domingo, 30 de dezembro de 2012

Energia solar líquida: A tecnologia que poderá mudar o mundo

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Talvez, do mesmo modo como eu nunca tinha ouvido falar neste treco, até pesquisá-lo para este post,  você também não saiba do que se trata a Heliocultura. Pelo menos até este exato momento.
A heliocultura é uma técnica que permite a criação de um combustível baseado em hidrocarbonetos, baseados em água poluída, nutrientes, organismos fotossintéticos, dióxido de carbono e a luz do sol.
Já existe pelo menos uma empresa trabalhando sério e investindo milhões de dólares nessa tecnologia. A estrutura fabril dos caras foi planejada para atingir a marca de 200.000 galões de “sol líquido” por acre, por ano, a começar este ano!
Parece uma coisa mega-complexa, mas na pratica é relativamente bem simples. O que os caras fazem é gerar uma cultura monstruosa de algas especiais, que ao mesmo tempo que purificam a água suja das cidades, capturam a poluição do ar. Elas usam a energia solar para se reproduzir numa taxa impressionante, e são “energia viva”.
Enquanto os combustíveis de fontes renováveis como o álcool da cana-de-açúcar, do milho e do bio-díesel de palmeira necessitam de uma enorme estrutura de beneficiamento e processamento para resultar em combustíveis, o sistema desses caras produz o combustível diretamente, seja etanol ou hidrocarbonetos que não necessitam de ser refinados.  O sistema de heliocultura não produz biomassa. O processo, que parece “muito bom pra ser verdade”  só foi possível graças a descobertas genéticas que permitiram determinar certos genes de um tipo de alga que através de um mecanismo enzimático, permite uma síntese direta de algumas moléculas-chave para a produção de combustíveis, como o etanol, o alcano e o olefin.
Graças à enorme resistência dessas algas, elas conseguem se alimentar de água poluída, imprópria para o consumo, conhecida como “água cinza”. Essa água é geralmente produto de utilização industrial e a parte mais limpa da água do esgoto doméstico (no Brasil, devido ao nosso vergonho atraso, não separamos a água de esgoto suja (do sanitário) da água de esgoto limpa, como água da pia, máquina de lavar, a água do banho, etc). O consumo de uma água “suja” dá ao projeto da heliocultura uma vantagem diante de outras culturas renováveis usadas para combustível, porque as plantas como a cana, o milho e etc, necessitam de água limpa. A  monocultura é a atividade humana que mais consome água potável no planeta.
A empresa Joule Unlimited espera obter um combustível competitivo, com o barril  na faixa de U$ 50.O plano é ambicioso. Eles esperam produzir mais de 15.000 galões de óleo diesel e 25.000 galões de etanol por acre anualmente.
A companhia privada com sede em Cambridge, Massachusetts, foi fundada em 2007 pela Flagship VentureLabs.
O empreendimento inicia sua fase comercial, já vendendo o álcool e o óleo feito por algas ainda em 2012.
Veja como funciona o negócio dos caras:
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Os caras compram uma área enorme, equivalente a 1000 acres de terra. Neste espaço, eles enchem com uns tanques especialmente desenvolvidos. Os tanques são interligados em clusters.
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Por uma unidade de bombeamento, água suja,  micronutrientes e algas geneticamente modificadas são enviadas para cada um dos tanques.
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A unidade industrial insufla gás carbônico para dentro dos tanques. Esse gás carbônico é subproduto da geração de outros gases industriais, e iria para a atmosfera para ser descartado. Ou seja, é lixo.
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O sol faz sua parte. O CO2 mantém os microorganismos em permanente atividade, maximizando sua exposição à luz solar, o que estimula a fotossíntese das algas. Carregadas com a luz solar, os microorganismos consumirão o e CO2 e no processo, irão secretar o combustível ou as moléculas necessárias para criá-los dentro do próprio tanque.
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Uma bomba faz com que a mistura circule, com as algas, os fluidos secretados (que serão usados para fazer combustível, a água e etc). Na pratica, a coisa se parece muito com um sangue verde. Um equipamento separador  especialmente desenvolvido atua como os rins desse sistema, separando o caldo dos compostos químicos do “sangue”. Então este “xixi químico”, que é o que interessa para fazer combustível, é enviado para outros tanques e estocado para depois ser vendido.
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O processo ainda continua por oito semanas, até que os tanques são esvaziados e o processo se reinicia.
Aqui podemos ver a unidade de testes da empresa que já está gerando etanol.
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O proximo passo da empresa é montar esta enorme área de produção com 850 acres no deserto do Novo México. Um lugar onde o sol sempre brilha.
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Render da unidade de produção a ser instalada no deserto do Novo Mexico
Este tipo de empreendimento levanta muitas questões. Sabemos que o petróleo é um combustível de fonte não renovável, um dia ele vai acabar. Muitos países já iniciaram sua corrida tecnológica afim de estabelecer soluções para quando o petróleo se tornar um insumo tão raro quanto caro. As soluções energéticas focadas nos combustíveis renováveis é considerada por muitos especialistas uma solução de potencial mais racional que algumas outras, que implicam mudar toda uma estrutura de exploração, comercialização, beneficiamento e distribuição de combustíveis.
No entanto, eu vejo isso apenas como uma solução paliativa para o problema da futura escassez do combustível fossil, que não resolve uma das maiores desgraças da questão dos combustíveis: a poluição do ar.
Em tempos de euforia com o pré-sal e o mar de dinheiro que isso nos promete, o que nós, brasileiros, estamos fazendo efetivamente para reduzir as emissões?

