segunda-feira, 2 de outubro de 2023

As histórias inéditas de generais que disseram não a Bolsonaro e a despedida de Mark Milley, Marcelo Godoy- OESP


Mark Milley, o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas dos EUA, passou no dia 29 de setembro o cargo para o general da Força Aérea Charles Quinton Brown Jr. A cerimônia em Fort Myer, na Virgínia, passaria quase despercebida em outros tempos. Mas estes são tempos de crise. E os militares, lá como cá, desempenharam um papel importante durante as tentativas de se rasgar a Constituição, em Washington e em Brasília, com as invasões do Capitólio e das sedes dos Três Poderes.

O chefe do Estado-Maior Conjunto, general de Exército Mark Milley (esq.), cumprimenta o novo chefe, o general da Força Aérea Charles Brown, durante a cerimônia de despedida de Milley, no dia 2023
O chefe do Estado-Maior Conjunto, general de Exército Mark Milley (esq.), cumprimenta o novo chefe, o general da Força Aérea Charles Brown, durante a cerimônia de despedida de Milley, no dia 2023 Foto: SAUL LOEB / AFP

No mesmo dia 29, a Polícia Federal lançava a 18.ª fase da Operação Lesa Pátria e varejava a casa do general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes, um Força Especial. Apreendeu celulares, armas e o passaporte do militar que gostava de afirmar em mensagens de WhatsApp, conforme revelou a jornalista Malu Gaspar, sua predileção pela palavra neutralizar. “Se achar que minha Pátria estiver precisando, providenciarei para que aquele que a esteja agredindo seja neutralizado. Adoro essa palavra, neutralizado.”

Ridauto foi surpreendido em vídeos caminhando na Esplanada e vestindo verde e amarelo no dia 8 de janeiro. Achava tudo bonito. Até o gás lacrimogêneo da PM. Foi ofendido pelo coronel Adriano Camargo Testoni, seu colega de turma da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). “Forças Armadas filhas da p... Bando de generais filhos da p... Vanguardeiros de m... Covardes. Olha o que está acontecendo com a gente. Freire Gomes (ex-comandante do Exército), filho da p... Alto Comando do car.... Olha aqui o povo, minha esposa. Esse nosso Exército é uma m... Vão tudo tomar no c...” Palavras inequívocas.

Testoni hoje é alvo de ação no STF – seu caso foi enviado ao Supremo pelo Superior Tribunal Militar, depois de ser indiciado em um IPM aberto pelo Comando Militar do Planalto. Ridauto, que depois da intentona do dia 8 passou a frequentar lives nas quais evitava qualquer crítica à atuação da Justiça na investigação da baderna em Brasília, tornou-se o primeiro general a ser alvo de buscas da PF, na Lesa Pátria. Meses antes, colegas de Ridauto flertaram com o golpe.

Ridauto Lúcio Fernandes caminhando pela esplanada no dia 8 de janeiro
Ridauto Lúcio Fernandes caminhando pela esplanada no dia 8 de janeiro Foto: REPRODUÇÃO
Política

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Descontentes com a atuação do TSE no pleito que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva, generais do Comando de Operações Terrestres (COTer) teriam produzido um estudo sobre a intervenção no Judiciário, com o afastamento de ministros considerados hostis a Jair BolsonaroHavia ainda oficiais dos Comandos Militares do Norte e do Oeste que se manifestavam contra o presidente eleito em redes sociais ou em abaixo-assinados. No Alto Comando, uma minoria simpatizava com ideias exóticas – quatro ou cinco, a depender dos relatos ouvidos pela coluna.

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A necessidade de se reconstruir a unidade do Exército fez com que o olhar sobre quem pensou em ultrapassar o Rubicão fosse deixado de lado. A iniciativa de encontrar erros e delitos passou do STM ao Supremo. Na Força Terrestre, as descobertas da PF, como a dos esquemas dos espertalhões do Pix e da venda das joias e da ação do ex-major Ailton Barros, aumentaram ainda mais a distância entre os legalistas – chamados de melancias pelos radicais – e os defensores do ex-presidente.

O movimento de pacificação fez ainda exemplos de inconformismo com as algazarras de Bolsonaro e seus planos desaparecerem para a população. A coluna contará aqui dois casos importantes de generais que disseram não. O primeiro aconteceu na maior crise militar da Nova República, a que levou à demissão do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e dos comandantes das três Forças. A gravidade do momento pode ser aferida pela história da decisão tomada pelo general José Luiz Dias Freitas.

Então chefe do COTer, Freitas recebeu a visita do general Walter Braga Netto, recém-nomeado ministro da Defesa. Ele queria convidá-lo a assumir a Força Terrestre. “Não posso. Não vou durar uma semana no cargo”, disse Freitas, rejeitando o comando do Exército. A razão era que ele não se sujeitaria aos caprichos do presidente.

