sábado, 29 de setembro de 2018

Fux proíbe Folha de entrevistar Lula e determina censura prévia, FSP

Reynaldo Turollo Jr.
BRASÍLIA
O ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), suspendeu na noite desta sexta (28) uma liminar concedida mais cedo por seu colega Ricardo Lewandowski e proibiu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de dar entrevista à Folha na prisão. Conforme a decisão de Fux, se a entrevista já tiver sido realizada, sua divulgação está censurada. 
Lula está preso desde abril depois de ter sido condenado em segundo grau por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá (SP). A decisão de Fux vai ao plenário para ser ou não referendada.
“Determino que o requerido Luiz Inácio Lula da Silva se abstenha de realizar entrevista ou declaração a qualquer meio de comunicação, seja a imprensa ou outro veículo destinado à transmissão de informação para o público em geral”, escreveu Fux. 
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“Determino, ainda, caso qualquer entrevista ou declaração já tenha sido realizada por parte do aludido requerido, a proibição da divulgação do seu conteúdo por qualquer forma, sob pena da configuração de crime de desobediência”, completou.
O ministro Luiz Fux, do STF, que proibiu o ex-presidente Lula de dar entrevista à Folha na prisão
O ministro Luiz Fux, do STF, que proibiu o ex-presidente Lula de dar entrevista à Folha na prisão - Pedro Ladeira - 4.abr.2018/Folhapress
“A decisão do ministro Fux é o mais grave ato de censura desde o regime militar. É uma bofetada na democracia brasileira. Revela uma visão mesquinha da liberdade de expressão", disse Luís Francisco Carvalho Filho, advogado da Folha.
​ ​Fux atendeu a um pedido de suspensão de liminar formulado nesta sexta pelo partido Novo, adversário do PT nas eleições. O processo foi registrado para apreciação do presidente da corteDias Toffoli, por volta das 19h. Em seguida, segundo os deslocamentos registrados no site do STF, a presidência o enviou para a Seção de Processos Diversos, que, por sua vez, o remeteu a Fux, que é o vice-presidente.
Pela manhã, Lewandowski havia autorizado que Lula concedesse entrevista na prisão à colunista da Folha Mônica Bergamo. Ele havia atendido a uma reclamação do jornal que argumentou que decisão da 12ª Vara Federal em Curitiba, que proibira a entrevista, impedia o livre exercício do jornalismo. 
“Não raro, diversos meios de comunicação entrevistam presos por todo o país, sem que isso acarrete problemas maiores ao sistema carcerário [...] Portanto, permitir o acesso de determinada publicação e impedir o de outros veículos de imprensa configura nítida quebra no tratamento isonômico entre eles, de modo a merecer a devida correção de rumos por esta Suprema Corte”, afirmou Lewandowski na sua decisão, agora suspensa.
O partido Novo afirmou, ao pedir a suspensão da entrevista, que o PT tem apresentado Lula reiteradas vezes como integrante da chapa que disputa a Presidência, o que desinforma os eleitores. Lula foi barrado pela Justiça com base na Lei da Ficha Limpa e o PT lançou Fernando Haddad em seu lugar.

Fux escreveu em sua decisão que a regulação da livre expressão de ideias, sobretudo no período eleitoral, protege o bom funcionamento da democracia. “A desinformação do eleitor compromete a capacidade de um sistema democrático para escolher mandatários políticos de qualidade”, considerou.

“No caso em apreço, há elevado risco de que a divulgação de entrevista com o requerido Luiz Inácio Lula da Silva, que teve seu registro de candidatura indeferido, cause desinformação na véspera do sufrágio, considerando a proximidade do primeiro turno das eleições presidenciais”, afirmou Fux.
A Procuradoria-Geral da República divulgou nota na sexta afirmando que não iria recorrer da decisão de Lewandowski. 
"Em respeito à liberdade de imprensa, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, não recorrerá de decisão judicial que autorizou a entrevista do ex-presidente Lula a um veículo de comunicação", diz o texto da Secretaria de Comunicação do Ministério Público Federal.

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Disque-denúncia para combater maus-tratos em animais domésticos é lançado em São Paulo, OESP

Veterinários acompanham blitz até a casa denunciada para verificar situação do pet
Disque Denúncia para animais domésticos começa a funcionar em São Paulo.
Disque Denúncia para animais domésticos começa a funcionar em São Paulo. Foto: Pixabay/Winsker
Você ouve o choro incessante do cachorrinho e gritos do seu vizinho. Imagina que algo ruim está acontecendo com o animal, mas não sabe o que deve fazer. O governo de São Paulo lança nesta segunda-feira, 1º, um disque-denúncia específico para esses casos.
Os moradores de 39 municípios da Grande São Paulo e da capital paulista poderão contar com o serviço, por meio do telefone  0800 600 6428. Antes, as denúncias eram feitas pelo telefone 190 da Polícia Militar. Em 2017, foram 22 mil casos de maus-tratos envolvendo animais domésticos em todo o Estado.
A Subsecretaria Estadual de Defesa dos Animais monitora ações envolvendo educação, adoção e controle populacional de cães e gatos, por meio de campanhas de castração. Em junho deste ano, o projeto de lei 417/2018 foi encaminhado à Assembleia Legislativa. Ele estabelece condutas infracionais contra animais domésticos e descreve casos que podem ser considerados maus-tratos.
No atendimento, o denunciante recebe orientação profissional especializada. Após o registro da ocorrência, um veterinário acompanha a equipe até a casa do denunciado para verificar a situação do animal e emitir um laudo técnico como prova. Assim, Ministério Público pode utilizar o documento para uma eventual condenação do agressor.
Em casos de maus tratos, o animal será acolhido pelo Resgate PET que fará os primeiros atendimentos médicos veterinários e o levará ao abrigo. Assim que conseguirem ter a saúde restabelecida e com autorização judicial, os pets poderão encontrar uma nova família por meio das feiras de adoção promovidas pela Subsecretaria Estadual de Defesa dos Animais.