sábado, 29 de dezembro de 2012


Container City: um novo conceito em arquitetura sustentável

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Da inutilidade à criatividade

Muitas coisas que compramos, consumimos, ou que usamos podem ter sido transportadas dentro de um container. Esses contêineres são usados para o transporte de mercadorias no mundo inteiro. Estima-se que 90% do movimento de mercadorias no mundo utilizam contêineres como forma de transporte e cem milhões de cargas cruzam os oceanos do mundo em mais de 5.000 navios de contêineres a cada ano.
Malcolm McLean foi o inventor dos contêineres que representaram uma verdadeira revolução na indústria de transportes em meados dos anos 50. Porém, hoje, após determinado tempo de uso, eles se tornam inutilizáveis gerando um cemitério de contêineres abandonados. Ou acontece como nos EUA e Europa, onde mandar o container de volta gera custos consideráveis compensando mais, a compra de novos na Ásia.
Os contêineres foram e são utilizados como abrigos improvisados em países que tiveram terremotos, desastres naturais, e em guerras, como na Guerra do Golfo em 1991, onde também serviram como transporte de prisioneiros iraquianos. Buracos foram feitos nos contêineres para permitir a ventilação e não houve relatos de efeitos nocivos deste método.
Com a atual discussão sobre meio ambiente, construções sustentáveis, materiais disperdiçados que geram poluição, energia solar, reciclagem, etc, os contêineres vieram a "calhar" perfeitamente como uma alternativa construtiva, benéfica ao homem e à natureza, aliados a uma arquitetura moderna e criativa!

Um pouco mais sobre os contêineres

container_8-PTodos os contêineres são fabricados obedecendo uma padronização que conforme oferecem elementos modulares podem, ainda, ser combinados com estruturas mais largas, simplificando o design, transporte e planejamento. Os contêineres podem ser empilhados até 12 unidades quando vazios.
Eles são estruturas de aço extremanente fortes, porém leves, já confeccionados para um perfeito encaixe, disponíveis no mercado e podem ser facilmente realocados já montados. Na construção, você pode usar tintas à base d´água, paineis solares, teto verde , isolante de pet, entre outras aplicações de uma construção sustentável.
Os contêineres também exigem muito menos mão-de-obra, custos e trabalhos na fundação do que outros tipos de construções. Os contêineres usados podem ser comprados das empresas de transporte por US$1.200,00 cada, e mesmo quando comprados novos, eles não custam mais que US$6.000,00.

Alguns cuidados antes do uso

Como os contêineres são feito de aço que é um bom condutor de calor, é necessário forrar o container com um isolante térmico. Hoje, no mercado de isolamentos, existem aqueles que não agridem a natureza e são feitos com materiais recicláveis, como o caso o Isosoft, feito de garrafa PET.
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O Museu Nomadic é composto de 152 contêineres. Ele foi construído para abrigar uma exposição de fotografia em Nova York em 2005. Depois, foi desmontado e remontado em Santa Monica, Califórnia , EUA no início de 2006.
A reforma de um container pode precisar de cortes no aço e soldagem, o que exige mão-de-obra especializada, porém, mesmo com esses custos extras, esse tipo de construção ainda é mais vantajosa. O aço do container também deve ser jateado com um abrasivo e repintado com uma tinta não tóxica antes de ser habitável, a fim de evitar probabilidades de contaminação em detrimento das cargas que o container transportou durante sua vida marítima.
O uso de aço para a construção ainda não é amplamente usado para estruturas residenciais. Portanto a obtenção de licenças para construção pode ser problemática em algumas regiões devido aos municípios não terem visto este tipo de construção anteriormente.

