segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Ministro do Meio Ambiente defende mudança em acúmulo de rejeitos de mineração, FSP (pauta)

RIO DE JANEIRO
A indústria mineradora do Brasil precisa substituir técnica de acúmulo de rejeitos de minérios em barragens por tecnologia a seco onde for possível, e estruturas existentes serão fiscalizadas, em ordem de prioridade, afirmou nesta segunda-feira o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em entrevista à Globonews.
As afirmações ocorrem após rompimento de barragem da Vale em Brumadinho (MG), na sexta-feira, que matou dezenas de pessoas e deixou centenas desaparecidas.
"No caso específico das barragens, havendo alternativa técnica, não tem porque manter algo superado, algo antigo e que tem um risco inerente, que é esse modelo de barragens, sobretudo essa, construída a montante que mostrou sua fragilidade", disse Salles.
"O que a indústria mineradora precisa fazer rapidamente? Substituir a técnica superada de barragem, (pela de) mineração sistema 'dry', que é o a seco, não sei se em todos os casos isso é possível, mas em todos que for, precisa fazer e rápido."
O ministro destacou que há mais de 700 barragens em funcionamento em situações análogas, que precisam ser fiscalizadas urgentemente no Brasil, priorizando as que demandam maior emergência.
"Estamos trabalhando para dar uma resposta que seja viável, factível, sem exageros, mas que tenha uma conclusão, uma resposta à sociedade imediata", afirmou.
Salles ressaltou declaração da Vale de que a barragem que se rompeu em Brumadinho estava paralisada há cerca de três anos e que isso gera ainda mais preocupação em relação às demais estruturas que estão em operação.
O desastre ocorreu pouco mais de três anos após o rompimento de uma barragem da Samarco (joint venture da Vale com a anglo-australiana BHP), em Mariana (MG), que deixou 19 mortos, centenas de desabrigados, e poluiu o rio Doce, no maior desastre ambiental do país.
"Nós precisamos ser muito incisivos nisso, ter muita objetividade e exigir rapidamente uma solução que seja inclusive diferente do que aconteceu após Mariana, nesses três anos que se passaram. Tem que tomar a lição de Mariana, do porquê que não foi eficiente o processo de reparação e prevenção pós-Mariana, para que isso não aconteça nesse momento também", afirmou.

MUDANÇAS REGULATÓRIAS

Salles adiantou que o governo planeja realizar mudanças estruturais do trabalho do ministério, que ele acredita não estar sendo realizado de forma eficiente.
"Porque hoje você está usando o grupo de analistas e técnicos para cuidar de tudo no mesmo patamar, praticamente, está equivocado. Nós precisamos colocar o foco nas prioridades e essa ausência de foco fez com que a gente tivesse um processo de licenciamento e de fiscalização ineficiente", afirmou.
Segundo o ministro, chegou a hora do país ter uma atuação mais incisiva, coordenar as diversas esferas, os órgãos estaduais e federais, Agência Nacional de Mineração, Ibama, os estaduais de fiscalização de meio ambiente. "Tem que ter mais foco, mais eficiência", afirmou.
 

Por que o Brasil criou uma legislação para resíduos sólidos?,Asta

Na primeira matéria da série, que estamos produzindo, sobre Política Nacional de Resíduos Sólidos, a PNRS, procuramos esclarecer um pouco sobre o universo dos resíduos sólidos. Uma vez entendido o conceito que permeia este assunto e suas variações, vale a pena uma reflexão sobre o objetivo da regulamentação da PNRS no Brasil.

Objetivo da PNRS

O estilo de vida da sociedade contemporânea, aliado às estratégias de marketing do setor produtivo, levam a um consumo intensivo provocando uma série de impactos ambientais incompatíveis com o modelo de desenvolvimento sustentável cada vez mais crescente no Brasil. Diante desta perspectiva, viu-se a necessidade de educar a sociedade bem como os setores públicos e privados no que diz respeito ao gerenciamento do lixo e para que isso fosse feito de forma efetiva, foi criada a PNRS - regulamentada pela Lei nº 12.305/10 , visando organizar a forma com que o país lida com o lixo e exigir dos setores públicos e privados a transparência do gerenciamento dos seus resíduos.http://www.mma.gov.br/política-de-resíduos-sólidos
Apesar da legislação existir desde 2010, pesquisas mostram que o descarte de resíduos sólidos ainda é feito de forma inadequada, com pouca aplicação prática e falta de efetividade em todas as regiões do país. A lei continua enfrentando o desafio de maximizar o aproveitamento e a recuperação dos materiais descartados e erradicar as práticas de destinação inadequada que levam impactos negativos à saúde de milhões de brasileiros.  