Sábia decisão? Um mês depois, o Exército se viu às voltas com o caso de Eduardo Pazuello, general da ativa que discursou em um comício de Bolsonaro, no Rio. Freitas passou à reserva e foi viver no interior do Paraná, onde começou a prestar serviço voluntário em uma Santa Casa. Pazuello se elegeu deputado pelo PL em 2022.

Da esq. para a dir., os ministros Braga Netto e Ramos, o presidente Bolsonaro e os generais Pimentel e Paulo Sérgio Oliveira, então comandante do Exército, na cerimônia de entrega de espadim aos cadetes da Turma Bicentenário do General João Manoel Menna Barreto
Da esq. para a dir., os ministros Braga Netto e Ramos, o presidente Bolsonaro e os generais Pimentel e Paulo Sérgio Oliveira, então comandante do Exército, na cerimônia de entrega de espadim aos cadetes da Turma Bicentenário do General João Manoel Menna Barreto Foto: Marcos Corrêa/PR

Ainda em 2021, o general Paulo Roberto Rodrigues Pimentel comandava a Aman quando Bolsonaro começou suas motociatas pelo País. O presidente teve então a ideia de entrar com uma delas, vinda de Resende (RJ), pelo portal monumental da Academia no dia da cerimônia de entrega dos espadins, em 14 de agosto de 2021. Era a primeira vez, desde o começo da pandemia de covid-19, que a tradicional festa se realizaria com a presença de familiares e autoridades na escola.

Pimentel, um Força Especial, foi abordado pelos ministros Luiz Eduardo Ramos e Braga Netto. Os dois contaram a intenção do presidente. E tentaram convencê-lo a permitir a algazarra. Ele respondeu que era inaceitável. Só havia um jeito de Bolsonaro entrar com a motociata na Aman: nomeando outro general para comandar a escola. Pimentel sabia que se deixasse a balbúrdia acontecer cobriria seu comando de vergonha; se recusasse, arriscava a carreira – era general de brigada e ia disputar a promoção para a terceira estrela.

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O general recebeu apoio de outros oficiais. Uma solução foi encontrada: a motociata se concentrou fora dos muros da Aman. A espada do general não tinha partido. Servia aos governos como representantes do Estado e não a um líder. Em momentos de crise, é preciso coragem para cumprir a obrigação. Terminada a cerimônia militar, o presidente deixou a academia em um helicóptero. Pimentel acabou promovido em 2022 e foi comandar a 3ª Divisão do Exército, a Divisão Encouraçada, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul.

Ele é irmão de Carlos Alberto Rodrigues Pimentel, o general que comandava a Brigada de Operações Especiais, com sede em Goiânia. Era Carlos que o ex-major Ailton Barros queria convencer a participar do golpe para fechar o STF, conforme registrado em mensagem encontrada pela PF dirigida ao coronel Elcio Franco, outro Força Especial, ex-assessor de Pazuello e de Bolsonaro. Nenhum dos irmãos se deixou levar pelo canto da sereia que terminou no 8 de janeiro.

Assim também foram os comportamentos dos generais Tomás PaivaRichard NunesGuido AminValério Stumpf e outros, chamados de melancia pelos radicais bolsonaristas. Mas todos escolheram o silêncio. O Exército não era monolítico, como reconhecem analistas como o historiador Francisco Carlos Teixeira da Silva, professor da UFRJ. Nem seus generais em conjunto estavam à disposição de Bolsonaro para qualquer tipo de aventura. As escolhas deles foram fruto de decisões pessoais?

O general José Luiz Dias Freitas, que foi comandante de Operações Terrestres do Exército, formou-se na turma de 1979 da Aman
O general José Luiz Dias Freitas, que foi comandante de Operações Terrestres do Exército, formou-se na turma de 1979 da Aman Foto: Sargente Gustavo/Divulgação Exército

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, disse na semana passada que é chegada a hora de separar o “joio do trigo”. É verdade que os acampamentos em frente aos quartéis foram tolerados e as urnas eletrônicas contestadas por militares. Não se vislumbrou que a escalada de violência levaria ao 8 de janeiro. Para Múcio, é impróprio ligar o substantivo militar ao adjetivo golpista. É preciso recolher os fatos. Quem enxerga apenas conivência com o golpe em todo fardado precisa ouvir os silêncios. E não só o que se diz na CPMI do dia 8 de Janeiro, que chega ao fim neste mês.

É que há uma diferença entre não gostar de Lula e planejar um golpe. Assim como há entre a quietude e o silêncio. Faltou aos militares brasileiros a afirmação aberta da legalidade? Ao passar para a reserva, Milley, que assumira o cargo em 2018, poderia ter se prolongado sobre a missão no Afeganistão, ou sobre o combate ao Estado Islâmico e aos grupos terroristas na África. Ou ainda sobre a ajuda à Ucrânia.

