA

Tainara Machado | De São Paulo

A renda familiar no Brasil avançou em um ritmo bastante superior ao do Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos dez anos. De acordo com cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a renda domiciliar per capita da população brasileira aumentou 40,7% entre 2003 e 2011, taxa 13,3 pontos superior a apresentada pelo PIB per capita, que avançou 27,7% no período. Dentro do PIB, em consequência, a renda do trabalho tem crescido mais do que as rendas da “propriedade”, que envolvem, na conta do PIB, juros, dividendos e a própria remuneração do capital.
A diferença entre renda familiar e PIB per capita é ainda maior caso a conta per capita das famílias seja feita pelo critério de mediana, que mostra a tendência central. Marcelo Neri, presidente do Ipea, ressalta que, por essa ótica, fica mais evidente a melhora de vida do brasileiro médio: entre 2003 e 2011, a alta acumulada nessa métrica foi de 65,9%. As informações são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).



Delfim Netto, em O Globo, pág. 16, 25/3:

O Brasil assiste a um “processo civilizatório”:

A empregada doméstica virou manicure ou foi trabalhar num call center. Agora, ela toma banho com sabonete Dove. A proposta desses ‘gênios’ é fazer com que ela volte a usar sabão de coco aumentando os juros


Estadão, 24 de março, pág. B8, “emprego em alta pressiona inflação”

“Sem aumentar a taxa de desemprego será difícil manter a inflação sob controle num prazo mais longo -a inflação vai se acelerar lentamente.” 

De José Marcio Camargo, economista da gestora (sic) Opus

“A saída é frear a economia. Demitir mesmo !”

De Alexandre Schwartsman, ex-diretor de Politica Monetária do Banco Central, em O Globo, 25 de março, pág. 16

“O Governo não dá sinais de que quer abandonar a estratégia de estimular o consumo, e para isso toma decisões voltadas a manter salários reais elevados e o nível de desemprego baixo. (Para aumentar o PIB) … (teria que ) reduzir seus gastos correntes em proporção às receitas, grande parte das quais são transferências de renda às classes de renda mais baixas, responsáveis pela elevação do consumo.”

Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central, pág B8, Estadão, 24 de março.
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