Dados comprovam o descarte inadequado ao meio ambiente

Estudos feitos pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, ABRELPE, responsável pela elaboração do Panorama de Resíduos Sólidos no Brasil, apontam que entre 2016 e 2017 aumentou em 3% o volume de resíduos enviados aos lixões. Mais de 40% de todo o lixo gerado no país não tem destinação correta.
Além disso, nos últimos 5 anos foram parar nos lixões 45 milhões de toneladas de materiais recicláveis que poderiam ter rendido mais de 3 bilhões às cooperativas de reciclagem, catadores e usinas processadoras que operam no setor. ‍
De acordo com a PNRS, os lixões deveriam ter sido extintos e transformados em aterros sanitários até 2014, o que não aconteceu. Como justificativa para o não cumprimento da lei, Municípios e Estados reclamaram da falta de recursos para estimular a reciclagem e fechar os lixões. O prazo para o fim dos lixões, então, foi prorrogado para 2021.
Atualmente são cerca de 3 mil lixões em 1.610 municípios. A coleta de lixo é feita em 90% dos municípios mas somente 59% deles 3.300 dão destinação correta ao lixo. E pouco vem se avançando nesta adequação do destino dos resíduos coletados. E apesar dos serviços de coleta terem crescido em todas as regiões Brasil, estima-se que cerca de 19.0000 toneladas de lixo, por dia, ainda ficam sem recolhimento sendo possivelmente depositadas em locais inadequados.
A região Nordeste apresenta o menor índice de cobertura de coleta de resíduos sólidos, apesar de representar 25% dos resíduos gerados no país.
Saiba mais no quadro abaixo:
Imagem do mapa do Brasil com panorama de resíduos sólidos | Abrelpe
Participação das regiões do país no total de Resíduos Sólidos Urbanos coletados

Reciclagem estagnada

Outro fator insatisfatório em relação ao panorama atual dos resíduos sólidos, e que segue na contramão dos princípios da legislação é a respeito da reciclagem. Os índices de reciclagem não estão progredindo e atribui-se a essa estagnação os seguintes fatores:
- Pouca iniciativa política dos governantes em implementar e incentivar a coleta seletiva;
- Falta de recursos financeiros para os Municípios e Estados viabilizarem a reciclagem de forma correta;
- Queda do consumo (Quatro anos de crise econômica financeira restringindo a compra de produtos no mercado);
- Mudança de embalagens das empresas com materiais não recicláveis. Baixo empenho da população em separar o lixo residencial.
Concluí-se que a PNRS ainda tem um longo caminho a seguir, seja por falta de informação da sociedade ou pouco incentivo, mas é inegável que esta política estimula a prática de hábitos sustentáveis de consumo, além de incentivar a reciclagem e o reaproveitamento dos resíduos sólidos, bem como o descarte feito de forma adequada.

Professor Rodolfo Jardim de Azevedo assume presidência da Univesp, Unicamp

Novo presidente é ex-diretor do Instituto de Computação da Unicamp; com 20 anos na área acadêmica, já publicou diversos artigos e somou premiações

24/01/19
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O Professor Doutor na área de Ciência da Computação, Rodolfo Jardim Azevedo e ex-diretor do Instituto de Computação da Unicamp, foi nomeado hoje, (24/01), pelo governador em exercício, Rodrigo Garcia, para comandar a Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp). Ele substitui Fernanda Gouveia que deixou a instituição no início do mês. 
Nascido na cidade de Miracema, no interior do Rio de Janeiro, Azevedo, possui graduação em Engenharia de Computação pela Universidade Federal do Espírito Santo (1998), doutorado em Ciência da Computação pela Universidade Estadual de Campinas (2002) e pós-doutorado na Universidade de Washington - EUA. Possui bolsa de Produtividade em Pesquisa do CNPq nível 2. É Professor associado da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, orientando alunos do mestrado e doutorado em Ciência da Computação, nas áreas de Arquitetura de Computadores e Uso de Tecnologia na Educação.
Foi diretor do Instituto de Computação da Unicamp, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação do Instituto de Computação de 2007-2009. Atuou como membro do Conselho Universitário da Unicamp entre 2013 e 2017. Foi coordenador adjunto para o mestrado profissional da área de Ciência da Computação da CAPES, entre 2011-2013. Publicou diversos artigos, tendo recebido quatro prêmios de melhor artigo em conferências (SBAC-PAD 2004, SBAC-PAD 2008 e WSCAD-SSC 2012, SBAC-PAD 2018). Recebeu o Prêmio de Reconhecimento Docente pela Dedicação ao Ensino de Graduação e o Prêmio de Reconhecimento Acadêmico Zeferino Vaz, em 2012. Atualmente também é membro do Conselho da Sociedade Brasileira de Computação.
De acordo com o professor, sua missão na Univesp é oferecer nível superior de qualidade com as parcerias de outras instituições paulistas como USP, Unesp, Unicamp e Centro Paula Souza. “A universidade não apenas forma o aluno, ela transforma a vida das pessoas. Vamos trabalhar com novas tecnologias e ações que aprimorem ainda mais o método de ensino-aprendizagem oferecido aos mais de 40 mil alunos e, dessa forma, contribuir para o desenvolvimento do Estado de São Paulo”, ressaltou Azevedo.