quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Embalagem PET 100% reciclada

Tecnologia empregada pela Ambev permite a utilização de garrafas PET de todas as cores, formatos e fabricantes.
Guaraná Antarctica lançou, em novembro, a primeira embalagem PET 100% reciclada do Brasil. A tecnologia usada em sua fabricação possibilita que qualquer garrafa PET, seja qual for sua cor, formato ou fabricante, transforme-se em uma embalagem de Guaraná Antarctica.

Para Thiago Guedes Hackradt, gerente de Marketing de Guaraná Antarctica, a marca investiu nesse formato para um projeto de sustentabilidade focado em reciclagem porque acredita que o melhor destino para uma garrafa PET é se transformar em uma nova garrafa PET. O lançamento está alinhado ao Ambev Recicla que reúne ersas iniciativas para promover o aumento da reciclagem do país, a redução de uso de matéria-prima e a educação dos consumidores.
O plano é expandir o lançamento, chegando a 20% de embalagens de 2 litros de Guaraná Antarctica até o final de 2013. Hoje, já está presente em 12%, o equivalente a mais de 28 milhões de garrafas. Até o final de 2012, esse número deve subir para 40 milhões de garrafas.

Impacto ambiental

A fabricação da nova embalagem deve consumir 70% menos energia elétrica em relação à produção do material virgem, além de diminuir em 20% o consumo de água (dados informados pela Brasil Pet). Outras contribuições são a economia de petróleo e a redução anual de material de embalagem em 1,3 mil toneladas. Só em 2012, o Guaraná Antarctica deve retirar mais de 60 milhões de embalagens das ruas.

“Essa nova aplicação do PET 100% reciclado pós-consumo representará um importante impulso para a reciclagem no país”, destaca Ricardo Rolim, diretor de relações socioambientais da Ambev. “A iniciativa tem potencial considerável para aumentar o índice de reaproveitamento de garrafas PET, impactando toda a cadeia de reciclagem. A necessidade de matéria-prima estimula as cooperativas de catadores gerando, assim, um incentivo natural para o descarte correto do material”, reforça o diretor. As novas embalagens de Guaraná Antarctica estarão disponíveis nos principais pontos de venda da região Sul e nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, com expansão prevista para todo o país até o final de 2014. 

Responsabilidade compartilhada para fazer da Copa do Mundo um evento que deixe bons legados para o país.


As estimativas do governo brasileiro dão conta de que a Copa do Mundo deverá agregar R$ 183 bilhões ao PIB brasileiro até 2019. Esse valor inclui investimentos em infraestrutura, gastos incrementais dos turistas, aumento no consumo das famílias, recirculação do dinheiro na economia e elevação do turismo e do uso dos estádios após a Copa. A grande preocupação é fazer com que a mobilização em torno da maior festa do futebol produza resultados duradouros e significativos para as doze cidades-sede e o país como um todo.
Com esse objetivo, o governo criou nove Câmaras Temáticas que têm como missão potencializar, ao máximo, a herança da Copa para o Brasil. Uma delas trata especialmente de Meio Ambiente e Sustentabilidade. Em novembro, uma reunião promovida pelo Ministério do Meio Ambiente avaliou como está caminhando o tema e apontou aspectos que já são considerados modelares pela Federação Internacional de Futebol (Fifa) e deverão influenciar na elaboração das próximas Copas. Um deles é a iniciativa de oferecer linhas de créditos diferenciadas para estádios com certificado de sustentabilidade. “São estádios que consideram, por exemplo, a recuperação da água da chuva e adotam um conjunto de ações desde a construção até o seu funcionamento que prima pela sustentabilidade”, explicou na ocasião o diretor de Ambiente Urbano do Ministério, Silvano Silvério.
Na reunião, foram discutidos também os planos de gestão integrada de resíduos sólidos, a coleta seletiva e a logística reversa que deverão ganhar impulso extra nas cidades-sede. Dentro do conceito de responsabilidade compartilhada, estiveram no encontro representantes da Fifa, do Comitê Organizador Local da Copa, além dos ministérios do Meio Ambiente, Trabalho, Emprego e Renda, das Cidades, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Banco do Brasil, de empresas, do Cempre e do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR).
PET reciclado nos assentos
A Coca-Cola, patrocinadora oficial da Fifa, está participando desse esforço de maneira diferenciada. A empresa anunciou uma campanha para doação de garrafas PET que serão usadas no revestimento dos assentos de três estádios que vão sediar os jogos da Copa do Mundo: Maracanã, no Rio de Janeiro (6.700 cadeiras), Estádio Mané Garrincha, em Brasília (3.300), e Mineirão, em Belo Horizonte (3.000).
“A Coca-Cola é referência mundial em sustentabilidade e reciclagem e acredita que sempre é possível inovar. A Copa do Mundo da Fifa é uma grande oportunidade de massificar ainda mais a cultura da reciclagem. Este é um dos legados que pretendemos deixar para o Brasil”, declarou Victor Bicca Neto, diretor de assuntos governamentais, comunicação e sustentabilidade da Coca- Cola Brasil para a Copa do Mundo de 2014. A coleta do PET está sendo estimulada com uma campanha de engajamento, estrelada pelo apresentador Luciano Huck, pela jogadora Marta e pelo líder do MNCR no Rio de Janeiro Tião Santos. Nas três cidades, foram criados postos para coleta das garrafas PET que contarão com o auxílio de cooperativas de reciclagem apoiadas pela Coca-Cola Brasil. 