Container City I e II – Alegre, sustentável e barato

Container_13-PÉ na Inglaterra, mais exatamente no Trinity Buoy Wharf, na região portuária de Docklands, área fortemente industrializada de Londres, que se encontra " Container City " (Cidade do Container).
Concebida pela Urban Space Management Ltda, a Container City é um conglomerado de contêineres de vários formatos, encaixados flexivelmente, criando uma construção modular altamente versátil, que oferece acomodações elegantes e acessíveis para uma gama de utilizações.
Essa tecnologia modular permite que a construção tenha seu tempo e custos reduzidos para mais da metade em relação às construções tradicionais, além de contribuir muito mais com meio ambiente por serem usados materiais reciclados, que fazem parte do conceito do projeto: recuperar os componentes industriais da natureza e explorar soluções construtivas inovadoras.
O sucesso desse tipo de construção foi tão positivo que já foi construído o Container City II, além de outros projetos como escritórios, estúdios para artistas, lojas, cafés, centros de convivência, saúde, etc.
Características e detalhes
Primeiramente, os contêineres são reformados, remodelados e equipados com o necessário, mas faltando pouco para seu acabamento. Então, as unidades são transportadas e montadas no local com a ajuda de um guindaste e conectadas as outras através de um sistema rápido de engate e finalmente pintadas com cores vibrantes capazes de protegê-las das ferrugens.
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Do lado de fora, os contêires parecem grandes blocos de Legos que criam uma fachada de cores diferentes.
O Container City I teve sua construção iniciada em 2000 e levou cinco meses para sua conclusão, em maio de 2001. Originalmente, a construção não passava de três andares, mas devido à alta demanda, foi adicionado aos edifícios mais um novo andar, seja ele para residência, escritório ou estúdio.
Um total de 20 contêineres forma a Container City I, sendo 15 para uso residencial. Este foi o primeiro complexo dos 14 que existem hoje na Inglaterra. O Container City I usa um esquema igual de pinturas para o aço que fica exposto ao vento, água e ferrugem. Ele também mantém a própria estética de um container de carga, assim, levando em sua arquitetura essa herança marítima.
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As janelas redondas utilizadas não só proporcionam uma forma de contraste no ambiente, como também evocam o tema náutico na arquiteutra.
Ligado ao Container City I por uma passarela, está o Container City II, construído dois ano depois com mais conjuntos habitacionais. O complexo possui contêineres menores de 30 m² cujo aluguel custa entre $100 e $240 por mês e está totalmente alugado por artistas e designers. Quem quiser alugar um desses espaços, deve entrar na lista de espera.
Para aumentar a área da unidade, é possível cortar pedaços do piso, paredes ou teto para criar aberturas e conexões externas entre eles. Também é possível combinar vários contêineres: contêineres de 13 m² são unidos, então, para criar configurações que abrangem áreas de 90 m² a 270 m².
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De fato, Container City representa uma habitação industrial moderna. Como está em Londres, ela significa um "pós-modernismo industrial" e espaço para artistas. Ela exemplifica uma habitação acessível de design moderno, e que ao mesmo tempo, é tradicional na sua capacidade de satisfazer uma necessidade do lugar e da comunidade. Uma verdadeira solução para problemas sociais e ecológicos.


Uma exponencial de aplicações

Muitas estruturas com base em contêineres já foram construídas, e seus usos, tamanhos, localizações e aparências variam amplamente.
Quando o futurista Stewart Brand precisava de um lugar para reunir todo o material que utilizaria para escrever seu livro, ele converteu um container em um espaço de escritório, e relatou este processo de conversão no mesmo livro.
container_25-PEm 2006, no sul da Califórnia, o arquiteto Peter DeMaria projetou os dois primeiros andares de uma casa container como um sistema estrutural aprovado no âmbito das orientações rígidas do código da construção reconhecido nacionalmente (UBC). Esta casa foi a Redondo Beach House e inspirou a criação de Casas Lógicas: um container de carga baseado no conceito de casas pré-fabricadas.
Em 2006, a empresa holandesa Tempohousing terminou em Amsterdam a maior vila de containers do mundo: 1.000 casas para estudantes feitas com contêineres modificados vindos da China.
Em 2002, a norma ISO para contêineres começou a ser modificada e usada para criação de locais de tratamento de águas residuais. O uso de contêineres cria uma solução de baixo custo, modular e personalizada para tratamento local de águas residuais e elimina a necessidade de construção de um edifício separado para abrigar o sistema de tratamento.
Só basta a criatividade
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Muito mais que um abrigo

Um exemplo: no Haiti inúmeros projetos de habitação para casos de desastres como o do terremoto há pouco tempo ocorrido foram rejeitados. Porém foi apresentada uma proposta de um projeto de contêineres elaborado por Richard Moreta e seu time.
As autoridades dominicanas aprovaram recentemente a projeto de Moreta, "Container Cities", que utiliza os sistemas modulares de construção com o uso de contêineres marítimos para suprir a falta de moradia das vítimas do terremoto.

