quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Análise: PSDB resolve cometer suicídio coletivo em praça pública, Vera Magalhães, OESP








Vera Magalhães
09 Novembro 2017 | 16h34
Até onde um partido pode ir em termos de autodesmoralização pública? A julgar pelo PSDB, não há limite.
Afastado do comando da sigla em virtude das graves acusações que pesam contra ele, denunciado pelo Ministério Público Federal e mantido no exercício do mandato por seus pares após uma queda de braço com o STF, Aécio Neves se recusou a renunciar definitivamente à presidência do PSDB.
Alegou que já estava afastado e a convenção que escolheria o sucessor definitivo estava próxima e não havia por que antecipar a saída. Agora, vê-se, não era bem assim: Aécio manteve o posto para influir nos rumos do partido. E o faz, reassumindo o cargo para destituir Tasso Jereissati do comando.
Ao deixar a licença para usar sua mão pesada sobre a sigla, Aécio atende a apelos dos ministros de Michel Temer, que vinham se sentindo pressionados depois que artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pregou o imediato desembarque do governo Michel Temer, posição partilhada por Tasso.

Ao buscarem o denunciado Aécio para ser seu procurador, os ministros tucanos automaticamente se alinham a ele no partido. E mostram ser seus comandados e integrantes de sua cota no governo.
A justificativa formal para Aécio ter reassumido brevemente para destituir Tasso e designar Alberto Goldman, também vice, para seu lugar é que, como candidato à presidência do PSDB em dezembro, Tasso influiria no pleito. Como se ele próprio, Aécio, não tivesse comandado o partido em sua própria reeleição e, depois, na decisão da Executiva que prorrogou seu mandato por mais uma vez.
A destituição de Tasso não é a primeira demonstração do fato de que Aécio nunca desencarnou totalmente do comando do PSDB. A recente discussão, que quase descambou para briga física, por conta da contratação de uma pesquisa, já mostrava que o mineiro insistirá o quanto puder em ditar os rumos do partido — de preferência de forma a que eles sejam os convenientes à sua própria sobrevivência política.
Com a intervenção de Aécio o PSDB atrela ainda mais seu destino ao do mineiro. E vai à convenção de dezembro ainda mais cindido e desgastado publicamente.
As pesquisas mostram que o envolvimento de Aécio na Lava Jato, a presença do partido no governo e as acusações que pesam contra vários de seus caciques fazem do PSDB, hoje, um partido mais desgastado que o PT. Isso porque ele perde o aval que tinha e não conserva algo que o PT detém e ele não: o fanatismo resiliente de uma massa de adoradores.
Sem se preocupar em apresentar uma agenda ao país, envolto em sua eterna indecisão hamletiana sobre ser ou não ser governo e usado como bunker por um presidente mais preocupado em manter o foro privilegiado que com a reputação da sigla que comanda, o PSDB pode deixar de ser, em 2018, uma alternativa de poder. Mesmo tendo, hoje, os dois nomes mais aceitos pelo “establishment” para a sucessão de Temer.
E toda essa pororoca de infortúnios, diferentemente das do PT e do PMDB, foi autoimposta. Os tucanos agem como adoradores de Jim Jones.
* Texto originalmente produzido para o Broadcast Político.

