sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Primeira turma de sem-terra conquista diploma em Medicina Veterinária, Brasil de Fato



“Nosso compromisso é nunca esquecer que viemos dos assentamentos e acampamentos. Ao MST: conte com essas médicas e médicos veterinários; com homens e mulheres dispostos a encarar a luta por um Brasil sem cercas”, discursou uma estudante.
21/12/2015
Por Catiana de Medeiros,
De Pelotas (RS)

 
 Formatura dos sem-terra em Veterinária | Fotos: Leandro Molina
“Juro, no exercício da profissão de Médico Veterinário, doar meus conhecimentos em prol da salvação e o bem-estar da vida animal, respeitando-a tal qual a vida humana e promovendo o convívio leal e fraterno entre o homem e as demais espécies.” Este foi o juramento feito por 45 trabalhadores rurais sem-terra durante cerimônia de formatura da 1ª Turma Especial de Medicina Veterinária para assentados da reforma agrária, realizada na última sexta-feira (18), em Pelotas (RS).
Os formandos, oriundos dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Ceará, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, receberam o diploma de Médico Veterinário após oito anos da realização do primeiro vestibular, que ofereceu 60 vagas, e de enfrentamento às barreiras impostas por ruralistas e setores conservadores da região de Pelotas que não queriam que o curso não fosse uma conquista dos sem-terra.
A 1ª Turma Especial de Medicina Veterinária teve como patrono o deputado Adão Pretto (in memoriam) e é uma parceria entre o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), onde ocorreram as aulas, através do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera). Uma segunda turma, que também iniciou com 60 acadêmicos, está em andamento deste 2013.
Durante a cerimônia de colação de grau, a oradora da turma, Roseli Canzarolli, afirmou que o ingresso dos sem-terra na universidade, a cinco anos atrás, representa o rompimento das cercas do saber e que o diploma conquistado reforça o compromisso que os acadêmicos têm com a luta do MST e a responsabilidade de atuar na produção agroecológica, travando o avanço do agronegócio.
Roseli também explicou que a turma não teve regalias ou vantagens: “Só tivemos o que é nosso por direito e de qualquer outro estudante”, e relatou o preconceito sofrido e as dificuldades que vieram com a falta de infraestrutura e de recursos para realizar o curso. Em nome dos 45 formandos, ela ainda ressaltou que jamais esquecerão de suas origens: a família sem-terra.
“Nosso compromisso é nunca esquecer que viemos dos assentamentos e acampamentos. Ao MST: conte com essas médicas e médicos veterinários, mas, principalmente, com homens e mulheres dispostos a encarar a luta por um Brasil sem cercas”, finalizou Roseli.
Educação aliada à transformação social
Em nome do MST, o coordenador nacional Cedenir de Oliveira, agradeceu à Ufpel por ter aberto as portas da universidade para acolher os acadêmicos e da coragem que tiveram de enfrentar, junto ao Movimento, todos as barreiras que se levantaram contra a realização do curso para acampados e assentados da reforma agrária. Ele também afirmou que, além de marchar e ocupar latifúndios, os Sem Terra têm a condição de entrar na universidade de cabeça erguida. “Essa juventude nos orgulha”, disse.
Para o dirigente do MST, o processo de educação dos filhos de assentados e acampados tem entre seus objetivos principais mudar os paradigmas da agricultura, na qual são jogados em torno de 1 bilhão de litros de veneno por ano, provocando câncer e a morte de mais de 500 mil pessoas.
Segundo Oliveira, para mudar essa realidade se faz necessária a produção de alimentos sadios, uma prática já adotada por milhares de trabalhadores Sem Terra em todo o Brasil, mas que também é fundamental o conhecimento acadêmico e científico para fortalecer esse modelo saudável de agricultura.
 
A 1ª Turma Especial de Veterinária teve como patrono o deputado Adão Pretto 
“Nossa perspectiva é que possamos avançar na produção de alimentos livres de venenos. E, para isso, contamos com o conhecimento empírico dos nossos camponeses, mas também precisamos, sim, do conhecimento científico, que se dá através de cursos como o de Medicina Veterinária, Agronomia e tantos outros que conquistamos, para que de fato possamos enfrentar as grandes contradições, produzir com qualidade e abastecer a sociedade”, argumentou.
Cedenir ainda apontou a importância de romper as cercas da educação, para além do latifúndio, “para ter pessoas mais dignas, mais cultas e, consequentemente, mais humanas”. “Não faremos mudanças sociais nesse país apenas distribuindo economia. Nós precisamos elevar o nível de conhecimento e de cultura das massas através da educação dos nossos filhos e das nossas bases. Somente assim transformaremos esse país”, concluiu.
Barreiras
O curso de Medicina Veterinária para assentados da reforma agrária começou a ser pensado ainda em 2005 pelo MST, quando foi encaminhado um projeto para a capacitação de jovens em Medicina Veterinária ao Pronera. No ano de 2007 ocorreu a assinatura do convênio e foi realizado vestibular para o ingresso de 60 acadêmicos.
Porém, o Ministério Público de Pelotas entrou com uma ação civil contra a realização do curso e as aulas iniciaram apenas quatro anos depois, no primeiro semestre de 2011, após longa disputa judicial que terminou com o parecer favorável do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao Incra no final de 2010.
As aulas iniciaram em regime de alternância, ou seja, os estudantes passavam de 80 a 120 dias na universidade e depois mais dois meses nas suas comunidades, realizando trabalhos acadêmicos e de pesquisa prática.