Um colorido exemplo mexicano

A Container City mexicana em pouco tempo se tornou uma das maiores atrações turísticas da cidade de Cholula, no México.
Idealizada pelo designer gráfico Gabriel Esper Caram, o local possui 5.000m² de área urbana, onde 50 contêineres de navios abandonados estão instalados. Bares, lojas, livrarias, galerias de arte, restaurantes, padarias e até hotéis fazem parte desse ambiente exótico.
Além disso, os contêineres, que possuem sistema térmico para manter a temperatura ideal e isolamento acústico, estão empilhados em formações únicas, criando becos, ruas e pátios, tudo com muita cor e conforto.
Outro destaque da estrutura é a rede Wi-Fi, disponível por toda a cidade e a música ambiente que toca entre as vielas e ruas de Container City.
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Sim! Já temos a nossa Casa Container

O Arquiteto Daniel Corbas, um admirador da arquitetura industrial aliou isto ao potencial sustentável que construções com contêineres são capazes de oferecer. Desenvolveu, então, o projeto Casa Container, localizado em Granja Viana, cujo tema é vencer as dificuldades técnicas que se apresentam e propor soluções eficientes, práticas e"eco-friendly", sempre utilizando design e arquitetura de alto nível.
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A casa tem 196 m² de área construída, distribuída em dois pavimentos. Ao todo, são três quartos, sala de estar, sala de jantar e cozinha gourmet integradas, escritório, três banheiros, área de serviço, garagem e varandas. Em cada cômodo são apresentadas as tecnologias disponíveis no mercado, com o objetivo de mostrar para as pessoas que, diferente do que muitos pensam, ter uma residência mais amiga do meio ambiente não é difícil nem caro.

Por que morar numa Casa Container Sustentável?

  • Reutilização de materiais para estrutura da casa: contêineres marítimos em desuso. Além de aproveitar material nobre descartado, o uso de contêiner gera economia de recursos naturais que não foram utilizados para a estrutura da casa, como areia, tijolo, cimento, água, ferro etc. Isso significa uma obra mais limpa, com redução de entulho e de outros materiais.
  • Respeito ao perfil do terreno: mais economia e rapidez na terraplanagem. O projeto previa suave terraplanagem do terreno, utilizando sistema de compensação entre corte (50cm) e aterro (até 80cm), para deixar um único platô quase em sua cota original. Em apenas um dia, os serviços de terraplanagem e limpeza do terreno foram totalmente executados.
  • Impermeabilização máxima de 15% do terreno preserva o solo e lençol freático. Ao respeitar ao máximo o relevo natural do terreno, evitam-se interferências no solo e no lençol freático, pois mais de 85% do terreno fica permeável, contribuindo para absorção da água das chuvas.
  • Economia na fundação e redução no uso de materiais. O peso leve da estrutura metálica possibilitou o uso de sapatas isoladas, pequenas e rasas, e sem uso de armação ou ferragens.
  • Reaproveitamento de peças metálicas, garimpadas em ferro velho, tais como vigas e perfis.
  • Preservação das árvores no terreno e projeto paisagístico para ajudar no sombreamento da construção e amenizar o calor excessivo.
  • Reuso de água da chuva. Será captada pelo telhado, armazenada e filtrada em reservatório próprio, para uso na irrigação do jardim, limpeza externa, lavagem de carro e máquina de lavar roupa.
  • Ventilação cruzada nos ambientes. Serão utilizadas janelas e aberturas para evitar o uso de ar condicionado, um dos grandes consumidores de energia elétrica.
  • Telhado verde: parte da cobertura terá vegetação para auxiliar no isolamento térmico do contêiner.
  • Telhas térmicas tipo sanduíche de poliuretano para melhor desempenho térmico da casa; na cor branca para refletir os raios solares e contribuir para a diminuição de temperatura do microclima local.
  • Eficiência energética: uso de iluminação em Leds e fluorescente.
  • Vasos sanitários com botoeira dupla. Bacias fabricadas pela Roca com descarga opcional de 3 ou 6 litros de água, para economia de água.
  • Torneiras que evitam desperdício com limitadores de fluxo e de temperatura da água, que evitam o desperdício em até 50%.
  • Paredes e forros em drywall contribuirão para menor quantidade de entulho na obra, uso de materiais recicláveis, e melhor desempenho termoacústico.
  • Uso de lã de PET, isolante térmico feito à base de garrafas PET, da Trisoft, que recebeu o prêmio "Planeta Casa 2010" na categoria materiais de construção.
  • Sistema misto de aquecimento solar, de tubo de vidro a vácuo + sistema elétrico de compensação, que monitora a temperatura da água e quando necessário utiliza energia elétrica.
  • Uso de salamandra para aquecimento do pavimento inferior com aproveitamento do duto da chaminé para aquecer o dormitório superior.
  • Pintura ecológica: tintas à base de água, sem cheiro,com baixa taxa de COV- Compostos Orgânicos Voláteis.
7 meses antes...
Casa Container:finalizada em Maio/2011
Confira algumas fotos do projeto Casa Container
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Clique nas imagens para ampliá-as
"A comprovação de que o projeto vem ao encontro de um novo conceito de construção sustentável despertou um interesse imediato que empresas, instituições de ensino superior, ONGs e profissionais comprometidos com o desenvolvimento de produtos que buscam reduzir o uso de recursos naturais em seus processos de produção", afirma Corbas.