O anúncio e a grande demanda, Folha da Região

Divulgação de novas cirurgias ainda não surtiu o efeito prático
Na semana que passou, reportagem publicada na Folha da Região serviu para mostrar mais uma vez o quanto a rede pública de saúde em Araçatuba precisa avançar no que diz respeito à atendimento especializado. 
O AME (Ambulatório Médico de Especialidades) de São José do Rio Preto devolveu para Araçatuba pelo menos quatro mil encaminhamentos de cirurgias. O motivo: o serviço não realiza esses procedimentos em pacientes da região. Já o AME de Araçatuba, por sua vez, retornou as demandas para os 28 municípios de sua abrangência por não ter referência de encaminhamento. Segundo o Estado, o envio feito pela Prefeitura de Araçatuba a Rio Preto foi um “equívoco”.
É importante lembrar, nesse contexto, que, no final de junho, com a “briga” pelo AME Cirúrgico a todo vapor envolvendo Araçatuba, Birigui e Penápolis, o prefeito Dilador Borges (PSDB) informou que o ambulatório hoje existente seria equipado e estruturado para realizar cirurgias vasculares, ortopédicas, oftalmológicas, de hérnia e laparoscopia. O anuncio foi feito pelo chefe do Executivo após reunião com o secretário estadual de Saúde, David Uip. 
Ocorre que, enquanto as demandas por serviços especializados de saúde só aumentam, a promessa feita pelo poder público parece ainda estar longe de ser cumprida. Oftalmologia, por exemplo, tem uma lista de cerca de dez mil pessoas em toda a cidade à espera de atendimento, situação que levou a Justiça a acatar ação do Ministério Público para que Estado e Município providenciem a cobertura a todos esses casos. 
Quando Dilador divulgou a conquista das cirurgias para o AME, a informação oficial era de que a medida seria um primeiro passo para a obtenção do AME Cirúrgico. No entanto, aparentemente, esta luta não está vencida como parecia. Na semana retrasada, Dilador reforçou o pedido ao Estado quando estiveram na cidade o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Cauê Macris (PSDB), e o deputado estadual Itamar Borges (PMDB).
Passados quatro meses da divulgação das novas cirurgias, governo estadual e Prefeitura devem explicações. Quanto tempo será necessário para a adequação do AME de Araçatuba? Qual o custo? O que precisa ser feito? 
Estas são algumas perguntas que aguardam respostas. Caso contrário, a divulgação da Prefeitura, feita como uma das grandes realizações do primeiro ano da atual administração, não chegará, de fato, a quem mais interessa: ou seja, a grande parcela da população que depende dos serviços públicos de saúde.
LINK CURTO: http://folha.fr/1.371802


TSE reverte cassação do deputado Barros Munhoz, líder do governo Alckmin, FSP


Gabo Morales - 10.dez.2012/Folhapress
O deputado estadual de São Paulo Barros Munhoz (PSDB) em evento no Palácio dos Bandeirantes
O deputado estadual de São Paulo Barros Munhoz (PSDB) em evento no Palácio dos Bandeirantes
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) acatou um recurso do deputado Barros Munhoz (PSDB) e reverteu nesta terça (7) a decisão do TRE (Tribunal Regional Estadual) de São Paulo que havia cassado o mandato do parlamentar.
Munhoz foi condenado, em junho de 2016, em primeira instância acusado de ter se beneficiado por uma série de reportagens publicadas em jornais de Itapira e Ituverava, suas bases eleitorais no interior de São Paulo.
A PRE-SP (Procuradoria Regional Eleitoral em São Paulo) observou que o tucano era mencionado em quase todas as edições dos jornais citados na ação e entendeu que isso constituía desequilíbrio eleitoral.
O conteúdo que motivou o processo partia do gabinete do deputado e era reproduzido na íntegra sem indicação da fonte. No entanto, segundo Munhoz, o material era resultado da distribuição de "releases" -notas produzidos por seus assessores de imprensa a respeito de seu mandato- distribuídos por e-mail a jornalistas e, posteriormente, ele afirma, copiados pelos veículos regionais.
Barros Munhoz é o atual líder do Governo na Assembleia e foi o sexto deputado estadual mais votado em 2014, com 194.983 votos.
A decisão havia tornado o tucano inelegível. Agora, com a decisão a seu favor em segunda instância, ele poderá disputar a reeleição em 2018.
O deputado anunciou o resultado do julgamento no plenário da Casa, na sessão desta terça (7). "Doeu, mas agora o Tribunal Superior Eleitoral anulou essa decisão", ele disse, elevando a voz na sequência: "Continuo deputado estadual, com orgulho desta Casa e dos meus queridos colegas".
Os ministros do TSE acompanharam, em unanimidade, o voto do relator Napoleão Nunes Maia favorável ao parlamentar paulista.