Mas os tempos são outros: Milley preferiu enfatizar a defesa da Constituição. Disse que ela dá um sentido ao serviço do militar americano. “Ela é o documento que todos nós, fardados, juramos proteger e defender contra todos os inimigos – estrangeiros e internos. Essa é uma verdade que passa de geração em geração. E nós, uniformizados, estamos dispostos a morrer para passar a Carta à próxima geração.”

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O general prosseguiu afirmando que a Constituição faz do militar americano um ser único. “Nós não juramos pela nossa Pátria. Nós não juramos por nossa tribo. Nós não juramos por nossa religião. Nós não juramos fidelidade ao rei ou à rainha ou a um tirano ou a um ditador. E nós não juramos a um aspirante a ditador. Nós não juramos fidelidade a um indivíduo. Nós juramos fidelidade à Constituição, e prestamos juramento à ideia que é a América, e estamos dispostos a morrer para protegê-la.”

Mark Milley assinou carta com outros generais pouco depois da tentativa de invasão do Capitólio: 'Nós defendemos a Constituição'
Mark Milley assinou carta com outros generais pouco depois da tentativa de invasão do Capitólio: 'Nós defendemos a Constituição' Foto: Patrick Semansky/AP

Milley foi o homem que em 12 de janeiro de 2021, após o ataque ao Capitólio, divulgou uma carta com outros sete generais. Tinha 20 linhas. Começava assim: “O povo americano tem confiado em suas Forças Armadas para protegê-lo e à sua Constituição por quase 250 anos”. O documento afirmava que o ataque era um “assalto direto ao Congresso e à ordem”. “Testemunhamos eventos que são inconsistentes com a obediência às leis, ao direito de liberdade de opinião e de reunião, pois estes não dão a ninguém o direito de usar a violência, a sedição e a insurreição.” Nada mais claro.

Ele e seus colegas fizeram uma profissão de fé: “Nós defendemos a Constituição. Qualquer ruptura do processo constitucional não é apenas contra nossas tradições, valores e juramento, é contrário à lei”. Eles mostraram que a defesa da legalidade é um imperativo de quem ocupa tais cargos. A isenção e o apartidarismo não lhes podem servir para fechar os olhos à violência do lado com o qual se simpatiza ou para reconquistar a unidade institucional. Não há detergente melhor do que a luz solar, dizia Louis Brandeis. Assim como não há nada mais difícil do que escutar o silêncio. 

Ruy Castro - Bocas de cristal, FSP

 Em busca de material sobre o futebol de outros tempos, descubro números de 1958 da revista Manchete Esportiva, sobre a preparação da seleção brasileira para a Copa do Mundo daquele ano, na Suécia. E vejo as reportagens sobre os exames dentários dos jogadores, ordenados pela CBF, então CBD. Aquilo era uma novidade. Formou-se uma legião de dentistas, e os 33 convocados iniciais, um a um, com ou sem medo, sentaram-se na cadeira e abriram a boca.

Foi um terror: em duas semanas, os dentistas tiveram de meter a broca em 470 dentes, quase 15 por jogador, e fazer 32 extrações —Oreco, lateral do Corinthians, o recordista, com sete.

Era este o estado dentário médio dos jogadores no Brasil. Craques da seleção, ídolos de seus times e a maioria com menos de 25 anos, saíam em close nas capas de revista com espetaculares falhas dentárias —como Vavá, artilheiro do Vasco, Telê, motor do Fluminense, e Garrincha, que você sabe quem foi—, e ninguém via nada demais nisso .

Era um reflexo do estado dentário médio da população, assim como do salário médio dessa mesma população. Estávamos longe das grandes fortunas no futebol, e muitos jogadores, mesmo os bem pagos, tinham de fazer bicos por fora. Pinheiro, capitão do Fluminense, era corretor de imóveis, passava o dia ralando no asfalto; Oswaldo Baliza, goleiro do Botafogo, era caixeiro de armazém; Bellini, senhor da grande área do Vasco e da seleção, vendia sapatos em Copacabana, em sociedade com Fernando, goleiro do Flamengo.

As coisas mudaram. Os jogadores de hoje, mesmo da Série B, ostentam teclados esculpidos em alabastro. E a razão é simples: por maior que ainda seja a desigualdade no futebol, sua média salarial ficou muito maior que a do brasileiro. E isso se reflete nos dentes. Os cracões agora podem se orgulhar de suas bocas de cristal, mas o grosso dos brasileiros, que não vê a cor da bola, continua desdentado.