Nem o espaço é o limite

(Revista Época)
Casa-Container7-PEla tem 6m de comprimento por 2,5m de largura. Não é muito espaçosa, mas depois de receber acabamento, mobília e paisagismo no jardim, fica parecendo uma suíte de hotel. As paredes brancas têm tratamento térmico e acústico interno.
A parte externa traz pequenos amassados conquistados ao longo das viagens pelo mundo. "É o charme dos 11 anos de viagem pelo mar", diz a arquiteta catarinense Lívia Ferraro, autora do projeto e dona do escritório Ferraro Container Habitat. "Eu tinha essa ideia há muito tempo. Mas só com essa onda de sustentabilidade que os arquitetos começaram a aceitar a ideia de projetar uma casa de metal reciclado".
Container_23-PO módulo básico de 15 metros quadrados custa R$ 39 mil. O acabamento e a mobília estão incluídos. A casa também vem com sistema de armazenamento da água da chuva, painéis de energia solar e sistema de tratamento de resíduos. As soluções foram elaboradas em parceria com o Laboratório de Eficiência Energética da Universidade Federal de Santa Catarina.
Também dá para colocar grama no teto, o que aumenta o isolamento térmico. A matéria-prima de ferro vem do Porto de Itajaí, em Santa Catarina, onde Lívia paga cerca de R$ 3 mil por um contêiner com cerca de 10 anos de uso.
A economia na estrutura pode ser gasta em mimos que tornem o interior mais confortável. Fazem parte do projeto mesas e bancos embutidos, além de um sofá-cama. A decoração foi pensada para otimizar o pequeno espaço. O mesmo móvel abriga a TV, o micro-ondas e o frigobar.
Um exemplo de interior
Agora escolha você o seu container e ajude a natureza!

Conversando No Bar, por Elis Regina


Conversando No Bar

Elis Regina

Lá vinha o bonde no sobe-e-desce ladeira
E o motorneiro parava a orquestra um minuto
Para me contar casos da campanha da Itália
E do tiro que ele não levou
Levei um susto imenso nas asas da Panair
Descobri que as coisas mudam
E que tudo é pequeno nas asas da Panair
E lá vai menino xingando padre e pedra
E lá vai menino lambendo podre delícia
E lá vai menino senhor de todo o fruto
Sem nenhum pecado, sem rancor
O medo em minha vida nasceu muito depois
Descobri que minha arma é
O que a memória guarda dos tempos da Panair
Nada de triste existe que não se esqueça
Alguém insiste e fala ao coração
Tudo de triste existe e não se esquece
Alguém insiste e fere no coração
Nada de novo existe neste planeta
Que não se fale aqui na mesa do bar...
E aquela briga e aquela fome de bola
E aquele tango e aquela dama da noite
E aquela mancha e a fala oculta
Que no fundo do quintal morreu
Morria cada dia dos dias que eu vivi
Cerveja que tomo hoje é
Apenas em memória dos tempos da Panair
A primeira Coca-cola foi
Me lembro bem agora, nas asas da Panair
A maior das maravilhas foi
Voando sobre o mundo nas asas da Panair
Em volta dessa mesa velhos e moços
Lembrando o que já foi
Em volta dessa mesa existem outras
Falando tão igual
Em volta dessas mesas existe a rua
Vivendo seu normal
Em volta dessa rua, uma cidade
Sonhando seus metais
Em volta da cidade...