Release MRV para 2016 MCMV

EM 2016, A MRV ENGENHARIA PRETENDE INVESTIR R$ 500 MILHÕES
NA CONSTRUÇÃO DE 22 EMPREENDIMENTOS NA GRANDE SÃO PAULO
A empresa prevê aumentar em 20% a sua mão-de-obra para suportar os novos empreendimentos que serão lançados em 2016   

Mesmo diante da perspectiva de piora da crise econômica no próximo ano, a MRV  Engenharia, líder no país na construção de moradias populares, vai continuar crescendo. Pretende investir R$ 500 milhões na construção de 5 mil unidades habitacionais na Grande São Paulo, quantidade 22% maior do que em 2015.

Para 2016, serão 22 empreendimentos da MRV distribuídos por sete cidades da Grande São Paulo – Suzano, Mogi das Cruzes, Santo André, Cotia, Cajamar, Guarulhos e São Paulo -- contra 18 em 2015. “Neste ano, a Regional São Paulo foi responsável por 10% de todo volume de unidades habitacionais entregues pela MRV no País que somaram cerca de 39 mil”, explica José Roberto Pereira de Lima, gestor executivo de obras da Regional São Paulo. “Para 2016 a nossa expectativa é produzir  5 mil unidade durante o ano que representa mais de 400 unidades por mês”, diz ele.  Além disso, haverá geração de emprego. “Ao longo de 2015 trabalhamos com 2,3 mil operários e para  2016 operaremos com cerca de  2,8 mil trabalhadores”, completa ele.  “Estaremos gerando emprego em plena crise”. 

Dentre os motivos que faz a MRV ser otimista está a pouca concorrência no setor. A empresa ganhou grande expertise ao longo de 36 anos dedicados à construção de moradias populares no Brasil.  Hoje é a maior operadora do Programa Minha Casa Minha Vida, atuando na produção de unidades para as faixas 2 e 3, cujos recursos são originados do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).   “Temos um grande know-how na padronização de projetos associada à estrutura modular de construção que pode ser replicada em diferentes tipos de empreendimentos o que nos dá grande velocidade na operação”, explica José Roberto. Além disso, a MRV possui estoque de terrenos em locais estratégicos nos 19 estados onde opera que que corresponde ao Valor Geral de Vendas (VGV) potencial de R$ 32 bilhões. 

A cidade de São Paulo concentrará também o maior empreendimento a ser lançado pela incorporadora no País em 2016: o Parque San Valentim com 7500 unidades, na região oeste da cidade, no bairro de Pirituba. “O empreendimento será construído por etapas e em 2016 deverão ser lançadas entre 1,5 mil e 2 mil unidades”, observa o gestor. O VGV deste empreendimento está previsto em R$ 1,6 bilhão. 

A MRV Engenharia
Fundada em outubro de 1979, em Belo Horizonte, a MRV Engenharia é líder nacional no mercado de imóveis econômicos. Em 35 anos de atividades, vendeu mais de 250 mil unidades. É a única construtora brasileira presente em mais de 133 cidades de 19 Estados e no Distrito Federal. No primeiro semestre de 2015 a companhia vendeu 18.361 unidades e lançou 13.570 imóveis.




Tania Belickas
MRV Engenharia e Participações S.A
Av. Francisco Matarazzo, 1500 – 11° andar – São Paulo/SP
Tel: (11) 3512-6454/ 11 95779-9851


quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Governo suspende monotrilho e trava linha até Congonhas, OESP


Conexão do aeroporto com metrô, prometida para antes da Copa, deverá ser concluída em 2018; estatal responsabiliza crise