Luiz Felipe Pondé - O humanismo ateu compreende que a crença em Deus atrapalha, FSP

 O humanismo é uma expressão de alta credencial em filosofia e em ciências humanas em geral. Termo cunhado a partir do renascimento italiano —nos séculos 15 e 16—, o termo "humanismo" pode ser compreendido, na sua origem e evolução mais imediata, como erudição nos clássicos antigos greco-romanos, traduções, comentários, ensino.

O termo também pode ser compreendido como uma concepção de natureza humana em que esta é vista como possuidora de todos os recursos necessários para realizar o bem e aprender ao longo da vida, sem interferência necessária de Deus. O filósofo francês Henri Gouhier (1898-1994) é uma referência consistente na história desse conceito.

A ilustração figurativa em preto e branco de Ricardo Cammarota foi executada em técnica manual com pincél e tinta nanquim, acabamento com rachuras e fios de contorno, a traço e posteriormente, manipulada digitalmente.  A imagem horizontal, proporção 17,5cm x 9,5cm, não apresenta uma narrativa aparente, trata-se de uma composição de dois corpos humanos, sem camisa e descalços, usando bermudas. Estão, um ao outro, em posições contrárias (horizontal e vertical). Ambos os corpos estão ajoelhados, corpos caídos, para frente e direcionadas ao chão, braços soltos, com a cabeças, que não aparecem, pois estão enterradas no chão com pedras.
Ricardo Cammarota/Folhapress

Como pode ser percebido pela rápida síntese acima descrita, o conceito nasce num âmbito europeu de matriz cristã em diálogo com a herança antiga. Dentro da própria filosofia cristã de então, o conceito é filho do processo de superação de uma antropologia filosófica medieval em que o homem era visto como necessariamente portador de uma herança maldita: o pecado original que limitava suas possibilidades de progresso e autonomia. Éramos vistos como seres insuficientes e o humanismo cristão nos elevou a condição de seres suficientes –no jargão dos especialistas no assunto.

Trocando em miúdos, humanismo assumiu o caráter de ser um termo técnico para o otimismo com relação às possibilidades humanas, enquanto anti-humanismo passou a representar uma visão pessimista dessas mesmas possibilidades.

Entretanto, a herança humanista passará por uma transformação radical no século 19. Essa transformação é o objeto da obra "Drama do Humanismo Ateu", na tradução brasileira da editora Ecclesiae, escrita pelo teólogo francês do século 20, o cardeal Henri de Lubac (1896-1991).

Obra de peso, De Lubac apresentará a mutação, na sua opinião catastrófica, que sofre o humanismo a partir de autores como Ludwig Feuerbach (1804-1872) no seu clássico "Essência do Cristianismo", da editora Calouste Gulbenkian.

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Mutação esta seguida de perto por autores como Marx, de mais longe como Nietzsche, de forma mais ampla por Auguste Comte –todos no século 19–, entre outros.

Essa mutação consiste em "matar Deus" como causa da condição humana "otimista" ou suficiente, ou, dito de outra forma, a superação de Deus como causa da esperança na vida e suas possibilidades. E, mais do que isso, a ideia de que a crença em Deus atrapalha.

A partir de Feuerbach, o homem é a causa de sua autonomia, felicidade, virtudes, potências, enfim, de um futuro cheio de esperanças. Estamos naquilo que De Lubac nomeará ao longo da sua obra como a "religião da humanidade", inspirado no projeto positivista de Auguste Comte. Qual seria a natureza desse drama do humanismo ateu?

Lembremos que De Lubac começa a se dedicar a essa obra logo após a segunda guerra mundial, o que implica um contexto peculiar para se avaliar a herança de um humanismo europeu crente em si mesmo de forma arrogante e equivocada, pensa De Lubac –devo dizer que sigo De Lubac em sua percepção da catástrofe do humanismo ateu.

De Lubac entende que a aposta do humanismo ateu não se saiu bem. A tentativa comtiana de fundar a felicidade numa religião da humanidade fracassou a olhos nus –hoje, em pleno século 21, este fato parece óbvio.

Ainda que se trate de uma obra para gente grande, o tema diz respeito a todos nós. Mesmo que De Lubac argumente, com razão penso eu, que o humanismo ateu do século 19 fracassou, a religião positivista da humanidade se instalou na cultura do senso comum, dos governos, nas academias, na publicidade, nas novas espiritualidades, nas psicoterapias. Mesmo aqueles que não se vêm como herdeiros de Comte e o consideram até "brega" na sua igreja positivista congregam em sua igreja.

Continuamos a insistir na crença de que há esperança no humanismo. De Lubac apresenta Dostoiévski (1821-1881) como aquele que previu, como um profeta, a vocação do humanismo ateu ao niilismo. Fato consumado este que não percebemos apenas por que o barulho do mundo está muito alto e nossos ouvidos estão perfurados pelo ruído.