domingo, 16 de dezembro de 2012

A Terra é alvinegra


O Corinthians é o campeão do Mundo, assim como fora em 2000. Se alguns ainda contestam a primeira conquista, o feito de 2012 não dá argumentos para alguém que queira tirar o brilho da façanha. É bom lembrar que o Corinthians conquistou o mundo - aliás, atravessou o planeta para buscar o troféu - de maneira invicta. O time não foi derrotado na Libertadores e conseguiu dois triunfos no Mundial.
Um detalhe importante que torna o bicampeonato mundial incontestável, é que o Corinthians enfrentou o campeão europeu, no mínimo, em igualdade de condições durante os 90 minutos - no segundo tempo, até fazer o gol, o time dominou o jogo -, fato não acontecia há muito tempo em uma final do Mundial.
O time brasileiro ganhou de 1 a 0, mas não foi aquela vitória em que uma equipe se defende durante os 90 minutos e acha um gol numa jogada de sorte. A equipe teve coragem de encarar o Chelsea e, por isso, cedeu ao rival várias chances de gol, que exigiu três grandes defesas de Cássio.
Aliás, o mundo agora só é alvinegro, porque goleiro teve participação fundamental. Se não fossem suas atuações no campeonato continental, o Corinthians nem teria disputado o torneio mundial no Japão. Contra o Chelsea, ele operou três milagres e evitou que o seu time saísse atrás no marcador na decisão e com extrema justiça foi eleito o melhor jogador do campeonato
Dúvida até a estreia no Mundial, o peruano Guerreiro deve ser incluído na lista dos grandes heróis corintianos. Além de marcar os dois gols do Corinthians no mundial, ele atuou muito bem em ambas as partidas. Contra o Chelsea, ele infernizou a zaga do time inglês, mostrou oportunismo e senso de colocação, para enfiar a bola para o fundo das redes, depois de uma confusão na área.
Poderia comentar também a atuação excelente de Danilo, a mobilidade de Paulinho, o utilíssimo Jorge Henrique, da eficiência de Ralf e também de Emerson, protagonista na campanha vencedora da Libertadores. Só que nessa conquista é preciso valorizar o trabalho feito pelo técnico Tite.
Ele armou um time que sabe muito bem o que faz em campo. Desde o Brasileiro do ano passado, o Corinthians é uma equipe extremamente difícil de ser batida. Também, graças ao trabalho do seu treinador, sua equipe está sempre muito bem postada em campo, ainda consegue marcar muito bem e dificilmente desperdiça as oportunidades de decidir uma partida.
O conhecimento de sua equipe faz com que Tite tenha um grande índice de acerto nas alterações que ele faz.
A entrada de Jorge Henrique, no lugar de Douglas, no jogo contra o Chelsea foi fundamental para a vitória corintiana. A troca anulou os avanços de Ashley Cole também serviu para que algum jogador corintiano pudesse explorar as costas do lateral. Isso fazia o zagueiro David Luiz - que fez uma grande partida - sair muito da área para realizar a cobertura do lateral, o que deixava espaços no outro lado da defesa - só para lembrar: foi assim que surgiu a jogada do único tento da partida.
Por fim, não poderia deixar de falar da torcida do Corinthians. Eu continuo com a tese que torcida não ganha jogo, mas é importe dizer que a festa e o barulho que os torcedores fizeram nos estádios japoneses eu nunca tinha visto em jogos de times brasileiros no exterior - nem em partidas da seleção brasileira.
Parabéns a todos os corintianos. Hoje, no futebol, os sofredores não são vocês.
Até a próxima.
Mais pitacos em: @humbertoperon
o jornalista viajou a convite da Toyota
DESTAQUE
Apesar da conquista do Corinthians é preciso reconhecer que os nossos clubes são desconhecidos no cenário mundial. Aqui no Japão, apesar do grande número de corintianos presentes, os nipônicos, em sua maioria, tinham clara preferência pelo Chelsea, que sempre passa algum período da temporada em solo japonês. Chegou o momento de nossas equipes brigarem para ter um período no ano reservado para jogos internacionais.
ERA PARA SER DESTAQUE
Aqui no Mundial, em todas as competições da Fifa e em vários campeonatos do mundo, os relógios dos placares sempre mostram o tempo de partida. Só no Brasil o torcedor vai ao estádio e fica privado de saber uma informação importante do jogo.
Humberto Luiz Peron
Humberto Luiz Peron é jornalista esportivo, especializado na cobertura de futebol, editor da revista "Monet" e colaborador do diário "Lance". Escreve às terças-feiras no site da Folha.