Prometida para 2012, a ligação do metrô com o Aeroporto de Congonhas só deverá ficar pronta em 2018
Prometida para 2012, a ligação do metrô com o Aeroporto de Congonhas só deverá ficar pronta em 2018
SÃO PAULO - A gestão Geraldo Alckmin (PSDB) suspendeu até 2017 o início da construção de dois trechos do monotrilho da Linha 17-Ouro (Jabaquara-Morumbi), na zona sul da capital. Prometida para 2012, antes da Copa no Brasil, a ligação do metrô com o Aeroporto de Congonhas só deverá ficar pronta, no melhor cenário, em 2018, ano do Mundial na Rússia.
O Metrô informa que “resolveu adotar como prioridade a conclusão das obras dos trechos em andamento antes de dar início às novas frentes de trabalho” por causa da queda na arrecadação do Estado, “em razão da crise econômico-financeira que o País atravessa, com a alta da inflação, fortalecimento do dólar, queda do PIB e juros altos”.
A medida, publicada no Diário Oficial em dezembro, mantém paralisada por mais um ano a construção de 10 km da linha, 57% da extensão total (17,6 km), nas duas pontas que farão a ligação de Congonhas com o metrô (Linhas 1-Azul e 4-Amarela). Segundo a companhia, assim que as obras forem retomadas, a conclusão total dos trabalhos deve demorar 30 meses - julho de 2019.
De um lado, o Metrô congela o trecho entre a Estação Morumbi, da Linha 9-Esmeralda da Companhia de Trens Metropolitanos (CPTM), na Marginal do Pinheiros, e a futura Estação Morumbi-São Paulo, da Linha 4-Amarela, prevista para 2018, após atrasos. De outro, há a suspensão do trecho entre o aeroporto e a Estação Jabaquara, da Linha 1-Azul.
Até agora, apenas o trecho 1, com 7,7 km e que liga Congonhas à Linha 9, está em construção pelo consórcio composto por Andrade Gutierrez e CR Almeida. Prevista inicialmente para 2010, a etapa deve ser concluída no segundo semestre de 2017, segundo a última previsão do Metrô. A estimativa é de que a linha completa receberá 450 mil passageiros por dia. 
A sucessão de atrasos e problemas envolvendo a construção da Linha 17 devem fazer com que a primeira conexão entre o aeroporto e o metrô seja feita na Estação Campo Belo, da Linha 5-Lilás, que fica antes do trem. Com quatro anos de atraso, ela deve ser concluída em 2018, segundo o Metrô, um pouco antes da extensão das duas pontas do monotrilho.
O especialista e mestre em Transportes pela Universidade de São Paulo (USP) Horácio Augusto Figueira afirma que “a demanda por passageiros” no trecho que o Metrô vai priorizar é “pífia”. “Um corredor de ônibus à esquerda, com os coletivos entrando no aeroporto, ficaria bem mais acessível. Ele já estaria operando e com um custo bem menor.” Ele ainda classifica a falta de conexão com a Linha 1-Azul como “cruel” para os passageiros. “É um erro tirar esse ramal da Linha 1-Azul. Aliviaria a conexão com a Linha 4.” 
Comparação. Se cumprido o novo cronograma da Linha 17, em seis anos de obras, a gestão Alckmin terá aberto sete estações e construído 7 km de monotrilho na capital. Para efeito de comparação, também ao longo de seis anos, entre 1968 e 1974, o Metrô abriu sete estações da Linha 1, com obras subterrâneas, consideradas mais complexas e mais caras.
A Linha 17 foi orçada inicialmente em R$ 3,9 bilhões, mas já está custando R$ 5,5 bilhões, um aumento real de 41%.
Década. Já o monotrilho da Linha 15-Prata (Vila Prudente-Cidade Tiradentes), na zona leste, começou a ser construído em 2011, com previsão de entrega de 24 km de extensão e 17 estações em 2014. Até agora, apenas o primeiro trecho, de 2,9 km entre a Estação Vila Prudente, na Linha 2-Verde do Metrô, e a Estação Oratório, está em operação. Quando estiver completa, a linha deverá receber 500 mil passageiros por dia.
Em resposta a questionamentos feitos pelo conselheiro Antonio Roque Citadini, do Tribunal de Contas do Estado (TCE), o secretário estadual de Transportes Metropolitanos e presidente do Metrô, Clodoaldo Pelissioni, informou que o trecho até São Mateus deve ser concluído em etapas, entre 2017 e 2019, e que o monotrilho só deverá chegar à Cidade Tiradentes, no extremo leste, em abril de 2022, ano da Copa do Catar. A retoma das obras está congelada até dezembro de 2018.
Ao todo, 38,6 km de monotrilho haviam sido prometidos até o fim de 2015, incluindo a Linha 18-Bronze (Tamanduateí-São Bernardo do Campo), que ligará a Linha 2-Verde do Metrô ao ABC paulista e não tem mais prazo para começar, mais de um ano após a assinatura do contrato. Apenas 7,5%, porém, foram entregues.
Metrô diz que priorizou trechos em andamento
O Metrô informou em nota que decidiu priorizar trechos do monotrilho onde as obras já estão em andamento nas Linhas 17-Ouro (Jabaquara-Morumbi) e 15-Prata (Vila Prudente-Cidade Tiradentes) antes de abrir novos canteiros em razão da crise econômica.
Embora tenha suspendido a construção de dois trechos da Linha 17, o fato de projetos executivos já terem sido licitados “garante que as obras serão retomadas no futuro, com a melhora da economia”, diz a empresa. 
O Metrô afirmou que “também há a necessidade de equacionar as pendências e a duplicação dos viários para a implementação das colunas e vigas dos monotrilhos” das Linhas 15 e 17.
No caso da Linha 17, a empresa afirmou que faltam a emissão da Licença Ambiental de Instalação pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, o prolongamento da Avenida Hebe Camargo e o reassentamento de 10 mil famílias. Já na Linha 15, faltam o remanejamento da galeria do Córrego da Mooca e duplicação e adequação da Avenida Ragheb Chohfi. Essas informações foram repassadas ao Tribunal de Contas do Estado (TCE). 
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