sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Governo inclui obra do Ferroanel em nova licitação da ferrovia Malha Oeste, FSP

 

Brasília

O Ministério dos Transportes decidiu incluir as obras do Ferroanel de São Paulo na nova licitação da Malha Oeste, ferrovia que liga o interior paulista ao Mato Grosso do Sul e que tem previsão de ir a leilão no início de 2026.

Segundo informações obtidas pela Folha, o plano de integrar os dois traçados já foi selado pela pasta, com o objetivo de trazer mais atratividade ao leilão. O edital da licitação está praticamente concluído e será enviado ao TCU (Tribunal de Contas da União) em outubro.

Estação ferroviária construída em 1906, em Mairinque, interior de São Paulo - Eduardo Knapp 09.jul.2020/Folhapress

A Malha Oeste tem 1.973 km de trilhos e liga Mairinque (SP) a Corumbá (MS). O traçado foi concedido à Rumo, mas acabou praticamente abandonado nas últimas décadas.

O TCU chegou a analisar a possibilidade de o governo renegociar o contrato com a empresa, mas descartou o plano, por entender que seriam necessárias obras pesadas envolvendo o projeto ferroviário original. Por isso, determinou que a solução viável é fazer uma nova licitação.

Agora, o plano é integrar a essa malha a construção do Ferroanel, um projeto antigo e planejado desde os anos 1970, com intuito de desviar os trens de carga da região metropolitana de São Paulo e liberar espaço nas linhas atuais para projetos de trens de passageiros.

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O traçado dessa linha tem aproximadamente 53 quilômetros, saindo da região de Perus e seguindo até Itaquaquecetuba. A estimativa total de custo para tornar toda a malha operacional ultrapassa R$ 6 bilhões. No caso do Ferroanel, parte da infraestrutura já está preparada para o projeto, porque, durante a construção do Rodoanel, já foram erguidas pontes com previsão de receber trilhos.

Com essa nova concessão, o governo pretende recuperar uma ferrovia usada para a integração entre São Paulo, Mato Grosso do Sul e a fronteira com a Bolívia, enquanto viabiliza um contorno ferroviário ao redor da região metropolitana paulista, desviando os trens de minério, grãos, celulose e outros produtos que hoje passam na malha urbana.

Paralelamente, o projeto pode liberar mais capacidade nas linhas já existentes, especialmente naquelas que cruzam a capital e seguem para o porto de Santos.

O contrato original da Malha Oeste foi assinado em 1º de julho de 1996, com prazo de 30 anos. Seu término, portanto, é 30 de junho de 2026. Por isso, há pressa em concluir o processo e realizar o leilão no primeiro semestre do ano que vem.

A concessão da Malha Oeste faz parte de uma série de projetos ferroviários que o governo pretende licitar em 2026. A agenda inclui o teste de um modelo inédito de chamamento público de empresas interessadas em recuperar e operar trechos ferroviários pouco utilizados. Esse plano terá início com dois traçados que hoje estão sob controle da concessionária FCA (Ferrovia Centro-Atlântica).

O primeiro trecho corresponde à ligação entre os municípios de Arcos (MG), Barra Mansa (RJ) e Angra dos Reis (RJ), com cerca de 610 km de extensão e vocação para o transporte de calcário e siderurgia, além do turismo.

Outra prioridade é a concessão do Arco Ferroviário do Sudeste, como tem sido chamado o projeto da EF-118. A nova ferrovia promete alterar o mapa logístico da região Sudeste, a partir da abertura de uma nova rota para o agronegócio.

Trata-se de um traçado novo, de 575 quilômetros de extensão, a ser construído do zero, para interligar portos entre Espírito Santo e Rio de Janeiro. A previsão é de que o leilão ocorra entre o fim deste ano e o primeiro trimestre de 2026.

Polícia acha casa onde mulher foi buscar fuzil que teria sido usado na morte de Ruy Ferraz; imóvel está nome de irmão de PM, FSP

 

São Paulo

A Polícia Civil localizou o imóvel em que uma mulher foi buscar um fuzil supostamente usado na morte do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, 64, em Praia Grande, na Baixada Santista.

Segundo a investigação, a residência está em nome do irmão de um policial militar e estava alugada.

A imagem mostra um portão de garagem fechado, feito de metal com lâminas horizontais. O portão é de cor branca e apresenta sinais de desgaste. À esquerda do portão, há uma caixa de correio verde. O fundo da imagem mostra uma cerca branca e uma área pavimentada em frente ao portão.
Corregedoria realiza busca e apreensão em casa na Praia Grande, que é propriedade de um policial e foi alugada por criminosos acusados de matar ex-delegado geral - Reprodução/TV Globo

Ambos são aguardados na sede do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa para prestar esclarecimentos. A Corregedoria da Polícia Militar foi acionada para acompanhar o depoimento.

Ambos não são considerados suspeitos, já que até o momento não há nada que os ligue ao crime.
A Polícia Civil quer saber quem foram os responsáveis por alugar a casa e como um fuzil foi parar lá.

A investigação pediu busca e apreensão de celulares.

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A perícia identificou digitais de diversas pessoas no imóvel, inclusive do policial militar. Em busca e apreensão no imóvel, policiais encontraram objetos que foram identificados como sendo de pessoas que alugaram a casa para um final de semana há algum tempo.

O ex-delegado-geral foi assassinado em emboscada no fim da tarde desta segunda-feira (15). O carro do policial civil aposentado foi atingido por 29 tiros de fuzil no momento em que saía da Prefeitura de Praia Grande, onde trabalhava como secretário de Administração.

Imagens do ataque mostraram o momento em que ele tentou fugir e bateu em dois ônibus em uma avenida movimentada. Ao menos três homens encapuzados e com coletes a prova de balas desceram de um dos veículos usados no crime e atiraram em Ruy. Ele morreu no local.

O secretário da segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmou que "não há dúvidas" da participação do PCC (Primeiro Comando da Capital) no crime.